Estilosa. Essa palavra define a HQ Mesmo Delivery. Apesar de sua história (mesmo que curta) ser bem interessante e deixar um ótimo gancho para uma possível continuação, é o seu impecável estilo visual e a arte fantástica de Rafael Grampá que roubam a cena. Longe de ser verossímil, o seu traço é cativante e dinâmico. Na verdade, a impressão que tive foi de estar vendo frames de um filme do David Fincher, com suas tomadas impossíveis, e com a "câmera" passeando descompromissadamente por todo o cenário e mostrando algumas coisas, que já vimos antes, de uma forma nova e original. Com pitadas de arte nouveau e bastante vintage, Rafael Grampá troca as famosas achuras de movimento por elementos mais... artísticos.
O fruto de todo esse estilo é o personagem principal, um fã de Elvis com um visual meio "rockabilly", chamado Sangrecco. Acompanhado de suas facas, ele vai fazer miséria para entregar a famigerada encomenda, afinal, a Mesmo Delivery é a "pronta entrega que o diabo pediu a deus". Sua narrativa segue um estilo faroeste, fazendo referência a cenas clássicas do gênero, como o forasteiro que entra no “salon”, os duelo e as "donzelas" que habitam esse meio. Os tons de sépia e marrom completam o visual árido e desértico.
De contra-ponto, os diálogos são escassos, até porque, eles são quase desnecessários, pois os enquadramentos guiam muito bem o leitor para os pontos de interesse. De acordo com o autor, suas grandes influencias foram os seriados que assistia quando criança, entre eles está Além da Imaginação (eu particularmente não percebi nenhuma referência a Além da Imaginação), isso se evidencia no começo da HQ, que lembra muito as aberturas desses seriados. Explica também o "intervalo para os comerciais" que aparece no meio da história, formados por dois pôsteres de produtos fictícios bem no estilo vintage seguidos pelo aviso: "voltamos a nossa programação".
Resumindo: uma excelente HQ, com uma arte incrível, um personagem carismático e uma história com muito potencial. Comprem, leiam, e esperem pelo filme, que já teve os direitos vendidos.
Autor: Rafael Grampá
Páginas: 54
Nota: 8,0
8 Comentaram...
Parece interesante... Vai ter link no Anarquia?
Poxa, já tem nas bancas?... Ou melhor, tem alguma editora brasileira distribuindo o material?
Gostaria de ter essa revista em minha coleção e não em scan.
Nas melhores livrarias perto de você!!!
Melhor procurar em livrarias ou comic shop... bancas geralmente não pedem esse tipo de coisa.
Sabe, Bruner, a Mesmo me deixou com uma impressão de "está faltando algo", em vc tb?
"Melhor procurar em livrarias ou comic shop" Infelizmente, não existe esse tipo de mordomia na minha cidade... Tenho que acabar contanto com Scan... =/
contando*
Tá lá no Anarquia...
Uhul, tá no Anarquia? É nozes.
Poisé, para mim faltou algo. Achei que ela cria a expectativa de uma reviravolta no final mas fica no óbvio. Mas acredito que isso deva melhorar nos trabalhos futuros dele.
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