sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Avatar Voz do Além

Guerra nas Estrelas pode estar perto do fim

 

star-wars

Um dos conceitos mais amalucados da Guerra Fria (tirando os homens-macaco de Stálin) era o programa anti-mísseis denominado Guerra nas Estrelas, idealizado pelo velhote Ronald Reagan. Era basicamente um escudo para defender as bundas dos americanos  de mísseis bem colocados que os russos poderiam mandar em direção ao solo americano, em caso de uma guerra nuclear total. Na teoria a coisa era bonita e deixava Reagan ser um cara popular, mas, na prática a coisa só serviu para comer dinheiro dos pobres cidadãos. Para não dizer que foi de todo ruim, o programa serviu para as duas superpotências firmarem acordos com relação a anti-mísseis (para os soviéticos a coisa foi mais vantajosa, já que eles limitaram por tratado o poderio anti-míssil dos americanos, sem ao menos possuir um sistema equivalente).

Mas a Guerra Fria acabou (já repararam que qualquer assunto geopolítico exige citações dela), e com ela as coisas se complicaram. Não eram mais duas superpotências lutando por um lugar nas mentes e corações dos habitantes do mundo. Agora se tinha uma infinidade de grupos importantes, cada um querendo fortalecer as próprias posições. Com isso a queda de braço se complicou, e os EUA ficaram perdidos, ainda que reinassem supremos no mundo pós-Guerra do Golfo.

Durante muito tempo nenhum país sequer chegou perto de cogitar olhar nos olhos dos americanos. Hoje, com crises econômicas e guerras sem fim, a coisa muda de figura. Temos a China, que tem na mão toda a parcela importante dos títulos de dívida pública dos EUA. E, nos últimos tempos, foi a vez da Rússia voltar a se aventurar no campo geopolítico.

Durante o governo Bush as coisas não foram nada amistosas entre as relações russo-americanas. O problema era que os EUA ainda viam as coisas com a mentalidade da Guerra Fria. E um dos maiores venenos dessa relação era justamente o programa Guerra nas Estrelas, ou escudo anti-míssil, como alguns preferem chamar. Era tudo uma herança da maldita mentalidade frienta, de uma época dividida. Mas Bush mantinha o programa, e  encheu a Europa de mísseis. Em teoria era para impedir ataques provenientes do Irã, China e esses possíveis inimigos dos americanos. Mas a realidade se comportava de modo diferente, com mísseis apontando para o território russo, ao invés do Oriente Médio.

E isso causava problemas, como a eterna relutância dos russos de permitirem os ex-integrantes do Pacto de Varsóvia de integrarem a OTAN. Disse causava, pois a coisa pode estar próxima de acabar. Em seu discurso para o Parlamento, Barack Obama, o novo late-mais-alto dos EUA, deu a entender que o Guerra nas Estrelas… pode realmente ir para as estrelas (trocadilho infame detectado). Para ser mais exato, ele disse que é preciso ‘revisar o orçamento de defesa para que não paguemos por sistemas militares do tempo da Guerra Fria que não usamos nunca.’ Não são só palavras, mas, neste momento, existe uma deputada trabalhando para encerrar o programa.

Pode finalmente ser o começo de uma Operação Distensão (não encontrei uma definição correta na internet, a não ser em um livro militar russo que possuo. Basicamente quer dizer estender a mão para ajudar um antigo inimigo, para mante-lo mais perto e sob controle) por parte dos americanos, e uma nova era da geopolítica internacional (não que eu ache que os russos irão cair num plano desses. Creio que eles só irão aceitar acordos olhando os dois lados da moeda).

Ou isso, ou perceberemos que Vladimir Putin não precisa de motivos para brigar com os EUA.

 

[Via Pedro Doria]

1 comentário

Anônimo disse...

Yako comenta: Aparentemente os EUA estão desligando esse sistema arcaico de escudo anti-mísseis porque tem coisa melhor e pior na parada, outras tecnologias mais avançadas, sistemas de rastreamento instalados em navios e submarinos e podem usar o argumento da desativação do Guerra nas Estrelas para mostrarem que são bonzinhos, mas quem tem olhos de ver e ouvidos de ouvir sabe que Estados Unidos é só teatro e KAÔ. Mão de ferro em luva de pelica. No fundo continua a mesma coisa - por trás eles devem ter sistemas mais eficientes, mais destrutivos, mais medonhos, talvez um gigantesco Grill do George Foreman para assar a Rússia ou quem eles bem entenderem.
Inclusive a Rússia está por cima da mortadela, hein? Muitas reservas de petróleo, gás natural, tem uma ciência avançada, tecnologia aero-espacial, depois da guerra fria e fim da União Soviética a Rússia está tirando de letra. E um povo bonito, civilizado, de mentalidade avançada. No verão todo mundo pelado na praia curtindo na saúde. Meninas bonitas no meio de marmanjos e tudo sem problema, tudo na educação. São o oposto do caiporismo careta dos americanos. Claro que ainda há bolsões de pobreza total. Muito crime. Igual no Brasil. Mas a Rússia tem a fórmula do bolo. Muita sorte para eles! Sem essa de guerra, guerra é para bicho, não para gente. Como diz Caetano, gente é para brilhar, não para morrer de fome.

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