sexta-feira, 29 de julho de 2011

Avatar Colaborador Nerd

[Pipoca e Nanquim] Drogas!

Por Pipoca e Nanquim 

 

Videocast 79 - Drogas - Pipoca e Nanquim por pipocaenanquim no Videolog.tv.

Olá a todos, sejam bem vindos a mais um videocast do Pipoca & Nanquim.

Decidimos perder a vergonha na cara e mandar ver em um tema polêmico: drogas!

Na verdade, há filmes a dar com o pau sobre o assunto, da obra prima Réquiem Para um Sonho ao subestimado Medo e Delírio, mas quem sabe a principal curiosidade seja a quantidade de HQs que tratam do assunto. Já parou para pensar, por exemplo, que o maior herói da América foi criado a partir de um composto de drogas, o Soro do Super Soldado? O que? Vai dizer que não se trata de uma droga só por que tem o nome de "Soro"? E o próprio Batman deu uma pirada forte na jaca na mini-série Veneno, publicada aqui pela Editora Abril e que foi o embrião para o nascimento do vilão Bane!

Então mergulhe conosco nesta viagem de alucinógenos, com direito até a Aldous Huxley e Frank Sinatra, e aproveita que tem promoção nova rolando. Quer ganhar Quadrinhos no Cinema, o livro mais bonito do ano? Pois é, finalmente vamos sortear, depois de assistir confira também AQUI!

Um super-abraço e até a semana que vem.

Avatar Murilo

Harry Potter em Anime

 

Em 1990, vivendo de seu auxílio-desemprego em um apartamento minúsculo, frio e úmido da capital escocesa, Rowling frequentava um café, onde rabiscava em guardanapos, idéias soltas sobre um bruxinho de óculos. Vinte e um anos depois a sua série Harry Potter tornou-se fenômeno mundial, com 450 milhões de exemplares vendidos em mais de 67 línguas, quatro prêmios Whitaker Platinum Book Awards e oito filmes de grande sucesso de bilheteria.

Após o fim dos filmes, alguns parecem ainda querer mais. Ciente disso, o artista Nakagawa resolveu demonstrar como ficaria Harry Potter se fosse adaptado em anime. O resultado foi essa linda ilustração acima, com dezenas de personagens e elementos importantes da história.

E aí? Consegue identificar todos os personagens da ilustração?

 

[Via Chaves Papel]

Avatar FiliPêra

O que o possível fracasso do 3DS diz sobre o atual mercado de videogames portáteis

 

image

Nintendo é sinônimo de portáteis. Mesmo tendo ficado famosa com o Nintendinho e Super Nintendo (pra mim, ainda o melhor videogame da história), foi com os portáteis que a empresa se tornou famosa, e até o ano passado, foi a segunda maior empresa do Japão. Game Boy e Nintendo DS praticamente se tornaram sinônimos de videogames portáteis, e venderam centenas de milhões de aparelhos. Fora isso, bateram fortemente em adversários tecnicamente muito superiores, como o Game Gear (que tinha cores quando o Game Boy rodava tudo em verde), o Lynx ou o N-Gage, todos apontados como Game Boys Killer. Todos capitularam, e os portáteis da Nintendo nem tomaram conhecimento deles. O DS, por exemplo, vendeu mais de 145 milhões de aparelhos, se tornando o videogame mais vendido da história em muitos territórios.

Parece que as coisas mudaram. Quando foi apresentado na E3 do ano passado, o 3DS foi considerado o melhor do evento. Era uma sensação, as mecânicas do DS somada a emergente tecnologia 3D sem o uso de óculos especiais, que prometia ser o futuro - ou não, já que os produtores de Hollywood querem empurrar o sistema goela abaixo de meio mundo, mesmo com os incômodos. Era o sucesso dos sucessos.

Mas as coisas nem sempre saem como previsto!

Ainda é cedo pra dizer, mas até o momento os números de venda não são nada animadores. Até o fim de junho, o portátil vendeu 4.32 milhões de unidades, mas apenas 700 mil no último trimestre, mundialmente, o que mostra uma queda abissal do lançamento pra cá. Por esse motivo, a Nintendo foi franca, e decidiu reduzir abruptamente o preço do seu videogame antes dele completar os primeiros seis meses de vida - de US$ 250 para US$ 170. E os que já compraram o aparelho poderão baixar 20 jogos de Game Boy no eShop, a loja online do aparelho.

