sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Avatar Colaborador Nerd

[Pipoca e Nanquim] As melhores HQs de 2010

Por Pipoca e Nanquim 

 

51 - As Melhores HQs de 2010 - Pipoca e Nanquim - Cinema e HQs por pipocaenanquim no Videolog.tv.

YEAH! Chegamos ao último programa do ano! Esta semana, a equipe do Pipoca dá uma passada no que as editoras lançaram de melhor durante o ano de 2010. Tem para todos os gostos, nacional, internacional, independente, encadernado, capa dura... Fim de ano e fim de década, não vamos nos esquecer e, para nós, este momento é duplamente importante, pois contrariando as previsões, chegamos ao programa 51! Caramba, é decididamente uma boa idéia.

Esperamos que vocês fiquem junto conosco durante este ano de 2011, nos dando seu apoio assim como fizeram em 2010. Agradecemos imensamente a audiência de vocês! Temos muitas surpresas reservadas para este ano (sério) - vocês não irão se decepcionar. Um grande abraço e obrigado também aos nossos parceiros, que publicam semanalmente nosso vídeos, NSN, Soc Tum Pow, Área171 e Na Mesa do BB.

Desejamos a todos vocês um excelente 2011, repleto de bons filmes e quadrinhos!
Até a semana que vem.

sábado, 25 de dezembro de 2010

Avatar FiliPêra

Feliz Natal…

Feliz Natal pra vocês, com aquelas maravilhosas festas com familiares que nós amamos… e creio que vocês sabem que nosso post anual de Natal é só uma desculpa pra mostrar mulher linda vestida de vermelho. A escolhida desse ano foi a musa Katy Perry!

 

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De bônus, a minha eterna musa, Faye Reagan:

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sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Avatar FiliPêra

[Pipoca e Nanquim] Natal

Por Pipoca e Nanquim 

 

50 - Especial de Natal - Pipoca e Nanquim - Cinema e HQs por pipocaenanquim no Videolog.tv.

O natal do Pipoca e Nanquim mantém o clima natalino convencional só no primeiro bloco, depois damos várias indicações de quadrinhos e filmes obscuros de Natal, mas temos certeza que você vai gostar de tudo. Começamos o programa falando dos bons filmes de Jesus Cristo, sim, pois chega o final de ano e a televisão fica repetindo dúzias de filmes ruins sobre a vida do Messias e aí todos acham que esses filmes religiosos são chatos. Engana-se meu caro, tem dois que valem muito à pena: Jesus de Nazaré, de Franco Zeffirelli, e A Maior História de Todos os Tempos, esses são os bons filmes de Jesus Cristo. Ainda na primeira parte falamos de Feliz Natal, filme em que soldados inimigos param a primeira guerra para comemorar a noite de natal, os quadrinhos especiais da Marvel e DC e a curiosa série do Papai Noel pela Ebal.

No segundo bloco alguns filmes e quadrinhos com Natal do mal, como Papai Noel às Avessas, Black Christmas, Jogo Duro e Lobo VS Papai Noel. E também tivemos entrega de presentes, ou então não seria um verdadeiro especial de natal. Clique no play para conferir o que ganhamos! Até semana que vem.

Um feliz natal pra todos vocês, muitos quadrinhos de presente!

Avatar FiliPêra

Cisne Negro

 

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Não importa quão distante você vá no passado da humanidade, creio que verá que todo o tipo de povo que deixou registros desenvolveu algum tipo de teoria acerca das interações da persona humana. E praticamente todas essas teorias e modelos psicológicos fazem divisões dualistas. No Ocidente temos a famosa obra Metafísica, de Aristóteles que fez uma simplificação do mundo dividindo tudo de modo maniqueísta, em preto e branco. E as consequências de tal modelo teórico podem ser sentidas até hoje. No Oriente temos o famoso Yin e Yang, que diz que forças opostas se complementam e equilibram… as trevas não existem sem a luz e vice-versa. Até dentro da Psicologia existe uma certa discordância de como essa dualidade influencia nosso comportamento. Os behavioristas, de forma geral, dizem que somos influenciados principalmente por estímulos externos, que nos jogam de um lado pra outro. E os psicanalistas dizem é que frações diferentes do nosso Inconsciente nos jogam de um lado pro outro, e cabe a uma parte do nosso Consciente tomar algum tipo de decisão baseado nesse cabo-de-guerra mental.

Se Cisne Negro for analisado a partir dessa perspectiva, provavelmente irão encaixa-lo como uma projeção da atuação dos diferentes lados do Yin Yang dentro da persona de alguém. Mas ao contrário do que pode parecer pelo título, tudo rola de forma bem sutil, longe de maniqueísmos e manipulações baratas. O conjunto pode ser chamado sem medo de suspense psicológicos com ecos de terror.

Natalie Portman é Nina Sayers, uma bailarina tecnicamente perfeita que consegue o papel principal numa versão do balé O Lago dos Cisnes, coreografada por uma companhia de Nova York. Ela é adorável, frágil, meiga, e por isso mesmo perfeita para o papel principal. Mas seu excesso de técnica deixa sua interpretação do Cisne Negro - a gêmea má do Cisne Branco - um tanto quanto truncada, sem personalidade. Você é perfeita, mas sua dança é mais fria que uma geladeira, chega a dizer para ela Thomas Leroy (o ótimo Vincent Cassel), o coreógrafo da companhia de balé. O filme é basicamente o processo de desconstrução dessa perfeição. E para complicar as coisas, surge Lily, uma bailarina justamente com o perfil extrovertido que Thomas deseja, e desprovida de qualquer tipo de milimetrismo técnico. Ela age sobre Nina como uma flutuação magnética age sobre uma pilha de pregos enfileirados, desestabilizando tudo, prestes a mandar o equilíbrio dela pro chão.

