Por motivos que vocês já sabem, eu ando meio afastado do NSN. Com certeza não abandonei nosso amado blog, mas estou me dedicando mais ao desenho ultimamente e isso não me deixa muito tempo pra escrever. Mas nem tudo tudo está perdido, afinal de contas eu estou de férias, e como não poderia deixar de ser, ferias = filmes, MUITOS filmes. Sendo assim aproveitei 4 dias desse meu merecido descanso e assisti a 15 filmes seguidos… tudo regado a Coca-Cola, biscoito, chips e macarrão com sardinha.
Mas, diferente do que vocês imaginam, nem só de terror vive esse nerd. Dentre os filmes resenhados abaixo você vão encontrar uma mistura um tanto eclética: desde animação, passando por comédia, ação, guerra, suspense… até chegar no meu amado terror. Não vou mentir pra vocês, se dependesse de min, só teria terror nessa lista, mas infelizmente não encontrei tantos filmes assim que preenchessem minhas “altíssimas” exigências (basicamente: ter um bom trailer e uma boa nota no IMDB), ou seja, melhor assistir vários bons filmes de todos os gêneros do que uma porrada de filmes ruins de terror, sem mais delongas, vamos aos filmes.
HAUNTING IN CONNECTICUT
Se você pensar em The Haunting in Connecticut somente como mais um filme de suspense/terror sem grandes expectativas, uma nota 6,5 seria justa. Mas se levarmos em conta o clima “baseado em fatos reais” que criaram em volta do filme, aí essa nota cai pra no máximo uns 4,5. Acontece que “casa mal assombrada” não é lá um tema muito original, e para um filme com esse tema ter êxito, é necessário algo de diferente, algo novo. No caso desse filme o “diferente” e o bendito do “baseado em fatos reais”.
Quando você pensa em algo “baseado em fatos reais” você espera algo mais cru, mais verossímil, um suspense psicológico que fique sempre no linear entre o real e o sobrenatural, e não um festival de clichês regados a sustos baratos com uma história rasa e personagens estereotipados. Mas não se enganem, eu não me incomodo com nada do que falei aí atrás, sou fã dos filmes de terror com todos os seus clichês e estereótipos, mas quando você compra um “baseado em fatos reais”, você espera um “baseado em fatos reais”, e definitivamente The Haunting in Connecticut não convence nem um pouco nesse quesito.
A história é o mesmo padrão de sempre: uma família se muda pra um velho casarão e começa a ser assombrada por espíritos malignos. O diferencial aqui é que eles se mudam pra essa casa porque o filho mais velho do casal está com câncer e precisa ficar mais perto do hospital. Pra não dizer que nada no filme me assustou, teve uma ou duas cenas realmente assustadoras quando o casal começa a vender seus pertences para comprar remédio, ou quando falta grana para pagar a hipoteca da casa e etc. Afinal, que brasileiro nunca passou algum aperto fudido por causa de grana?
NOTA: 5.0
THE UNBORN
Ok, admito, só assisti esse filme por causa dessa bunda ai no pôster. É um motivo vil, mas tenho que falar a verdade com meus leitores. Porém, convenhamos, todo mundo sabe que bunda vende, certo? E além da supra citada bunda, essa menina aí em cima é muito bonita por outros ângulos também… tá certo que como atriz ela é uma ótima bunda, mas isso não vem ao caso.
O motivo pra um cara distinto como eu ficar um parágrafo inteiro falando sobre a bunda no pôster é simplesmente porque essa é a única coisa boa no filme. Não posso reclamar afinal o IMDB me disse que o filme seria ruim, mas eu estava hipnotizado pela bunda, então baixei, assisti e o resultado foi exatamente o esperado: história, personagens, tomadas, sequências e enquadramentos clichês embrulhados num pacotão nada original. E é isso, se você estiver realmente sem nada pra fazer e quiser assistir um filme de suspense/terror descompromissado e um tanto previsível, The Unborn foi feito pra você.