É preocupante e inédito para a companhia, ainda mais se levarmos em conta a tradição da empresa no ramo. Lembro de coisa similar somente com o Game Cube, que não foi páreo para o poderio do PlayStation 2 e nem mesmo para o Xbox original. No momento, o 3DS está apanhando até mesmo para o declarado morto PSP.

“Apesar de já ter acontecido no passado, quando um videogame teve o preço reduzido para aumentar as vendas, nunca aconteceu na história da Nintendo de um console passar a custar tão menos antes de completar seis meses de vida”, afirmou o presidente Satoru Iwata.

Ou seja: a coisa tá feia. E talvez não seja só pro 3DS. As vendas gerais de videogames caíram, tanto da Nintendo quanto da Sony (as vendas trimestrais da Microsoft estão numa linha similar).

Entre abril e junho, foram vendidas 1,8 milhão de unidades do PS3 (menos do que as 2,4 do mesmo trimestre do ano passado), 1,8 milhão do PSP (mais do que o 1,2 milhão do mesmo período) e o velho fiel, o PS2, vendeu 1,4 – só um pouco menos que os 1,6 de antes.

E na Nintendo? As vendas da família DS ao redor do mundo caíram de 3,1 milhões no período de abril a junho de 2010 para 1,4 nesse mesmo trimestre de 2011. O Wii sofreu uma queda equivalente, indo da 3 a 1,5 milhão. Esses números não seriam tão preocupantes se o 3DS estivesse vendendo bem, mas não é muito o caso: foram 710 mil unidades em três meses. No mundo todo. [Kotaku]

Pode ser apenas uma época ruim, já que o console está escasso de jogos realmente importantes, bem diferente da lista gigantesca lançada pela empresa, além do preço anterior que o colocava no patamar dos consoles de mesa. Do outro lado, o PSP está no fim do ciclo de vida, e por isso mesmo está a preço de banana. Resultado: o portátil tá quase morto no Ocidente, mas no Japão é um campeão de vendas. Contraditório? Talvez não.

A situação parece ótima para a Sony, que lançará o PS Vita no final de 2011. Mas pode ser que as coisas não sejam tão fáceis quanto podem parecer. O normal seria um analista imaginar que um fracasso do 3DS seria uma vitória automática da Sony, mas o momento parece indicar um agudo encolhimento do mercado de portáteis. Smartphones e tablets parecem representar os novos consoles portáteis, abertos a jogos cada vez mais poderosos e só dependentes de acordos com produtoras. Se hoje um smartphone parece cada vez mais essencial, um console portátil parece cada vez mais dispensável, e uma coisa naturalmente substitui a outra, ainda mais pela diminuição de importância do mercado japonês.

Em outras palavras: o PS Vita pode já nascer assassinado pelo iPad e Samsung Galaxy.

É claro que estamos falando da Nintendo e da Sony, duas gigantes que não jogam pra perder - mas o momento talvez indique o fim de um mercado importante para as duas empresas. Há poucas horas, conversando com o Bruner, mandei ele escrever: essa geração de portáteis provavelmente será a última!

Não creio que a Nintendo deixará que suas franquias sejam jogadas em outros aparelhos, nem tão pouco creio que o 3DS será um fracasso (tem Mario, Metal Gear Solid, Kid Icarus e outros grandes jogos para serem lançados ainda) - muito menos será um sucesso estrondoso como a empresa espera -, mas acredito que uma era está acabando nesse momento, com uma “americanização” cada vez mais definitiva do mercado e um dos símbolos dos games (os portáteis) vivendo seus últimos anos.

 

[Para uma análise mais centrada em aspectos técnicos do próprio console, leiam ESSE artigo que escrevi para o GamesBrasil]

Avatar FiliPêra

Han Solo e Chewbacca… após 30 anos

Um atirou primou e George Lucas tratou de tirar esse crédito dele, em reedições das mais desnecessárias. Já o outro era piloto da Millenium Falcon - a sucata mais rápida das galáxias - e parecia eternamente de mau humor, sempre se comunicando com clássicos ruídos estranhos. Juntos, formaram uma das duplas inesquecíveis do cinema, em uma de suas mais importantes sagas. Abaixo os dois que os imortalizaram, 30 anos após o lançamento de O Império Contra-Ataca.