Mas as ações das duas vão se fundindo, Nina aos poucos vai perdendo o senso de realidade, tem constantes alucinações, aparece com ferimentos misteriosos, vê a si mesmo em espelhos… ao mesmo tempo que sua obsessão pelo papel alcança níveis estratosféricos. Essa constante dualidade entre as duas - Lily é real? É fruto da mente de Nina? - é uma das molas-mestra do filme, assim como os delírios psicológicos e seu modo de tentar destruir seu excesso de técnica mecanizada.

 

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Pode parecer novidade para alguns, mas Cisne Negro não passa de uma junção bem pensada de Pi e O Lutador, dois filmes anteriores Darren Aronofsky, que aqui continua tecnicamente perfeito. Na verdade, pode-se dizer que todos os filmes de Darren lidam com aspectos psicológicos bem similares dos seus personagens. A única exceção é o subestimado A Fonte da Vida. Se a WrestleMania for substituída por uma companhia de balé, boa parte da jornada física de Nina fica dor a dor com a sessão de masoquismo de Randy Robinson. Aquela porção bastidores de estrelas que mostrou Randy se cortando com uma gilete, tendo ataques cardíacos, se contorcendo ao tomar cadeiradas na cabeça… se repete aqui. Nina é quebradiça, seus pés são feios, seu corpo é magricelo, suas costas são feridas, e sua rotina é maior do que ela. Ela é uma prisioneira do balé, e não parece nenhum pouco capaz de escapar disso.

Aronofsky é um mestre em tornar algo quase intangível como o perfeccionismo do balé em algo comum, destrutível. Acompanhamos a rotina de Nina com crueza. A câmera faz planos detalhes nos pés eretos a 90º e calejados que sustentam o corpo da bailarina, faz movimentos complexos juntamente com as dançarinas - gerando cenas de dança belíssimas, cai com elas, foca em suas poucas feições de dor. É um modo intrusivo de filmar e joga o espectador efetivamente dentro do universo fisicamente puxado de Nina, além de arrumar espaço para desnudar o lado psicológico e sombrio dela. Se você pensou nos delírios de Max Cohen enquanto caçava a teoria definitiva da matemática em Pi, acertou. O processo aqui é similar: mostrar o externo pra adentrarmos o interno do personagem. É quase uma visão solipsista de realidade, quando tudo que acontece é fruto de interações cerebrais com uma metafísica energia externa. 

E assim como Pi, a jornada delirante faz parte da forma como Nina alcança sua genialidade destrutiva. Como visto no trailer, existe também uma escalada de sexualidade e libertação da mimada Nina. A mãe dela é a típica bailarina frustrada que joga na filha toda a pressão pelo sucesso que ela não teve. Erica, a tal mãe, a trata como uma menina de 12 anos, enche seu quarto de bichos de pelúcia, pinta quadros dela todo o dia, e não coloca trancas nas portas. Além de prisioneira da própria obsessão pelo balé, Nina está presa a obsessão da própria mãe pelo sucesso.

 

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Cabe a Thomas destruir essa máscara de racionalidade, obsessão e mecanicismo que aprisiona o lado Negro de Nina. E como primeiro método, ele fala de sexualidade, pergunta sobre sexo, namoros e prazer. O prazer - mesmo praticado de forma inconsequente - é justamente a ferramenta mais fácil de ser alcançada na busca desse tipo de liberdade que aprisiona a bailarina. Em uma cena particularmente bem feita, em que ela se masturba na cama - de forma bem convincente, diga-se de passagem -, percebemos essa luta de lados opostos que lutam dentro da cabeça dela: o lado cultural, uma capa externa, consciente, do tipo que mede e coloca regras que poucos parecem entendem; e o lado instintivo, que luta e busca se sobressair sobre essas imposições. O resultado das experiências dela diz muito sobre quem ela é, e sobre o filme em geral - e sim, a cena de pegação da Natalie e da Mila Kunis é linda demais, e muito importante pro filme.

Há ainda mais debates possíveis dentro do que o filme mostra. Pode-se olhar a exploração por parte dos chefes das companhias de dança - Sorria, nós precisamos de dinheiro -, bem como o tipo de relação predatória e canibal entre as colegas de dança. Uma das respostas a esse questionamento surge na figura da personagem Beth (Winona Ryder, brilhante), a antiga estrela de O Lago dos Cisnes, que por motivos obscuros deixou a companhia. O sacrifício quase masoquista não é só individual, unicamente das estrelas, mas também coletivo, existe toda uma pressão de todos os lados aos que se propõe a ganhar a vida com arte. Existe ainda a relação ambígua entre a estrela e o coreógrafo, algo não muito raro - como mostra o exemplo do conhecido coreógrafo George Balanchine. Embora tenhamos a tendência de olhar tal tipo de relação somente do âmbito físico, carnal, fica patente que o objetivo de Thomas - e de George, provavelmente - é quebrar o enclausuramento artístico e técnico das bailarinas, nem que pra isso precise provoca-las sexualmente.

O filme consegue ir mais além pelo fato de ter rolado um esforço genuíno e angustiante de Natalie Portam. Ela emagreceu, dançou em 90% das cenas, se despiu de quase todo o tipo de beleza - mesmo quebradiça, ela continua linda - e ainda arrumou tempo para mergulhar num mundo paranóico. Pode-se dizer que ela foi ao limite, do céu ao inferno em segundos, todos os outros atores brilham, mas com o único intuito de dar espaço pra ela. Esteticamente, o filme triunfa como um thriller noir moderno que flerta com longas dos anos 70. Seria como um Taxi Driver filmado pelos Irmãos Pang. Ou uma produção de Hitchcock com balé.

 

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Apesar do final que fica em parte aberto - mas é conclusivo a sua maneira -, o tipo de jornada de Cisne Negro me parece marcante e cíclico, tanto no mundo das artes quanto em estudos científicos: é libertação de algum tipo de instinto humano que se sobressaia a nossa carga cultural e racional. Também é uma mostra muitíssimo bem construída do ponto final de uma obsessão profunda de artistas e cientistas, quando um objetivo se torna maior que a pessoa que o persegue. Embora o tipo de construção visual e sonora primorosa que aproxima esse filme dos exemplares mais arrojados da filmografia de David Lynch, não creio que, assim como Império dos Sonhos, Cisne Negro seja uma obra completamente abstrata e onírica, permitindo infinitas interpretações. Similar a Pi, Aronofsky reservou algum tipo de linearidade e realidade dentro da trama que construiu, e esse fator é um responsável por colocar o filme num patamar ainda mais elevado.

