Olá queridos leitores! Mais um ano começou e isso significa que é hora de botar os dedos no teclado, tomar vergonha na cara e voltar a postar coisas aqui no NSN.
Antes de começar mais uma das minhas resenhas, eu gostaria muito de pedir desculpas primeiro pela gigantesca ausência e depois pela diarréia digital que foi minha resenha sobre Sangue Quente. Sério, sinto muitíssimo e tenho até vergonha de saber que aquilo foi publicado, espero não ter perdido toda a credibilidade, se é que eu tinha alguma, com vocês.
Mas agora é ano novo e aparentemente vida nova, então é hora de começar mais uma resenha marota pra vocês!
Apesar dos milhares de lançamentos de animes nesses últimos meses eu optei por um que tem um lugar especial no meu coração. Publicado desde Janeiro de 2004 na revista Kadokawa Shoten's Comptiq e criado por Kagami Yoshimizu, Lucky Star é um mangá estilo Yonkoma (tiras com 4 quadros), o mesmo estilo de Azumanga Daioh! e Baby please kill me (séries essas que eu também pretendo resenhar em breve), que ganhou uma adaptação para a TV com 24 episódios e foi exibido entre Abril e Setembro de 2008, sendo lançado depois um OVA no mesmo ano.
Lucky Star é um anime sem roteiro pré-definido, ele conta o cotidiano das estudantes de colegial:
Konata Izumi - Uma otaku baixinha, calma, brincalhona (embora grande parte de suas piadas sejam de cunho masculino ou com referências a outros animes, mangás ou tokusatus) que prefere jogar videogame a fazer lição de casa (quem não prefere?) e apesar de ser muito atlética, não participa de nenhum clube de esportes na escola para não perder o horário nobre dos animes na TV. É órfã de mãe e seu pai é tão otaku quanto ela, a ponto dos dois discutirem em qual roupa de lolita uma apresentadora Idol de TV japonesa ficaria melhor. Isso sem contar a fixação do pai de Konata em fotografar colegiais para sua coleção.
Miyuki Takara - Uma menina curvilínea, rica, educada, comportada e extremamente inteligente e desastrada. Apesar das qualidades, não desperta inveja nas demais meninas por ser muito graciosa e gentil. Tem pavor de objetos estranhos dentro dos olhos por isso prefere usar óculos a colocar lentes de contato e também morre de medo de dentistas. Miyuki quando concentrada numa tarefa se esquece do restante do mundo, a fazendo parecer desligada ao ponto de ter que re aquecer uma bebida no micro-ondas mais de uma vez e sua mãe tem o mesmo problema que ela.
A gêmeas Hiiragi
Tsukasa – São as filhas mais novas de uma família de seis pessoas, e como todos os gêmeos bivitelinos, têm personalidades diferentes. Tsukasa é desligada, não é boa nos esportes e quando tenta estudar tanto quanto sua irmã, logo desiste por causa do sono, é colega de sala de Konata e seu penteado com a fita amarela faz com que Izumi e demais otakus, a comparem com a personagem Akari Kamigishi do jogo de simulação de encontro To Heart. A semelhança é tanta que, quando a jovem vai a Akihabara, Kagami tem que defendê-la de otakus e suas poderosas lentes fotográficas, Konata não ajuda muito a aliviar a barra da garota tanto que dá de presente a Tsukasa o uniforme que Akari usa no anime.
Kagami – É definida por Konata como a Tsundere da turma, Tsundere para o que não sabem, é um tipo de personagem feminino que passa a impressão de detestar uma pessoa de quem ela gosta muito, geralmente é bruta ou severa para com a mesma, têm uma personalidade forte e meio masculina. Exemplos de Tsunderes são a Anna de Shaman King ou Taiga de Toradora!.
Kagami é estudiosa e séria na maioria do tempo, passa mais horas na sala da irmã gêmea do que na própria, o que a faz ser mais conhecida no ambiente de estudo de Tsukasa. A gêmea mais velha vive sendo irritada por Konata mas no fundo gosta muito da amiga, apesar da aparência dura e atitudes maduras, Kagami tem um lado doce e feminino, que é mostrado numa viagem escolar. Assim como Konata, gosta de jogar videogames e ler Light Novels a ponto de entrar numa disputa com a amiga.
Okay, dadas as devidas apresentações hora de dissecar o anime!
Como foi dito previamente, Lucky Star não tem roteiro pré-definido, ele segue o cotidiano das estudantes e situações decorrentes da rotina, claro que tudo com um toque de comédia e uma tonelada de referências a animes, idols japoneses ou tokusatsus. Seguindo o mesmo estilo de Ouran High School Host Club, Lucky Star não precisa ser assistido na ordem cronológica, o que torna o anime mais dinâmico e você não precisa se preocupar em relembrar acontecimentos de 3 episódios atrás, não que isso seja algum problema.