 

image

image

 

[Via O Buteco]

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Avatar FiliPêra

George Lucas perde direitos autorais dos stormtroopers

 

image

[Foto por RedandJonny]

Quando assinou a papelada com a 20th Century Fox na produção e distribuição de sua trilogia Star Wars - que ainda não passava de um monte de papéis e idéias na cabeça de um barbudo -, George Lucas fez algo digno de gênio: em troca de diminuir seu salário de diretor e produtor, ele ficou com os diretos de merchandising e comercialização de produtos relacionados aos filmes. Tenho certeza que a Fox chora até hoje por isso. Se atualmente esses contratos são padrão em Hollywood, na época a indústria  não explorava muito o potencial de lucrar com filmes em outras mídias - e hoje faz isso até demais (culpa do primeiro Batman, que praticamente inaugurou a indústria do merchandising no cinema).

O fato é que George Lucas ficou bilionário graças a Luke Skywalker & cia, e nunca mais precisou fazer nenhum filme; só efeitos especiais da Industrial Light & Magic, bonecos e novas edições de Star Wars com Han Solo não atirando primeiro. É a vida, ele foi esperto e agora tá colhendo os louros da decisão que tomou.

Mas o poderoso império que o amigo de Spielberg criou pode estar ameaçado. Andrew Ainsworth, um designer industrial, acabou de vencer um processo judicial de três anos contra Lucas, que o processou porque ele vendia réplicas de capacetes de stormtroopers para fãs da trilogia. Alta Corte britânica decidiu que os capacetes não são obras de arte e por isso não houve violação de direitos autorais.

"Tenho orgulho de relatar que, no Judiciário inglês, Davi pode vencer Golias se a sua causa for justa. Se existe uma força, ela esteve comigo nos últimos cinco anos", disse Ainsworth em uma nota a imprensa.

Ainsworth foi o artista que produziu a maior parte dos capacetes usados nos filmes, e vendia réplicas originais para os fãs, coisa que Lucas não gostou. Anteriormente, a Lucasfilm havia ganho na justiça americana o direito de receber uma indenização de US$ 20 milhões do artista… mas Ainsworth disse que não exporta produtos pros EUA, por isso não pagaria.

A empresa de Lucas disse que vai continuar na batalha de tirar dinheiro dos outros proteger seus direitos, e disse que “quase todos os países do mundo têm leis que protegem os objetos usados em filmes”, e comemorou quando o governo britânico sinalizou que mudaria suas leis relativas ao assunto.

Até lá, os stormtroopers não são só seus, sr Lucas - e que tal fazer mais filmes (Eu sei que você dirige muito mal, mas deixemos isso de lado) pra não precisar ficar correndo atrás de qualquer migalha relacionada a Star Wars?!

 

[Folha via Rodolpho Zippo, o gordo mais gente boa do Brasil]

Avatar Colaborador Nerd

O Ritual

Por Paulo Roberto, do Em Paralello

 

image

Matando a saudade do Nerds Somos Nozes estou mais uma vez aqui para falar sobre mais um filme. Minha ausência infelizmente tem se dado em virtude dos estudos os quais tenho me dedicado intensamente, mas hoje resolvi retornar para também diminuir um pouco a abstinência que me consome, afinal de contas graças ao nosso amigo e editor chefe FiliPêra aprendi que escrever também é um vício extremamente prazeroso.

Sem jogar “conversa fora” vamos ao assunto principal: O Ritual. Em minha vida como cinéfilo jamais fiz distinção entre os filmes, nunca me importei com o gênero em si, mas sempre quis assistir a um bom filme. Apesar de não ter esse preconceito nunca gostei de filmes de terror sempre achei uma babaquice assistir um filme que me fizesse morrer de medo, tomar altos sustos ou ficar a noite inteira sem dormir, nunca me diverti com isso (até porque alguns também são nojentos). Então nunca busquei por títulos desse gênero.