Um dos grandes filmes do ano, e mais um marco na brilhante - e ainda perfeita - carreira de Darren Aronofsky.

 

Black Swan (EUA, 2010)

Diretor: Darren Aronofsky

Duração: 108 min

Nota: 8,5

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

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A Rede Social

 

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Logo nos dez primeiros minutos de A Rede Social, a sua cabeça vai estar fervendo graças à verborragia acelerada e insana do Zuckerberg vivido por Jesse Eisenberg. A metralhadora fonética dele me lembrou um papo científico violentamente rápido que rola no início de Primer. Pode parecer uma forma de esconder erros, confundir o espectador e construir diálogos pretensiosos… mas o início impactante serve mais para mostrar o caráter e a personalidade de Mark que o filme se propõe a desnudar. Ele é um escroto egocêntrico que pensa que todos são como codificações de computador que vivem ao redor dele, prontas para serem programadas e reescritas. Ele seria uma versão mais pé no chão do über-irritante Sheldon, de The Big Bang Theory. Como disse a assistente de advocacia que vai aos julgamentos dele: Você não é um babaca, Mark, só se esforça muito pra ser. A persona de Mark Zuckerberg é central no filme. O eixo narrativo principal do longa metragem é justamente a instabilidade como as coisas giram ao redor de Mark, e de como ele trata as pessoas como simples páginas da internet, o que bem resume um pouco para onde estão indo os relacionamentos no mundo de hoje.

Em primeiro lugar, é preciso dizer que o roteiro do filme abarca de forma inteligente e equilibrada todo um universo que flutuou ao redor da criação da maior rede social do mundo. Logo após o tal diálogo que resultou em Mark tomando um pé na bunda dado pela namorada, tem início a série de acontecimentos que culminou na criação do Facebook. E aí já entra em cena o maior trunfo de A Rede Social: David Fincher. Somente tendo um apuro técnico de primeira pra sair do clichê de mostrar transições entre a vida dos nerds da computação e os riquinhos que vivem a base de festas regadas a bebidas caras e strips. É nítido o talento dele imprimindo como os dois ambientes - tão próximos fisicamente, mas abissalmente distantes em termos sociais - estão prestes a entrar em colapso e ter suas fronteiras diminuídas. É uma direção contemplativa, que aproveita e compacta o tempo de forma magistral.

Em minutos sabemos tudo sobre a personalidade de Mark, sua genialidade em programação e sua inaptidão social extrema. Mais uma vez numa velocidade insana o vemos hackear a rede de toda a Universidade de Harvard, baixar centenas de fotos de alunas e criar um site com comparações de beleza entre elas. O sucesso é imenso, detonou a rede do setor dele em Harvard em plena madrugada. O empreendimento chama atenção de três mauricinhos da equipe de remo, que têm a idéia de criar um site que conecte alunos de Harvard, ampliando o conceito de exclusividade que permeia o território do campus para o ambiente online. Mark aceita, mas já tem na cabeça uma série de planos para colocar tudo nos trilhos como ele quer - e ferrando com os remadores empolados no processo.

 

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O filme se constrói a partir de interrogatórios e depoimentos de dois processos sofridos por Mark: um dos mauricinhos que contrataram Zuckerberg, e outro de um dos pilares do filme, seu melhor (e único) amigo, o brasileiro Eduardo Saverin, também passado pra trás pelo criador do Facebook. De cara, essa opção por idas e vindas frequentes pode misturar as coisas na cabeça de quem tá assistindo, mas não demora muito e logo tudo começa a fazer sentido - ao mesmo tempo que descobrimos que Mark não é tão escroto quanto parece na primeira e taxativa cena.

A opção narrativa arrojada - embora utilizada em excesso atualmente -, aliada a temática e a velocidade sempre urgente do filme, deixou Fincher mais tímido do que normalmente dirige. Pode-se dizer que a direção, mesmo que magistral e equilibrada na maioria dos momentos, é acadêmica, algo próximo do trabalho de Steven Spielberg em A Lista de Schindler. Ele mantém tudo num patamar elevado, mas não se permite muitos vôos de ousadia. Para quem já fez o visceral Clube da Luta é pouco, e ainda dá para perceber que Fincher se sente melhor ao lado de serial killers do que de nerds, já que realizou um trabalho (guardadas as devidas proporções) parecido em Zodiáco, e ainda assim carimbou a marca dele. A única cena em que sobressai alguma marca visual de David é na competição de remo, que ganha ares quase de ópera e contrasta com a sisudez visual do restante do filme.

As atuações são boas, mas como todo o filme, sem nenhuma aura espetacular. Jesse Eisenberg se destaca justamente por não se destacar. Ele é gélido, insípido, parece um mero computador que fala a 300 Km/h, embora suas esporádicas expressões faciais demonstrem que nem sempre ele está satisfeito em soterrar todos os seus relacionamentos em nome da obsessão pelo Facebook. Os gêmeos Winklevoss seguem pelo mesmo caminho, seus personagens beiram o patético (no bom sentido, já que têm que ser assim), às vezes, inseridos numa situação das piores, mas presos nas regras rígidas e idiotas da alta classe social que integram. Mark os resume bem na frase “Eles não estão me processando por propriedade intelectual, e sim porque, pela primeira vez na vida deles, as coisas não saíram do jeito que eles queriam”. O destaque fica por conta de Andrew Garfield, interpretando Eduardo. O personagem é o único que parece ser essencialmente humano, mesmo sendo o responsável pelas finanças da rede social. Ironicamente, foi o que saiu mais prejudicado durante todo o filme.


