O mundo pode ser um lugar irônico às vezes. No presente momento, temos duas forças conflitantes no mundo da propriedade intelectual. De uma lado temos os velhacos que perceberam que não ganhariam mais dinheiro como antes, graças ao sumiço dos CD’s e o aparecimento de bandas que colocam suas músicas diretamente no MySpace; e do outro, gente com espírito guerrilheiro, que não teme prisões, faz o que gosta e ajuda milhares de pessoas a adquirirem material via meios não-tão lícitos (ficou até poético).
Pois um desses manés que caçam os supostos pirateiros (que não estão nem aí, principalmente pelo fato que só se fortalecem com as acusações), acaba de entrar na grade por, ironicamente, vender CD’s piratas. E não foram uns dez CD’s numa banquinha de camelô; o cara tinha mais de 5 mil CD’s e DVD’s piratas em suas três LOJAS. O nome do meliante é Carlos Gomes, que tem 54 anos. E sim, o cara chegou a PRESIDIR a Associação Goiana de Combate a Pirataria de CDs e DVDs, e era um dos empresários do ramo da música mais respeitados da capital goiana.
Mas, o indivíduo era tão cara-de-pau que fez ainda pior. Ele não simplesmente vendia produtos falsificados, ele os vendia fazendo-os passar por originais. E, como mentira tem perna (de pau) curta, uma cliente tratou de denuncia-lo, após comprar um CD em uma das lojas Som Livre (plágio!), de propriedade de Carlos.
O delegado adjunto do caso, Otacílio de Oliveira, pertencente a Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Consumidor (Decon), contou ao IDG! Now como foi a denúncia que levou a prisão de Carlos:
"A cliente havia comprado o CD como original, em promoção por 15,90 reais e organizado uma festa para o cantor, que é seu amigo. Quando foi pedir o autógrafo no CD, o artista afirmou que não autografaria um CD pirata."
Putz… tem danos morais envolvidos ainda por cima! Bom, pode ser apenas um caso isolado, mas, com certeza, mostra que a mentalidade de certos envolvidos em “caçar piratas” não é tão “nobre” como eles mesmos batem no peito e gritam por aí.
[Via IDG! Now]
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