Quando me deparei com o Ritual me simpatizei logo com o elenco: Anthony Hopkins, mas quando li a sinopse pensei logo que seria um filme ao estilo Exorcista. Recentemente, um amigo que assistiu veio conversar comigo sobre o filme e disse que havia gostado muito. Ele, assim como eu não curte filmes de terror, foi quando pensei: “Bem, se ele curtiu acho que vou assistir”.

O Ritual conta a história de Michael Kovak (Colin O’Donoghue) um jovem que perdeu a mãe muito cedo, desde então ele tem sido criado pelo seu pai (o Holandês Rutger Hauer). Todos em sua família só podem tomar dois rumos: trabalharem em uma funerária ou se tornarem padres. Vendo que não pode fugir desse destino, Michael toma uma decisão: deixar seu trabalho na funerária que tanto odeia e se tornar seminarista. A idéia inicial era de passar quatro anos estudando as custas da igreja e, quando finalmente chegasse a hora de se tornar padre ele simplesmente daria uma desculpa dizendo que “não era o que ele queria” ou qualquer coisa parecida, o que ele tão astutamente o faz.

 

image

Só que as coisas não saem tão bem como planejado. Após surgir a hipótese de ter que pagar a sua estadia durante os quatro anos que giraria em torno de cem mil dólares a igreja, Michael acaba fazendo um trato com o padre “diretor” da escola (já que o mesmo acredita no “potencial” de seu estudante): Michael terá que ir a Roma e participar de um curso sobre exorcismo. Mesmo durante o curso Michael, cético sempre questiona seu professor alegando que aquilo não existe e que nada mais é do que fruto de uma perturbação mental. Para ele as pessoas naquele estado deveriam ser tratadas por médicos psiquiatras ou até mesmo serem controladas por remédios, mas não por padres.

Até que seu professor Padre Xavier (Ciarán Hinds) decide encaminhá-lo ao Padre Lucas Trevant (nada menos que Anthony Hopkins). Padre Lucas é um jesuíta de fé oscilante perito em exorcismo, mas que possui métodos um tanto quanto não ortodoxos. É daí em diante que a brincadeira começa.

Como eu havia dito esse não é um filme onde cabeças giram ou vômitos voam para todos os lados. A Direção do sueco Mikael Håfström (Quarto 1408) é construída a partir de diálogos inteligentes levando a pessoa que está assistindo e se perguntar até que ponto o que acontece é loucura ou espiritual. Não só isso, mas levando aos mais céticos questionarem se aquilo realmente existe.

A atuação de Anthony Hopkins é perfeita, com o seu olhar ao estilo “Hannilbal” e com um sarcasmo brilhante ele consegue impor medo em qualquer um que assistir. Já o quase estreante Colin O’Donoghue conseguiu fazer bem o seu papel sem grande brilhantismo, assim como Alice Braga que faz o papel de uma jornalista em busca da verdade trás dos rituais de exorcismo, como sempre ela não consegue mudar aquela cara de paisagem de TODOS os filmes em que atua.

 

image

Bem, se você é uma pessoa que assim como eu não é muito fã de tomar sustos, mas mesmo assim está a fim de assistir ao filme aconselho chamar alguns amigos e assisti-lo de preferência durante o dia. Contudo se você é um daqueles que curte um bom filme de terror, bons sustos vale a pena conferir o filme, pois você não vai se arrepender.

Até a próxima!

 

The Rite (EUA, 2011)

Direção: Mikael Håfström

Duração: 114 minutos

Gênero: Terror

Nota: 8

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Avatar Murilo

O Iluminado

 

image

“Tudo que é hotel grande tem seus escândalos. Assim como todo grande hotel tem um fantasma”.


A humanidade chegou a um nível de desenvolvimento inimaginável tempos atrás. Tudo bem que não fazemos tour pelo espaço ou temos carros voadores, mas conseguimos avanços significativos como transplantar membros e órgãos inteiros, se comunicar com uma pessoa do outro lado do mundo instantaneamente ou se locomover de um país a outro em poucas horas. Contudo, existem coisas que por mais que a ciência avance e o tempo passe seus pesquisadores descobrem pouco. Muito pouco. Uma das mais inexplicáveis é a mente humana. E o pouco que se sabe ainda pode cair por terra, como a teoria de que o ser humano só usa 10% da capacidade cerebral.