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De uma forma geral, A Rede Social é justamente o que disseram por aí: um Piratas do Vale do Silício de uma nova geração. A diferença é que aqui vemos um vôo solo, o mundo ao redor de uma única persona, e não uma disputa de gênios nerds, como em Piratas. Sendo novamente generalista, Zuckerberg é como Bill Gates, com uma visão apurada e sagacidade únicas, mas com uma inaptidão social das piores, não tendo qualquer problema em passar por cima dos outros pra alcançar seus objetivos. Mas o tom dos dois filmes é muitíssimo diferente, apesar de suas estruturas serem análogas. Piratas do Vale do Silício é como uma homenagem àquela época, àquelas pessoas, já sabemos como as coisas acabaram - embora mudanças sempre ocorram, vejam a volta por cima da Apple, que hoje tem valor de mercado superior a rival Microsoft. A Rede Social, apesar de possuir o mesmo espírito de exaltação de nerds vs mauricinhos, termina por ter uma carga mais dramática, destrutiva, possivelmente derivado da obra em que o filme se baseia: Bilionários por Acaso, do escritor Ben Mezrich. Essa auto-afirmação revanchista fica bastante clara no discurso que Sean Parker - o falastrão e também verborrágico fundador do Napster, interpretado por Justin Timberlake, que mandou muito bem, acredite - recheado de nossa geração (nerds viciados em computador) vs os tubarões investidores que exploram os criadores de idéias geniais. É como uma vingança dos foram passados para trás durante a Bolha da Internet.

Eu particularmente não procurei saber, mas pelo que li, o filme (e o livro) não deve ser encarado como um documento que prima pela realidade, que conte factualmente como foi criado o Facebook, já que Mezrich se apoiou unicamente nos depoimentos de Eduardo pra construir sua história. Mas é possível enxergar conceitos e sacadas que Mark teve durante a fase de idéias, e creio ser essa parte próxima da realidade. O lance do status de relacionamento, a exclusividade, a importância de ter pessoas próximas a você lá… são essas inserções que tornam o filme realmente interessante, amplificando-o para se tornar mais que um mero filme de tribunais e relacionamentos - ou uma jornada de ascensão, como naqueles velhos filmes de gângster. Também existem sacadas do tipo “A Internet não é escrita a lápis, Mark, e sim, a caneta”, frase dita pela namorada de Zuckerberg depois que ele escreveu um monte de merdas a respeito dela após tomar um pé na bunda.

 

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O conjunto mostra um filme correto, que se permite alcançar a excelência em raros momentos. Me parece ser o tipo de filme pra agradar os velhinhos da Academia Cinematográfica Americana, que se agarraram a ele para não declararem A Origem como o filme do ano. Os méritos ficam pra David Fincher e o ainda não citado Trent Reznor (um dos meus ídolos, fundador do Nine Inch Nails), que fez uma poderosa trilha sonora recheada de climas pesados e computadorizados que combinam com o estilo narrativo contemplativo de Fincher - além do peso de Reznor, a trilha ainda achou espaço para me relembrar de California Uber Alles, clássico punk do Dead Kennedys. O filme passa longe do hype criado em torno dele e provavelmente será mais lembrado por ser o filme da maior rede social do mundo do que um produto cinematográfico de primeira grandeza, além de mostrar que o criador do sinônimo de sociabilidade na era da internet, na verdade é anti-social.

 

The Social Network (EUA, 2010)

Diretor: David Fincher

Duração: 120 min

Nota: 8

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

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Férias, seus putos

 

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Sim, chegou mais um fim de ano e como era de se esperar de um quase-jornalista-diplomado-preguiçoso… fim de ano pede férias. Como nossa habitual retrospectiva rola em agosto, no dia do Aniversário do NSN, não vou escrever muito aqui.  Foram 722 posts esse ano (frente aos 1174 do ano passado), e espero ter mantido a qualidade, a ousadia, a acidez e a transmissão de conhecimento que todos já esperam do Nerds Somos Nozes. Creio que deu pra perceber que não tenho mais a disposição ferrenha e insana de antes, mas creio ter achado um equilíbrio esse ano. Tem bastante texto, e consigo bastante tempo livre.

Ano que vem termino minha faculdade. Com ela, a Idade da Vagabundagem Justificada provavelmente terminará, e não sei como será minha vida depois daí. Pretendia fazer mestrado em Comunicação, mas já mudei de idéia e penso em fazer outra faculdade - de Psicologia (quem vê assim, pensa que morro de amores por universidade). Só não sei se continuarei sem emprego fixo, como estou por quase dois anos. No fim das contas, o NSN continua… só minha vida de free lance que talvez não siga o mesmo caminho.

A essa altura vocês devem estar se perguntando o que rolou definitivamente com a Mob Ground. Infelizmente tivemos uma série de contratempos nesse fim de ano, aliado a uma indisposição de certas empresas com veículos iniciantes. Como disse da outra vez, estávamos com nosso orçamento bem fechado, mas duas das quatro empresas que estavam apoiando o projeto deram pra trás por motivos escusos, e ficamos com as pernas quebradas, já que todas as outras empresas que procuramos estavam com os orçamentos fechados. As matérias estão com uma qualidade ímpar, e com certeza serão publicadas, só não temos mais certeza se no formato que tínhamos planejado. E pra piorar, o timing está apertado, já que Eu e o Átila, ano que vem, faremos nossos TCCs, e vocês sabem o que isso significa.

Ao menos nessas férias, prometo (tá bom, não prometo, mas vou me comprometer) escrever três textos que venho adiando: o épico sobre Espionagem russa (que deve ser duplo ou triplo, e inclusive já comecei a escrever), mais dois Capetalismo, e talvez um sobre Epistemologia e Agnosticismo, fruto dos meus recentes estudos em Psicologia. Também resenharei A Rede Social e Cisne Negro (que ainda não vi) e vou zerar os montes de games que comprei. Fora isso, não quero fazer nada que pareça trabalho.

