Tô convencido: vou comprar um aquecedor para minha casa, mesmo com o calor próximo dos 40º que faz por aqui. Uma nova Guerra Fria pode estar chegando, e já tem um certo tempo que estou falando isso (junto com mais um bando de paranóicos por aí). E o governo russo (sim, eles nunca cansam de fazer coisas malucas para eu escrever por aqui) começa a usar armas modernas nessa luta, coisa quase inédita na história do país, que geralmente opta pela força bruta (eficiente, sem dúvida) a métodos mais “inteligentes”.
O alvo da vez foi a ex-republiqueta soviética do Quirguistão, que na Guerra dos EUA contra o Afeganistão, optaram por mostrar aos russos que sabiam ser independentes e deixaram os os americanos construir sua principal base aérea na região. O governo russo chiou, esperneou, mas no fim das contas não pode fazer nada de muito significativo (o preço do petróleo subiria depois). Com a modernidade e a dependência mundial da internet, a coisa mudou de figura, e ataques contra países inteiros ficaram mais fáceis e mais baratos.
O governo russo-quase-soviético percebeu isso e colocou a tropa cibernética no front. Os soldados do Russian Business Network (como é chamada a milícia computadorizada russa), controladora da maior e mais poderosa rede botnet do planeta (isso se minhas teorias acerca do Conficker não se provarem reais) colocaram as mangas de fora, e foram fatais. Basta dizer que três quartos dos servidores do Quirguistão saíram do ar imediatamente e sem esforços maiores. E tudo com ataques de negação de serviço, os famosos DoS (Denial of Service).
Entretanto, a diferença desse ataque para o efetuado contra a Geórgia e contra a Estônia (em 2007) pela mesma organização, é que houve uma provocação. É como um ping sonoro que os submarinos efetuam antes de um ataque com a intenção de provocar, ou um vôo rasante intimidativo de um avião de caça. Aqui no caso, essa provocação se deve ao fato de que o ataque foi efetuado de computadores localizados na Rússia, diferente dos anteriores, que utilizaram redes botnet mundiais. Ou seja: deve ter dinheiro do governo na jogada. O motivo, além de tentar convencer o governo quirguiz de que ter bases americanas em seu território é mau negócio, parece ter haver com a situação política na região, já que certos grupos políticos anti-Moscou dependem da internet para se organizar.
Então, pessoal. Mesmo que não passe tudo de um exercício ciber-militar russo certeiro, para treinar a cada vez mais poderosa Russian Business Network, por precaução, compre um aquecedor. Tempos frios podem estar chegando por aí.
[Via Danger Room]
1 comentário
Virou rotina.
Até isso se tornar oficialmente um ato de guerra, não vão parar.
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