Mas um de seus maiores mistérios são os fenômenos parapsíquicos. Os mesmos nunca foram comprovados, embora experiências sobre o tema sejam feitas desde 1800. E, em todas elas, os resultados foram surpreendentes. Em uma particularmente foi ordenado aos voluntários que imaginassem uma casa e depois a desenhassem, mesmo sem terem nenhuma informação prévia. Alguns dos testados representaram a residência exatamente como ela era. Isso não comprova que a telepatia ou premonição façam parte da realidade, mas demonstra que não devemos descartar a existência destes e de outros fenômenos simplesmente porque vai contra as leis mais básicas da natureza e os preceitos da ciência.

Os fenômenos parapsíquicos serviram de inspiração para centenas de artistas. Stephen King foi um dos mais entusiasmados deles. Ele já tinha dois livros publicados quando começou a germinar a idéia de O Iluminado em seu íntimo. Nessa época, King estava sempre bêbado e já era um alcoólatra há anos, tanto que afirmou não fazer idéia de como conseguiu terminar seus livros naquela época. Talvez ele nunca houvesse largado o vício se sua família e amigos não interviessem, jogando fora, na sua frente, todas as garrafas de bebida e se sua esposa não o ameaçasse deixá-lo. Desde 1980, cortou todo tipo de droga e se mantém sóbrio desde então. Mas não fosse esse vício provavelmente nunca daria ao mundo o livro que o consagrou como um dos mais famosos do horror. Porque The Shining, o título original, refletia essa fase complicada da sua vida. Mas sem deixar de focar no suspense e na complexidade da trama que fez dele um dos autores mais vendidos do mundo.

 

image

E é justamente essa complexidade, aliado ao seu horror-suspense tão característico, que faz Stephen King ser um verdadeiro mestre. Geralmente, livros e filmes do gênero são essencialmente simples em seus enredos. Uma família ou grupo de amigos que vai a algum lugar e começa a ser atormentado por um espírito, um maníaco ou algum tipo de criatura. Já nas obras de Stephen King, as tramas são mais elaboradas e bem construídas, num processo crescente de tensão que nos leva até o clímax. Carrie mostra toda a crueldade que os adolescentes podem demonstrar com um colega mais fraco e o fanatismo religioso na vida de uma garota com dons telecinéticos. A Hora do Vampiro mostra uma pequena cidade sendo invadida por vampiros enquanto explora o próprio passado negro do local e a vida bem particular de seus habitantes, junto das reações de cada um quando começam a perceber que tem alguma coisa muito errada em curso. Já em O Iluminado isso é levado ainda mais longe. Não é apenas uma história de uma família que se muda para um hotel mal-assombrado. O romance guarda bem mais por trás de suas páginas.

Não é incomum que algum personagem de Stephen King tenha semelhanças com ele. Mas Jack Torrance é um dos poucos que ele assumiu ter se inspirado em si mesmo. O enredo é impulsionado por Jack. Ele é uma pessoa atormentada pela culpa. Depois de seu casamento com Wendy quase desmoronar por causa da bebida, de um acidente com o filho Danny de cinco anos e de ter perdido o emprego ele está em uma situação difícil. O seu dinheiro está quase acabando, e eles são obrigados a se mudar para uma casa menor. Tudo o que ele quer é uma chance para se reerguer. Chance esta que o amigo Al Shockley lhe dá oferecendo um emprego como zelador do hotel Overlook durante o inverno, período em que fica fechado. Uma chance que pode ser a última da sua vida.

Assim vai poder levantar um bom dinheiro, e ter tempo livre para terminar finalmente a sua peça. Pouco lhe importava que um antigo zelador de lá houvesse matado a esposa e as filhas quando ficou preso lá no período das fortes nevascas. Ele, por mais que o gerente desconfiasse dele, nunca faria isso. Amava Wendy e Danny mais que tudo no mundo. E precisava daquele emprego. Então aceita, sem saber que o que há de mais estranho e inexplicável se escondia por trás das fachadas antigas e silenciosas do hotel nas montanhas.