 

Bom, Eu espero contar com vocês - leitores e colaboradores - no ano que vem. Aproveitem as férias, imitem Harvey Pekar e mexam nos nossos arquivos, e quem for a Campus Party me dá um alô e compre um Red Bull em nome da amizade (pretendo voltar com os posts dia 10, só pra avisar).

Avatar FiliPêra

JapãzZzzZZzzzZZzzZz

Uma vez escrevi sobre como funcionam certos procedimentos sobre Trabalho do Japão aqui no blog. A rotina de alguns japoneses me pareceu exageradamente puxada, mesmo para a fama de trabalho intenso que alguns asiáticos possuem. Se Eu, que procuro trabalhar o mínimo possível, já tenho Síndrome de Sono no Ambiente de Trabalho, imagina pessoas que pertencem a um povo que tem a cultura da hora extra grátis entranhada no dia-a-dia?

O resultado, que me parece resultado de horas de trabalho, aliado a uma segurança que os ambientes públicos japoneses devem passar, você vê abaixo:

 

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[Via Haznos]

Avatar FiliPêra

Compre games indie e faça uma boa ação

 

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Enquanto os nossos caríssimos parlamentares colocaram na cabeça que games são coisa do demônio, os desenvolvedores pensam diferente. Uma iniciativa que mostra isso é o pacote Humble Bundle, que junta Braid, Cortex Command, Machinarium, Osmos e Revenge of the Titans, e dá pro usuário a opção de pagar o quanto quiser por ele. Isso mesmo, cinco games indie de primeira (ao menos Braid é um clássico moderno, os outros infelizmente não joguei, mas pelo que li parecem ótimos) pelo preço que você quiser pagar.

É a segunda vez que rola algo assim - a primeira rolou em maio - e o funcionamento é o mesmo: você escolhe quanto quer pagar pelo pacote, e ainda divide o dinheiro entre desenvolvedores e as instituições sem fins lucrativos - Electronic Frontier Foundation e Child’s Play Charity - da forma que desejar. Depois de confirmar a compra, você recebe um email com um link pra baixar os games quantas vezes quiser.

Ah, nenhum deles tem DRM e todos funcionam em Windows, Linux e Mac. Só não ajuda quem não quer! Clique AQUI para comprar os games, a promoção vale até o Natal e já arrecadou US$ 1,309,586.77.

 

[Via MeioBit Games]

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Avatar Felipe

Metroid: Other M

 

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Depois de três jogos extremamente bem sucedidos com visão em 1ª pessoa, a Nintendo resolveu que era hora de trazer Samus Aran de volta à 3ª pessoa, em Metroid: Other M. Não apenas isso, a Big N aproveitou o game para fazer algo que não se vê muito nas franquias da empresa: investir na história e em diálogos falados. Nem Zelda, que é um RPG, tem uma história muito elaborada. Junte-se a isso uma jogabilidade que utiliza muito bem o wiimote para misturar 1ª e 3ª pessoa e o novo Metroid poderia ser o melhor jogo do ano para Nintendo Wii. Infelizmente, as coisas não saíram tão perfeitas assim.

Antes de mais nada, é bom deixar claro que Metroid: Other M é um jogo excelente e seria perfeito se não carregasse o peso de uma franquia famosa. Além disso, ele tinha a missão de tentar ser, pelo menos, tão bom quanto a trilogia Metroid Prime, que conseguiu inovar na jogabilidade e ainda manter o espírito de Metroid. E é justamente nesse ponto que Other M falha, a série acabou sendo descaracterizada demais nesse game, o que pode acabar afastando os fãs mais xiitas da série.

 

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A primeira mudança que chama a atenção é que Samus agora fala. Isso por si só não seria um defeito, mas o problema é que a dubladora escolhida para a tarefa tem uma voz muito menininha. Essa dublagem, somada a algumas situações que ocorrem durante o jogo, acabam deixando a caçadora de recompensas frágil demais. Eu sempre imaginei Samus como a tenente Ripley, da cinessérie Alien, e foi um balde de água fria ver a Samus choramingando. Quanto à história em si, ela não é muito original, mas se torna interessante por mostrar um pouco do passado da heroína e os motivos que a levaram a abandonar o exército da Federação Galáctica.

Se o game peca na execução da história e na personificação de Samus Aran, o mesmo não se pode dizer da jogabilidade, que está muito boa. Quando saíram os primeiros trailers, mostrando como funcionaria a mudança de terceira para primeira pessoa (bastando apontar o wiimote para a tela), muitos jogadores começaram a se perguntar se a resposta dos controles seria satisfatória. E, felizmente, a resposta é sim. A mudança entre as duas visões acontece rapidamente e adiciona um tom estratégico em certos combates, já que os mísseis só podem ser disparados em 1ª pessoa e não é possível movimentar a personagem nessa visão.

Outra inovação é que agora é possível recarregar os mísseis, bastando segurar o wiimote para cima e apertar o botão A. Em menos de uma hora, o jogador já está totalmente familiarizado com os comandos e alternando entre os controles com naturalidade. Metroid: Other M é mais um game que mostra todo o potencial dos controles de movimento, basta as produtoras serem mais criativas e pararem de fazer apenas jogos de tiro. O único ponto fraco é a falta de um direcional analógico no wiimote. Controlar a Samus com um controle digital, em um ambiente 3D, é tarefa árdua em certas partes.

O combate agora está mais mortal do que nos outros Metroids, afinal, o jogo foi feito pelo mesmo time responsável por Ninja Gaiden. Os inimigos derrotados não deixam mais recarregadores de energia. Agora para recarregar o life é necessário entrar em algum save point ou estar perto da morte, o que permite recuperar energia usando o mesmo procedimento de recarga dos mísseis. Além disso, alguns inimigos causam um dano absurdo, sem contar que a maioria deles vêm em bandos agora. Alguns chefes chegam a tirar dois ou três tanques de energia de uma só vez. Para compensar a dificuldade, Samus conta com novos movimentos de combate. Ela pode, por exemplo, subir em cima de certos monstros para disparar um golpe mais potente, acabando mais rápido com a luta. Outra inovação é que alguns inimigos ficam atordoados depois de certa quantidade de dano. Nesse momento, basta se aproximar do inimigo caído e apertar o botão de ataque para Samus executar um golpe de finalização. Também é possível desviar de ataques, bastando apertar o direcional um pouco antes de ser atingido.