Só pra não deixar passar direto, a historia fala sobre uma bund… garota que descobre que tinha um irmão gêmeo que morreu no parto, mas que sua alma ainda tenta se encarnar no corpo da irmã.
NOTA: 4.0
TEETH
Antes de mais nada vamos deixar claro que esse filme fala sobre um garota que tem dentes na vagina. Eu sei que é bizarro, estranho e até engraçado, mas confiem em min, funciona. Diferente do que o tema sugere, Teeth não apela pro terror barato, escatológico ou simplesmente de mal gosto, a coisa é tratada de modo muito soturno e psicológico. Pra falar a verdade são poucas as vezes que vemos o a “ação” propriamente dita, tudo fica muito sub-intendido e as explicações (que são poucas) são somente sugeridas.
Durante o filme (especialmente no seu final) o diretor usa o mito da vagina dentada para contrapor a fragilidade feminina, exposta no filme por uma cena de estupro. Mas, ao invés de ser violada a protagonista (virgem e adolescente) acaba involuntariamente se defendendo, e assim descobrindo sua “anomalia”. Desse modo começa sua jornada de auto-descobrimento, passando pela vergonha do auto-controle, até finalmente chegar aceitação. Agora misture isso a alguns temas pesados como incesto, estupro e religião e pronto, você tem Teeth.
NOTA: 8.5
THE LAST HOUSE ON THE LEFT
Essa regravação do clássico de Wes Craven se saiu melhor do que eu esperava. Obviamente ela foi bem suavizada em relação ao original, mas mesmo assim conseguiu manter o impacto do primeiro filme. Digamos que ele é uma versão com mais escrúpulos e menos estilo de Rejeitados Pelo Diabo, mas, levando em conta toda essa merda de “politicamente correto” e essa maldita censura que vem castrando a indústria de cinema há um bom tempo, o diretor até que teve colhões de encarar um Rated R.
A história mostra a sanguinária vingança de um casal ao descobrir que as 4 pessoas que eles acolheram numa madrugada chuvosa e que diziam ter sofrido um acidente de carro, na verdade eram um bando de criminosos que tinham esfaqueado, espancado, estuprado, e por fim, baleado sua filha adolescente, que supostamente tinha ido dormir na casa de uma amiga.
O plot é simples e lembra muito o clássico A Fonte Da Donzela, de Ingmar Bergman, mas ele é somente um pano de fundo para chocar visualmente o expectador. E como todo filme que se propõe a isso, ele tem sucesso, pois mesmo seus personagens sendo fictícios, tudo que eles sofrem já foi sofrido por alguém de verdade.
The Last House On The Left é um filme visualmente perturbador mas sem o peso emocional niilista de filmes como Funny Games, Benny’s Videos ou mesmo Eden Lake, vale a pena assistir mas definitivamente não é um clássico.
NOTA: 8.0
DEADGIRL
Com certeza nós já falamos umas 3 vezes desse filme aqui no blog, e posso dizer que ele merece todo esse alarde. Na verdade, apesar de ser completamente diferente do que eu esperava, ele superou minha expectativas de forma surpreendente.
Quem vê o trailer e lê a sinopse logo imagina um filme de terror cheio de sexualidade, talvez um pouco de sensualidade, e que a Deadgirl fosse algum tipo de monstro disfarçado ou algo ligado a magia ou qualquer outra coisa mais soft. Meus amigos, esqueçam tudo isso. O filme não tem NADA de sensual, e todo o seu conteúdo sexual é extremamente violento e gutural. Estou falando de sangue, pus, hematomas, vísceras, e muito, MUITO sangue. As cenas de sexo são de extrema violência e muitas vezes nauseante. Quando li o tema do filme logo fiquei preocupado de que o diretor afrouxasse, tentando pegar leve com alguma máscara de moralismo. Afinal estamos falando de dois garotos em plena puberdade que encontram uma mulher acorrentada e esquecida num prédio abandonado. Convenhamos, um plot como esse não teria como dar certo sem que o diretor fosse muito corajoso… e meus amigos, ele foi.