No final de cada episódio é exibido o Lucky Channel uma espécie de programa sobre o anime apresentado pela Idol Akira Kogami e por seu assistente Minoru Shiraishi, sim o dublador de Taniguchi de Suzumiya Haruhi no Yuutsu interpreta a si mesmo no anime e se me permitem dizer, ele é incrível. No programa, a Idol Akira, que aparentemente é fofa e simpática, lê cartas de fãs do anime, apresenta personagens e comenta os episódios, no entanto ela se irrita facilmente e demonstra uma personalidade completamente diferente da mostrada no começo do programa.
Parte disso vai do fato de que Minoru fica cada vez mais popular no programa, chegando a fazer aparições no anime e invocando cada vez mais a fúria de Akira. É sensacional, e Minoru é muito cativante. Logo após a exibição do Lucky Channel, entra em cena os encerramentos, a princípio são as garotas cantando no Karaokê e confesso que escorreu uma lágrima de nostalgia quando Konata cantou, com vigor, a música de abertura de Dragonball Z, depois disso a coisa perde a noção ao ponto de um dos encerramentos ser Minoru Shiraishi de peruca dançando e cantando num estacionamento.
Uma história “paralela” em Lucky Star é a da loja, localizada em Akihabara, Anime Tenchou em que os membros da mesma, todos desenhados no estilo referente a animes de ação com topetes grandes, traços mais grossos e muitas sombras, tentarão vender alguns de seus produtos para a Lendária Garota A, ou no caso para Konata Izumi. As visitas da estudante a loja são sempre engraçadas, e recheadas de referências a animes clássicos como Gundam ou atuais na época do lançamento de Lucky Star, como Code Geass.
Ta ai um ponto forte mas ao mesmo tempo fraco de Lucky Star, se o espectador, ou Fansubber, não souber muito sobre animes clássicos ou na época em processo de lançamento, parte da graça de Lucky pode ir embora. Eu mesma fui pesquisar qual era a maldita propaganda do shampoo Temotei que Konata se refere no episódio da viagem à praia, confesso que após descobrir a graça da referência fiquei aporrinhando minha colega de trabalho durante bom tempo com a imitação de Izumi.
No decorrer do anime mais personagens são apresentadas a trama e ficamos sabendo sobre a história de amor dos pais de Konata, Lucky Star não tem nenhum momento relativamente sério ou perturbador, é um anime leve e engraçado, é uma comédia pra você se divertir assistindo. Eu recomendo muito se você procura algo simples mas que te cativa, alguns podem achar o roteiro non sense demais, vide o primeiro episódio logo de cara quando Miyuki, Tsukasa e Konata discutem qual é o melhor jeito de se comer um cone de chocolate e a diferença entre resfriado e gripe. Deem uma chance ao anime, assistam pelo menos dois episódios e se não gostarem depois pelo menos vocês tentaram assistir.
Lucky Star conta com personagens de personalidades características ou pode-se dizer estereotipadas, Konata é a otaku relaxada viciada em games e mangás, Kagami é a Tsundere severa e dura mas que no fundo tem bom coração, Tsukasa é o oposto da irmã, é a garota desligada e inocente já Miyuki é a menina inteligente e desastrada tento atributos que são definidos como fator Moe. Moe é um conjunto de características que podem ser bonitinhas, adoráveis.
Além das quatro principais, mais seis estudantes são apresentadas à trama incluindo uma parente de Konata, Kobayaka Yukata, e uma americana que esta no Japão por intercâmbio e trabalha com Konata no mesmo Cosplay Café (um café onde as garçonetes fazem cosplay de personagens de animes em voga, ou não, com direito a performance, no caso a dança Hare Hare Yukai. Não só se vestir mas as garotas também interpretam o personagem, como é mostrado no episódio em que Kagami e as demais vão visitar Izumi no seu novo trabalho).
Um dos vários animes citados ao longo de Lucky Star é a série de Suzumiya Haruhi, incrivelmente popular no Japão e no ocidente, e muito disso também se deve ao fato de que alguns dos dubladores de Lucky Star também cederam suas vozes para o anime como a dubladora de Konata, que empresta a voz para a própria Suzumiya Haruhi, e Minoru Shiraishi como foi dito alguns parágrafos acima.
Finalizando, Lucky Star é divertido, aleatório, engraçado, simples, carismático e cativante. Foi um dos animes que fez pesar o coração uma vez que eu acabei de assistir o último episódio e o OVA, eu geralmente não teria assistido logo de cara porque julgo um pouco o traço do desenho, se convém eu dou uma chance ou se eu faço uma breve pesquisa sobre o mesmo, ainda bem que me interessei por Lucky Star.