 

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Com gráficos e jogabilidade excelentes e uma história razoável, Metroid: Other M tinha tudo pra ser um dos melhores games do ano, mas as várias mudanças na série comprometem a diversão dos fãs. Por mais divertido que o jogo seja, em diversas partes eu me pegava reparando nos detalhes que foram modificados, o que impedia uma imersão mais completa no game. Quem nunca jogou algum Metroid tem tudo pra se divertir muito mais com essa nova versão.

 

Plataforma: Wii

Produtora: Nintendo

Nota: 7,5 (por causa das mudanças na série) e nota 9 como um jogo isolado

Avatar FiliPêra

FARRAZINE #19

 

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Como já é de praxe, aí está mais uma edição do nosso zine favorito. E como o release tá aí abaixo e tudo mantém a qualidade costumeira, vou só fazer o jabá e incentivar vocês a lerem meu texto com uma pequena análise filosófica de Clube da Luta.

 

Fechamos o ano de 2010 destacando os artistas nacionais. Veja a prévia da HQ Natal – Terra de Ninguém, com roteiro de Miguel Rude e arte de Wendell Cavalcanti. Entrevistamos o renomado e premiado cartunista Jean Galvão e estivemos na Rio Comicon, trazendo uma cobertura diferenciada. Diretamente do site Papo de Gordo, conheça o personagem MorsaMan, com roteiros de Lucio Luiz e arte de Flávio Soares. Confira os últimos lançamentos da PADA para aumentar sua coleção de HQ’s. Temos ainda Clube da Luta, Janis Joplin, King’s Quest, contos e muito mais...

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A Fortaleza da Solidão da natureza

Como tá chegando o fim do ano e tô passando a régua em todos os posts que tinha rascunhado e não necessariamente terminado, muita imagem vai aparecer. Essas abaixo se encaixam nessa categoria. São flocos de neve super ampliados num microscópio. Quem pensou que a neve é uma forma da natureza produzir são fractais que parecem a Fortaleza da Solidão, pensou o mesmo que Eu.

 

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Tem mais no primeiro link.

[maZm via Dark Roasted Blend]

Avatar Voz do Além

Trovoada grega: ou a segunda melhor foto do ano

 

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Clique para ver maior

Essa belíssima foto foi composta no Estacionamento do Estádio Olímpico de Atenas. Foi feita em 30 minutos, com 42 fotos que capturaram 51 relâmpagos. Para os aficionados por fotografia, a câmera usada foi uma Canon EOS 550D.

Bom, a melhor foto do ano continua sendo ESSA - também com raios, lógico!

 

[Via Gizmodo]

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Avatar FiliPêra

(Provável) Melhor filme dos próximos anos: The Irishman (UPDATE!!!)

 

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Robert De Niro é meu ator favorito de todos os tempos e Martin Scorcese é o meu diretor favorito de todos os tempos. Não tem nada que mude isso. Sei que Kubrick, por exemplo, tinha mais técnica que Scorsese, e que Brando literalmente sumia em todos os papéis dele… mas esses dois não são Martin Scorsese e Robert De Niro. Ser melhor é diferente de ser favorito, na minha visão. Minha HQ favorita é (como vocês estão carecas de ler) Os Invisíveis, mas Do Inferno, por exemplo, é mais bem escrita em muitos aspectos. Donkey Kong 2 é um dos meus três jogos favoritos de todos os tempos, embora reconheça que Metal Gear Solid é melhor em muitos aspectos.

Scorsese e De Niro formaram a melhor dupla da história do cinema. Pelo menos três clássicos eternos - Taxi Driver, Os Bons Companheiros e Touro Indomável - têm os nomes dos dois nos créditos. Até os filmes considerados menores feitos pelos dois - como Cassino - são anos-luz melhor que 99% do cinema recente! Infelizmente, depois de Cassino, a parceria dos dois chegou ao fim. De Niro fez vários filmes ruins, dirigiu um bom - O Bom Pastor - e tava condenado ao ostracismo. Scorsese fez dois filmes medianos com seu novo ator preferido - Leonardo DiCaprio - antes de mandar o fodônico Os Infiltrados.

Agora os dois se reencontrarão. Li a notícia com o mesmo entusiasmo se lesse que a Nintendo tava comprando a Rare novamente, e faria jogaços no nível de Conker’s Bad Fur Day mais uma vez - a Nintendo seria Scorsese e a Rare o De Niro. Por isso, os outros filmes passam a ser menos importantes a partir de agora, quando foi anunciado oficialmente que The Irishman, o filme que reunirá os dois novamente, de fato está sendo produzido.

O longa - baseado no livro I Heard You Pant Houses, de Charles Brandt - contará a história de Frank Sheeran, um veterano da II Guerra que se torna assassino da Máfia, e estaria envolvido no assassinato de um líder sindical. Um boato diz que Al Pacino e Joe Pesci estão cotados pra produção… e se isso se confirmar, tire o “dos próximos anos” do título do post e coloque “de todos os tempos”.

UPDATE: Robert De Niro CONFIRMOU o boato sobre a presença de Pacino e Pesci no filme. Aí amigos, pode parar o mundo depois desse filme!

[Via G1]

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[Pipoca e Nanquim] Making of

Prestes a completar a marca de 50 videocasts publicados, o Pipoca e Nanquim vai para traz das câmeras revelar os bastidores da coisa toda! Para aqueles que sempre tiveram curiosidade em saber como é o estúdio de filmagem e quem são os membros da equipe de apoio, eis as revelações.