Eu ainda teria muitas coisa para falar sobre o filme, mas para isso eu teria que revelar a natureza da criatura acorrentada e isso certamente estragaria boa parte da diversão. Então, façam um favor a vocês mesmos e assistam Deadgirl. A única pista que vou dar é que ele é de um sub-gênero de terror que eu adoro que que teve somente um representantes nesse post, agora é com vocês.
NOTA: 9.5
DOROTHY MILLS
Dorothy Mills é o tipo de filme que eu gosto, suspense psicológico com toques surreais e uma pitada de sobrenatural, uma mistura bem difícil de fazer funcionar, mas quando funciona é bem gratificante.
No filme você acompanha uma psicanalista que vai até uma cidadezinha no interior da Irlanda para tentar avaliar o caso de uma garota que, supostamente tentou matar um bebê. Chegando lá, além de tentar entender a intrincada mente de sua paciente, que parece conter varias personalidades diferentes, ela ainda vai ter que sobreviver a hostil e extremamente religiosa comunidade local que parece profundamente envolvida na condição psicológica de Dorothy.
As atuações são excelentes e a fotografia é competente, o roteiro bem elaborado mas que pode ficar um pouco previsível na reta final. Nada que estrague experiência. Em suma, um bom filme que te prende à história, mas que dificilmente se tornaria um clássico por ser muito… na medida.
NOTA: 8.0
THE KILLING ROOM
Logo de cara já fiquem sabendo que eu não gostei do filme e por isso não percam seu tempo, mas o mais triste nessa historia toda e que ele tinha tudo pra ser um filmaço do naipe de “O Cubo”.
Na minha opinião o que deu errado aqui foi o fator “for dummies” que permeia todo o filme. Pra começo de conversa, um filme que se passa inteiro numa única sala tem que te prender pelo mistério e pelo suspense. Mas isso já é descartado logo no começo, quando somos apresentados aos protagonistas. Ela é uma analista de comportamento humano chamada pelo governo para acompanhar um experimento militar. Nesse experimento 4 pessoas são postas numa sala onde pensam que vão responder a um questionário gigante e logo depois vão embora com 250 dólares no bolso.
Mas a coisa não é bem assim e logo eles descobrem que o que está em jogo são suas vidas, e assim o filme vai intercalando entre a análise da protagonistas e as reações das vitimas. No final a impressão que tive foi que a analista só foi introduzida na história meramente pra mastigar a informação para o espectador e garantir que todo o filme seja digerido uniformemente, ou seja, sem surpresas, mistérios ou suspense. E no final um plot que podia ter rendido um bom filme é desperdiçado numa barra de cereal cinematográfica, sem gosto, cheiro ou cor.
NOTA: 3.5
GRAN TORINO
Antes que os chatos de plantão (tô falando com você Pêra) venham reclamar, eu já vou logo avisando, esse é mais um filme de Clint Eastwood com toda sua carga dramática no mesmo estilão badassmotherfucker sentimental de Sobre Meninos e Lobos, Menina de Ouro, Cowboys do Espaço e Um Mundo Perfeito, ou seja, quem gosta, gosta, quem não gosta não sabe o que é bom, afinal de contas o filme tem nota 8,4 no IMDB, 80 no Rotten Tomatoes e 79 no Metacritic.
O filme conta a historia de Walt Kowalski, um veterano da guerra do Vietnam que mora num bairro dominado por gangues. Ele que acaba desenvolvendo uma inusitada amizade com seus vizinhos vietnamitas (ou Hmongs, como eles dizem), especialmente com Thao Vang, um garoto muito tímido que é pressionado por seu irmão a tentar roubar o Gran Torino de Walt.
