O Wii tanto ajuda quanto atrapalha

 

Quando Kaz Hirai repetiu pela enésima vez que o Wii não era o líder do mercado de videogames, simplesmente por não ser um videogame, eu ri bastante. Parecia as velhas palavras de alguém que estava engolindo a arrogância que destilou anos antes, quando a nova geração de videogames estava sendo lançada. Apesar de ainda achar as palavras dele absurdas, principalmente para um cara na posição dele, começo a ver um certo sentido no que ele disse. Olhe os dois casos antagônicos abaixo e veja se não tenho um pouco de razão.

Daniel Alvarez, de 21 anos, parecia um cara comum do Texas (tá bom, por lá as coisas não são comuns). Tinha um Wii, uma namorada chamada Cristina Alvarado, e parecia feliz. Parecia… Após uma discussão motivada pelo fato de Daniel ter comido todos os biscoitos de Cristina, ele decide que não é hora para DR, não pensa duas vezes e enrosca seu Wii Mote, aliado ao Nunchuck, no pescoço da namorada e aperta. A Cristina não era besta e acertou Daniel no olho, certeiramente. Ele se desvencilhou e ela consegui fugir e chamar a polícia.  Daniel ainda fugiu, mas foi facilmente capturado, e levado pra grade.

Ele foi enquadrado (trocadilho infame detected) no crime de agressão e lesão corporal, e aguarda julgamento numa penitenciária local. A fiança? 40 mil dólares; o suficiente para comprar muitos Wiis.

Já no Japão a coisa muda de figura. O Wii serve para outras coisas além de estrangular namoradas raivosas por causa de biscoitos. O videogame da Nintendo ajuda a polícia. Os policiais da cidade de Kanagawa ao invés de utilizarem os famosos desenhos bizarros de retrato-falado, utilizaram o construtor de avatares do Wii para gerar a imagem de um suspeito. E o pior: não há dados adicionais do bandido, somente esse Mii espalhado pela cidade, no melhor estilo velho-oeste. Isso só mostra como o videogame da Nintendo está arraigado na sociedade nipônica.

 

Como disse Kaz Hirai com todas as letras, parece que o Wii não é só um videogame. É muito mais. Além de ser usado em hospitais, para fazer crianças se divertirem; em asilos, para ajudar velhinhos a ajustar a coluna; na Casa Branca para espionar Obama… o Wii agora ganhou mais duas funcionalidades: arma, e arma contra os que usam arma indevidamente. Creio que nem Shigeru Miyamoto esperava por essa.

[Via Kotaku & Kotaku]