Muitos de vocês já devem saber que o Pipoca e Nanquim agora também possui podcast (se ainda não conhece, ouça AQUI), que está indo para o quinto programa, e aproveitamos esse making of para revelar também os bastidores dessa nova atração, muito diferente do programa em vídeo.

Todas as gravações são feitas nos estúdios de Rádio e TV de uma universidade na cidade de Araraquara, São Paulo (a Uniara), junto a pessoas muito empenhadas em nos ajudar a produzir um programa legal sobre cinema e quadrinhos.

Clique no play abaixo e acompanhe um dia de gravações do Pipoca e Nanquim.

 

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

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[Pipoca e Nanquim] Religião

Por Pipoca e Nanquim 

 

49 - Religião - Pipoca e Nanquim - Cinema e HQs por pipocaenanquim no Videolog.tv.

Se na semana passada o assunto foi o Inferno, hoje fomos até o outro extremo e falamos de obras de Religião! Mas não nos focamos em uma única religião, diversificamos o assunto e falamos de várias crenças, como cristianismo e budismo, sem qualquer tipo de apologia.

Parece chato, mas não é, tem muito material bom com o tema. Em filmes, vocês têm que assistir o clássico Ben-Hur, O Pequeno Buda e a comédia A Vida de Brian (risada do começo ao fim, genial!). Mas foi nos quadrinhos que nos concentramos mais dessa vez. Pra quem curte histórias de conspiração envolvendo cultos e sociedades secretas, estilo Código da Vinci, não pode deixar de ler Rex Mundi e Revelações, da Devir! Falamos das obras-primas do underground Robert Crumb e do japonês Osamu Tezuka, Gênesis e Buda, ambos da Conrad. E muito mais coisa boa, como o nacional Yeshuah e as antigas histórias do Espectro pela Ebal. Esse programa pode te surpreender com tanta coisa legal sobre um assunto delicado como esse.

Ainda nesse programa, bem no finalzinho, após os créditos, uma noticia bombástica para quem curte literatura e curte o Pipoca e Nanquim. Fiquem após os créditos, não vão se arrepender. Sério.

Abraços!!

Avatar FiliPêra

Tron Sexy

 

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Desde que Tron: O Legado espalhou seu azul estilo Klaxons pelo mundo, não se fala em outra coisa. Ajuda o fato do Daft Punk resolver fazer uma trilha animalescamente sensacional para o filme, e um (dos poucos) sucesso(s) da temporada estão garantido. A Playboy americana não quis perder a maré, fez a ligação óbvia nerds-putaria e produziu um ensaio sensual com o tema do filme. O resultado ficou lindão, com cenários irretocáveis, e mulheres deliciosamente robóticas. O único senão fica por conta do fato que as fotos com a nudez genuína são exclusivas pra assinantes. Se Eu acha-las depois, faço um update nesse post!

AQUI tem o ensaio completo com making of e tudo, e AQUI um wallpaper lindo de morrer (que estou usando nesse momento).

 

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[Via Geekologie]

Avatar Voz do Além

O Casemod mais assustador da história

Alguns nerds pegam pesado quando o assunto é casemod, construindo verdadeiras maluquices somente pra ficar jogando Pinball do Windows depois - vi alguns na Campus Party desse ano. Mas quando um russo insano entra na área, o resultado é o Devastator, esse totem que você vê abaixo. Segundo o construtor dele (dá pra ler sobre mais detalhes da construção AQUI, via Google Translator), é uma homenagem ao Transformer de mesmo nome!

 

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[Via Kotaku]

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Avatar Colaborador Nerd

Donkey Kong Country Returns

Por Synthzoid, do Nerdexploitation, Geekeria, Alucinação Coletiva

 

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Recentemente a Nintendo voltou com o revival dos games de plataforma, gênero característicos da era 16-bits, que nos trouxe ótimas memórias através de títulos como Super Mario Bros, Sonic, Ninja Gaiden, Mickey Mania – que na época, Disney nos Vídeogames era sinônimo de qualidade - e Donkey Kong, que é objeto desta resenha.

O primeiro Donkeu Kong Country, lançado em 1995, foi uma febre não apenas por re-imaginar um personagem clássico dos primórdios da Nintendo, ou até mesmo por refinar ainda mais o gênero de plataforma, mas também por trazer uma direção artística incomum pra época, com gráficos em 3D pré-renderizados (algo inovador há 15 anos) e trilha sonora de categoria. O jogo trazia a dupla Donkey e Diddy Kong, personagens com uma personalidade marcante, estilo despojado e jogabilidade distinta, a dupla tirava onda, atazanava os inimigos e partia em uma jornada para resgatar suas bananas roubadas.

A série vingou, gerando duas seqüências diretas e um jogo estilo Banjo-Kazooie para o Nintendo 64, além de uma série de participações. O grande hiato, para a decepção dos fãs, ficou por conta da aquisição da Rare, a empresa responsável pelo desenvolvimento do jogo, por parte da Microsoft.

Claro, que pro deleite dos Nintendistas, a Rare, como subsidiária da Microsoft, nunca mais conseguiu produzir um jogo a altura dos sucessos que emplacaram as vendas do Super Nintendo e Nintendo 64, coisa que levou a Nintendo, em partes, a voltar com os investimentos em seu portfólio de personagens.

Na E3 desse ano, a exposição de um trailer sobre um novo jogo da série, com gráficos atuais e jogabilidade de plataforma, sob o título de Donkey Kong Country Returns, desenvolvido pelo Retro Studios, animou as esperanças dos fãs da série, e agora, quase um ano depois, nós podemos conferir o resultado deste jogo tão antecipado, e, cara, pra você que conheceu a época do Super Nintendo, o negócio não decepciona.

Jogabilidade

Para um game de plataforma, este é o quesito mais importante, repetindo o que nós vimos em New Super Mario Bros Wii, a interação com o controle é simples, virando o Wiimote na horizontal, você usa o direcional e dois botões, além de ocasionalmente sacudir o controle para executar ações especiais.