E é nesse roubo frustrado que a amizade entre os dois surge. Como a maioria dos personagens de Clint, Kowalsk é durão, rabugento, preconceituoso, mas no fundo é uma boa pessoas, e durante todo o filme ele tenta transformar Thao num homem de verdade capaz de lidar com seus problemas e se impor perante os outros, mas no meio de tudo isso estão as gangues e a violência de um bairro na periferia.
Gran Torino é um filme excelente que fala de forma simples sobre amizade, família, violência e preconceito, tudo no bom e velho estilo Clint Eastwood de fazer cinema.
NOTA: 9.0
VALKYRIE
Valkyrie não é um filme memorável, mas creio que sua proposta também não era essa, afinal, uma conspiração tão intrincada como a que o filme mostra não deixa espaço para grandes floreios cinematográficos. Tirando uma ou duas jogadas de câmera, o diretor foi muito direto e incisivo no filme, mostrando a história como ela (possivelmente) aconteceu e, em alguns momentos até se arriscando a mostrar as verdadeiras intenções dos conspiradores. Algo do tipo “tirar o meu da reta” já que a Alemanha de Hitler estava naquela época visivelmente fadada a derrota.
Eu como fã de filmes históricos e de guerra adorei Valkyrie. Ele remonta da forma mais fiel possível (creio eu) os fatos e explica muito bem toda a intrincada trama. Tom Cruise mesmo com toda sua canastrice não consegue estragar o filme. Na minha opinião, um outro ator menos hollywoodiano poderia dar mais empatia ao personagem principal. Mas essa falta não afeta o que realmente importa no filme, que é seu conteúdo histórico. Quem gosta de II Guerra e especialmente quem gosta de historia e tem curiosidade de conhecer melhor os eventos (que foram bem maiores do que eu acreditava) que rodearam essa frustrada tentativa de assassinar o Führer com certeza vai curtir o filme, mas quem espera mais ação vai se decepcionar.
NOTA: 7.5
MONGOL
Mongol conta a historia de Genghis Khan antes dele se tornar “O Genghis Khan”. Quando ainda se chamava Temudjin e não passava de um escravo. O filme apesar de não ter me agradado completamente (explicarei porque mais pra frente), tem muitas qualidades, a maior delas é fugir involuntariamente dos maneirismos hollywoodianos de se fazer filmes épicos. Não que faltem ângulos edificantes e as tomadas amplas típicas desses filmes, mas você não sente aquele gosto enjoativo que produções como Alexandre ou Tróia tem, claro que é uma comparação estranha visto a grande diferença entre esses filmes, mas inevitavelmente eles permeiam o mesmo gênero. Tudo isso fora o excelente conteúdo histórico que por si só é muito interessante.
Mas, como disse lá em cima, faltou algo no filme, não é exatamente um defeito, mas se tratando de uma produção estrangeira, eu espera um pouco mas de crueza e brutalidade no filme. Afinal estamos falando do “Flagelo de Deus”, do homem que comandou o maior império que a terra já viu e que morreu afogado no próprio sangue. Um homem como esse deveria ser retratado com mais dureza e violência. Eu entendo que muito da aura mística que envolvia Genghis Khan e que o diretor tentou passar no filme realmente existia. Todas as lendas e profecias sobre o “lobo cinzento que devoraria toda a Terra” e tudo o mais, mas convenhamos, a vida naquela época era uma coisa bruta, sangrenta e visceral, e foi isso que faltou no filme na minha opinião. Mas nada disso impede Mongol de ser um excelente filme e altamente recomendado, mas que poderia ser ainda melhor.
NOTA: 8.0
PUSH
Ok, vocês devem estar se perguntando porque diabos eu assisti um filme desses, e eu concordo com vocês. Push definitivamente não é um filme que seria facilmente associado a minha pessoa, mas acontece que eu tenho uma queda por super-poderes, em especial telecinese e como estou de férias mesmo… por que não?
