quarta-feira, 15 de abril de 2009

O Sétimo Continente

 

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Impressionantemente assisti ao meu primeiro filme de David Haneke através de uma locadora de vídeo perto da minha casa. Isso é impressionante porque esse diretor é muito alternativo e tem um estilo muito “indie” para ser encontrado numa locadora. O filme se chamava Funny Games, e eu até fiz uma resenha dele aqui no NSN. Muito tempo depois (semana retrasada pra ser específico) eu acabei caindo num certo site (perdi o link, serio), e nele encontrei uma lista GIGANTE de filmes que alguém gosta (sinceramente não sei quem, rsrsrs). Depois de perceber que muitos filmes na lista estavam entre meus favoritos, resolvi usa-lá como base de pesquisa para conhecer filmes novos. De toda essa volta saiu Der Siebente Kontinent, ou O Sétimo Continente em bom português.

O filme conta a história real de uma família  que gradativamente vai perdendo suas ligações com o mundo,  até  o momento em que ficar onde estão não é mais uma opção (toda essa questão de impessoalidade e massificação da vida pós-moderna me lembra muito as questões levantadas no filme Suicide Circle que resenhei a muito tempo). Juntos então, eles fazem uma viagem auto-destrutiva rumo ao sétimo continente.

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Se utilizando de uma narrativa repetitiva e minimalista, Haneke transpõe para a tela todo o desespero abafado do cotidiano e dos anseios supérfluos da classe média do século xx. Tomadas fechadas e simétricas (que muito lembram Kubrick) criam um distância segura e ao mesmo tempo perturbadora dos personagens, e mesmo sem viver ou entender seus motivos, é impossível não se angustiar com o inevitável desfecho que os aguarda no sétimo continente.

Quem assistiu Funny Games sabe que Haneke não tem medo de acusar seus espectadores. Nesse filme ele faz o mesmo, mas ao invés de uma meta-linguagem agressiva e direta, ele usou uma representação impessoal de toda uma sociedade. Qualquer um de nós pode se identificar com os personagens. Até 2/3 do filme eles não tem personalidade ou qualquer característica marcante. Os personagens principais são suas ações mecânicas de acordar, escovar os dentes, tomar banho, trabalhar, fazer compras, lavar o carro e assim por diante, ações essas que são feitas por todos nós. Digamos que o filme está no limite da meta-linguagem onde tudo é muito genérico e ao mesmo tempo tão possível.

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O Sétimo Continente faz parte da Emotional Glaciation Trilogy, ou “Trilogia Da Era Glacial”. Fazem parte dela; Benny's Video (resenha em breve), que conta a história de um garoto aficionado por câmeras de vídeo que, durante a ausência de seus pais, acaba gravando um das cenas mais violentas de sua vida, e 71 Fragments of a Chronology of Chance, que desconstrói, através de vários fragmentos de vídeo aparentemente sem ligação entre si, um assassinato em massa ocorrido na Austrália.  Todos esses filmes abordam temas comuns nos dias de hoje: violência, indiferença, suicídio e assassinatos em massa (vide Columbine). Pra quem tem um bom psicológico é não tem medo de depressão, O Sétimo Continente é uma ótima pedida para a tarde de um sábado chuvoso.

É Nozes.

4 Comentaram...

Cap. Nemo disse...

Sjunde Kontinent? Eu cheguei lá primeiro!

Anônimo disse...

seu burro... não é David, é Michael Haneke!

Anônimo disse...

OCORREU UM ERRO COM ESSA INFORMAÇÃO QUE VC BOTOU, CASO VC QUEIRA CORRIGIR, O DIRETOR É "MICHAEL HANEKE"

blza! brunera!

Anônimo disse...

Aê mano, o nome do diretor está errado.

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