Os comandos são bem precisos e vão exigir do jogador precisão nos saltos e corridas, para não cair na monotonia, quase todas as fases trazem para você um artifício ou uma novidade inesperada para incrementar a situação, espere ser alvo de balas de canhão, krakens famintos, maremotos e etc. E para a nossa nostalgia, as fases envolvendo os carrinhos de trilho voltaram, ainda mais insanas e difíceis que as originais, exigindo reflexo e memorização dos caminhos. Outra coisa legal é a adição das fases onde Donkey Kong pilota um foguete pra lá de volátil, tendo que controlar a direção dele através de um só botão.

 

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Por mais que todas essas novidades possam atrair novatos para o gênero plataforma, DKCR exige muito do jogador. Até mesmo os mais veteranos, forjados na época do Nintendinho, vão encontrar dificuldades (ou deleite masoquista) em algumas fases, espere perder mais de vinte vidas em algumas ocasiões, sério, eu passei por isso. Similar ao citado New Super Mario Bros Wii, o jogo apresenta uma opção de Super Guia, quando o jogador perde mais de oito vidas em uma fase, é oferecida a opção de ver a trajetória da fase através de um boneco controlado pelo computador, coisa que pode ajudar novatos e pessoas com dificuldade pra compreender as rotas na fase.

Cada fase apresenta colecionáveis, além das clássicas letras que formam a palavra “K-O-N-G”, o jogo tem peças de quebra-cabeças que quando completadas abrem novos itens no menu de extras, o que influi muito no fator replay.

A única coisa que senti falta foi a ausência de controlar Diddy Kong. Embora ele esteja presente no jogo, como o fiel parceiro de Donkey Kong, sua participação ficou limitada a servir como um Power-Up para o DK, quando você pula, apertando novamente o botão, Diddy Kong aciona um foguete que permite que o jogador plane por alguns instantes pela fase, caso morra, ou perca life o suficiente, Diddy Kong abandona a fase e só pode ser recuperado se o jogador encontrar seu barril.

Em termos de jogabilidade, DKCR não deixa a desejar, mostrando para a indústria de games que embora gráficos e roteiros sejam itens importantes, a jogabilidade e capacidade de inteiração que um usuário deve ter com o jogo também deve ser prioridade. Nota 9,5

Gráficos

Simples e bem feitos, não espere a saturação de luzes e as imagens fotogênicas da geração atual. Como o jogo é plataforma, as fases seguem um desenvolvimento de side-scrolling, porem isto não impediu os desenvolvedores de trazer riqueza em detalhes e cores, tudo ocorre em perfeita sincronia, os objetos balançam, a iluminação é presente e bem explorada e algumas fases são verdadeiros colírios para os olhos.

Logo no primeiro mundo temos uma fase que se passa durante o por do sol, e tirando detalhes em vermelho e dourado, tudo que nós podemos observar é a silhueta dos personagens e elementos na tela, fases depois, o mesmo efeito se repete através de névoa, demonstrando toque artístico por parte dos programadores.

Outro ponto legal é como o jogo trabalha com a noção de profundidade, deslocando o personagem pro fundo da tela e retomando a ação dali. No princípio isto pode causar estranheza, ainda mais em momentos de ação e correria, mas acaba adicionando uma surpresa a mais para o jogo!

Embora o Wii não possua o melhor processamento gráfico do mercado, isto demonstra que muitas vezes, o aspecto visual pode ser buscado de outras maneiras, muitas vezes, o que é limitação pode ser convertido em vantagem, e é isso que diversos jogos do Wii tem apresentado. Nota 10

Som

Uma informação legal, todas as trilhas do DKC original estão presentes nesse jogo, remixadas, uma pessoa mais atenta pode até sacar a semelhança durante uma partida, tirando isto, o game não apresenta diálogos – e na moral? Nem precisa... – e os SFX fazem jus ao caráter cômico do jogo, a ambientação sonora ajuda a envolver o jogador e não decepciona, em fases cujo a temática é floresta, podemos escutar pássaros e as folhas sacudindo com o impacto, nas cavernas, o som produz eco, uma coisa importante e que me agradou muito, é o que ritmo de algumas trilhas cresce/diminui conforme a ação na fase, ajudando a impactar emoção e reação no jogador. Poderia ser melhor? Não, pela própria proposta do jogo, onde se prioriza a diversão e jogabilidade e não uma experiência cinematográfica. Nota 9,0

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História

É nesse momento que encontramos alguns problemas, embora discutir canonicidade em Donkey Kong seja algo patético, a proposta do jogo é um apelo nostálgico, não? Encontramos rostos familiares, jogabilidade familiar, mas e o resto? Com a troca da desenvolvedora, ocorreram algumas mudanças criativas. A primeira está na mudança em relação aos antagonistas da série, se no passado nos divertimos com os Kremlings, os jacarés bípedes dos jogos originais, agora nós temos a “Tik Tak Tribe”, que, sinceramente, falta com o carisma de seus antecessores. Alguns inimigos também estão ausentes, como a famosa abelha gigante, terror de algumas seqüências de pulos. Somado a isto, está a ausência de personagens secundários na série, da família do Kong, apenas o velhaco Cranky Kong comparece. Cadê os outros famosos, como Dixie, Candy e Funky Kong? Até mesmo os companheiros animais sumiram, embora as fases apresentem diversidade, a presença deles adicionava um “a mais”, destes, só sobraram o clássico Rhino e o papagaio Squawks.

Embora o jogo seja excelente, a experiência teria sido bem mais agradável com a presença de mais personagens do universo Donkey Kong, sabe a história de ir numa balada que você sempre curtiu e ao chegar lá não encontrar nenhuma face conhecida? É mais ou menos isso! Nota 7,5

Considerações finais

Donkey Kong Country Returns é uma ótima pedida para este fim de ano, entusiastas da época 16-bits e fãs de jogos difíceis vão amar, gráficos simples e bonitos, jogabilidade impressionante e o senso de humor característico da série estão por lá, recomendo, garanto que não vão se decepcionar!

 

Nota: 9,5


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