E posso te dizer que não foi um desperdício completo de tempo. Tá certo que a história é pífia e o ator principal é ridículo, mas temos ali a nossa queridinha Dakota Fanning fazendo o papel de um criança alcoólatra com poderes precógnitos, e temos também a gostos… belíssima Camila Belle, com sua franjinha sexy fazendo o papel de uma “Pusher”, que é basicamente um tipo de hipnose. Temos também o supra-citado personagem principal vivido por Chris Evans que é um “Mover” (que consegue mover coisas com mente) e os três juntos vão enfrentar um organização de pessoas superpoderosas que envolve experimentos nazistas, gangsters chineses gritadores e mais uma porrada de coisas que não vêm ao caso agora.
Em resumo, Push é um filme mediano puramente com o propósito de entreter sem compromisso. Digamos que ele é uma versão melhorada de Heroes compilada em 110 minutos. A única coisa que faltou na minha opinião foram mais cenas de ação, especialmente usando a telecinese, mas creio que isso foi problema de orçamento.
NOTA: 5.0
007 - QUANTUM OF SOLACE
Eu nunca fui um grande fã de 007, pra falar a verdade ainda não sou, mesmo com essa nova cara que estão dando para a série ainda não posso dizer que ela me fisgou. A verdade é que quando eu comecei a assistir seus filmes, toda essa estrutura de filmes de ação que 007 criou já estava solidificada, e até gasta pra dizer a verdade, então eu fiquei no meio do caminho. Nem tinha lembranças nostálgicas da série, nem vi nada de inovador a ponto de me conquistar pelo lado cinematográfico. Sendo assim, só posso dar meramente minha opinião como espectador completamente alheio a “mitologia” Bond.
Quando assisti Cassino Royale pensei: “tai um bom filme de ação”. Mesmo não compartilhando dos pequenos easter eggs deixados para os fãs, eu consegui me divertir com o filme. Tiros, perseguições, tortura, le parkour e toda aquela adrenalina realmente conseguiram me entreter. Já em Quantum Of Solace a coisa foi meio diferente. Toda aquela surpresa de ver um 007 brucutu-porradeiro passou, e sinceramente não me impressionei com o que vi em sua seqüencia. Tirando o “brotinho” que é a Olga Kurylenko (que também tem uma franjinha sexy), o resto foi mais do mesmo. Não que houvesse muito pra onde fugir, afinal eles estão reconstruindo o personagem, e isso só vai agradar a 2 tipos de audiência. A menos exigente, que só assiste o filme por conta da ação desenfreada, e aqueles que já são fãs da serie e estão acompanhando a construção do mito, e eu não me encaixo em nenhum dos dois.
NOTA: 6.0
THE SPIRIT
Para não dizer que The Spirit é uma completa perda de tempo vamos concordar que seu visual é até bem legal, mas esse “visual legal” já foi magistralmente usado em Sin City, o que transforma esse bagulho escrito e dirigido por Frank Miller numa completa perda de tempo. Para se ter uma idéia, eu fiquei por um triz de parar o filme no meio, e olha que ele tem as beldades Eva Mendes e Scarlett Johansson, mais o maior bad-ass-muther-fucker do cinema Samuel L. Jackson no elenco, e mesmo assim eu quase parei o filme no meio.
Sinceramente, é até difícil listar todos os erros do filme… a trama não é mais enfadonha porque não tem espaço, os personagens são rasos como um pires, nenhuma das atrizes aparece suficientemente sem roupa, a narrativa é extremamente previsível, e por fim, as cenas cômicas chegam a nos fazer sentir vergonha alheia em certas horas.
Eu nunca li nada de Will Eisner (eu sei, heresia!!!) e muito menos qualquer revista do Spirit, mas acredito (não estou afirmando nada) que Frank Miller deve ter sido bem fiel ao personagem, até porque essa veia cômica e exagerada é bem típica dos quadrinhos daquela época. Eu concordo que fidelidade à obra original é indispensável, temos aí Sin City e Watchmen que não me deixam mentir, mas também sabemos que cinema é uma mídia completamente diferente dos quadrinhos, e algumas coisas, para funcionar, precisam ter a sábia mão do diretor para adapta-la sem ser desrespeitoso, e é isso que nosso amigo Frank não soube fazer.
Agora eu deveria tentar dizer para que tipo de publico esse filme foi feito e terminar o texto dizendo quem vai e quem não vai gostar dele, mas sinceramente eu não consegui achar ninguém que possa gostar, por isso se alguém ai já viu e por algum mistério divino tenha gostado, por favor, manifeste-se nos comentários, OK?!
NOTA: 2.0
CORALINE
Antes de partir para a comédia propriamente dita vou falar de um filme que me surpreendeu. Não que eu esperasse menos de Neil Gaiman, afinal, Sandman está entre as melhores graphic novels que já li, e Mirror Mask é um dos mais belos filme que já vi, mas a verdade é que esse visual stop motion de Henry Selick ficou muito ligado aos filmes que ele fez em parceria com Tim Burton. E por incrível que pareça eu tenho uma certa aversão a essa atmosfera dark que ele criou, e acho que é porque ela foi usada a exaustão até o ponto de eu não agüentar mais ver as olheiras e os cabelos desgrenhados típicos de seus filmes.
Mas superados esses preconceitos eu descobri que Coraline é simplesmente a animação mais cativante que eu assisti em muito tempo. A curiosidade e o jeito arteiro da personagem é contagiante, junte isso a coadjuvantes muito esquisitos e que muitas vezes extrapolam os limites do infantil, e você terá uma animação espirituosa, onírica e que de forma bem sinuosa consegue passar uma mensagem positiva sem apelar para utopias sentimentais.
Fora tudo isso você ainda verá uma das mais belas e coloridas animações stop motion já feitas. Diferente de A Noiva Cadáver e O Estranho Mundo de Jack, Coraline é cheio de cores vivas e muita luz, além do mundo fantástico mundo que a protagonista descobre, também existe o mundo comum, onde as coisas são mais simétricas e proporcionais, e isso também é legal de se ver, afinal de contas esse tipo de produção normalmente pende para o surreal.
Finalizando, Coraline é um filme cativante que até eu que não sou nem um pouco fã desse tipo de animação gostei, e gostei bastante.
NOTA: 8.5
PINEAPPLE EXPRESS
Como está escrito ai no pôster, Pineapple Express é mais uma comédia no estilo de Superbad, O Virgem de 40 anos, Pagando Bem, Que Mal Tem? (deus! esse título é MUITO ruim) e Ligeiramente Grávidos. Mas sinceramente o que sustenta o filme é a presença de Seth Rogen no mesmo papel de sempre: gordo, maconheiro, loser e engraçado. OK, James Franco até consegue tirar aquele ar “Harry Osborn” e a química entre os dois é boa, mas ele sozinho não segura o filme, já o inverso seria bem possível.
Se em Superbad a linha condutora do filme era a amizade esquisita entre dois freaks, em Pineapple Express essa linha é a maconha. Caras, não me lembro de um filme com tantas piadas sobre erva por película quadrada, e, fora essas piadas, você ainda vai ver todas aquelas situações miseráveis típicas dessas filmes.
Mas, infelizmente, diferente de Superbad, esse filme não consegue tanto apelo em relação ao público em geral (pelo menos não a min). Creio que todos que estão lendo esse texto são meio esquisitos, afinal ser nerd normalmente faz a gente parecer meio esquisito, e todos também já tiveram um grande amigo tão esquisito quanto, e é essa sinergia que nos aproxima do filme. E como eu nunca usei maconha fica realmente difícil achar graça da mesma piada durante 1 hora e 50 minutos de filme.
Mas não me entendam mal, o filme é bem divertido e dá para dar umas boas risadas, mas se comparado com outros filme do gênero ele fica ligeiramente atrás.
NOTA: 7.5
Bom, é isso pessoal, por enquanto é só. Prometo que em breve estarei escrevendo mais e participando mais do nosso amado NSN.
É NOZES!!!