 

image

Embora não queiram aceitar a decisão de Jack, Wendy e Danny são obrigados a concordar por saberem que ele precisa desse emprego. A mãe por motivos que ela mesma não sabe direito explicar. Mas Danny sabe que algo de maléfico se esconde lá dentro do Hotel Overlook, uma Coisa que começa a povoar seus piores pesadelos. Sonhos e pesadelos que costumam ser previsões do futuro. Quando perceber já pode ser tarde demais.

Pode-se achar estranho por uma criança de cinco anos como protagonista de um livro de horror, com mutilações e tudo, mas em O Iluminado funciona à perfeição. Danny é o que alguns podem chamar de paranormal, pessoa com sexto sentido, mas no livro é tratado como um garoto iluminado. Ele sempre aparenta saber o que as pessoas ao redor estão pensando, fala de coisas que não teria como conhecer e só da mãe lembrar, mentalmente, que precisa devolver os livros na biblioteca ele já põe a carteira em cima da mesa. O garoto guarda dentro de si habilidades enormes, que podem ser sentidas a quilômetros de distância.

Um poder mental tão grande que talvez faça dele a pessoa mais iluminada que já pisou na Terra. Lê pensamentos, captura sensações e tem lampejos do futuro e outras capacidades que nem ele mesmo consegue compreender ainda com sua pouca idade, mesmo sendo maduro para uma criança de cinco anos. E agora era o Hotel Overlook. Ele podia se ver lá, sendo encurralado contra a parede, sem saída. Mas a sua saída é ignorar. Afinal nem sempre seus sonhos aconteciam.

 

“Uma porção de gente tem um pouquinho dessa luz interior. Não sabem, mas sempre aparecem com flores quando as esposas estão se sentindo pra baixo, fazem boas provas sem sequer terem estudado, têm uma boa idéia de como as pessoas estão se sentindo logo ao entrar numa sala.”

“O que você tem, filho, eu chamo de luz interior, a Bíblia chama de visões, e há cientistas que chamam de premonição. Já li sobre isso, filho. Já estudei. Tudo isso significa ver o futuro.”

A compulsão de Jack pela bebida já seria suficiente pra gerar um bom livro. Mas Stephen King ainda reúne, além de Danny, o motivador da trama. Uma das formas mais clássicas de provocar medo no leitor. Um mal antigo e de origem desconhecida. Um mal que se encontra num tema que todo escritor de suspense/horror deveria voltar sua atenção pelo menos uma vez: casas mal-assombradas. E não existe nada mais potencialmente sinistro do que hotéis. Falo sério. Quantas pessoas dormiram naquelas camas? Quantas estavam doentes? Quantas planejavam assassinatos ou o suicídio? Quantos morreram de ataque cardíaco ou por outras causas naquele mesmo saguão, na cozinha e nos banheiros? Quanto mais antigos maiores e mais macabros são estes números. E o hotel Overlook não é apenas antigo, como também é cheio de histórias de traições, luxúria, ganância e assassinatos. Um local onde o tempo parece não ter fim. Os acontecimentos ecoam pela eternidade. Dona de inteligência e vontade próprias. E agora surge com tudo.

 

"E no fusca, que subia com mais segurança os aclives menos íngremes, Danny, no meio dos dois, olhava para fora; a estrada desenrolava-se, possibilitando vistas ocasionais do Overlook Hotel, o bloco maciço de janelas voltadas para o oeste refletindo o sol. Era o lugar que vira no meio da tempestade de neve, o lugar escuro do estrondo, onde uma criatura incrivelmente familiar, procurava-o pelos corredores cobertos de mato. O lugar sobre o qual Tony o havia alertado. Era aqui. Fosse o que fosse, REDRUM seria aqui."

“No Overlook tudo tinha uma espécie de vida. Era como se alguém tivesse dado corda no lugar todo, com uma chave de prata. O relógio batia. O relógio batia.”

Estas três coisas trabalhadas lenta e cuidadosamente por King que fazem de O Iluminado um dos grandes livros de horror dos últimos 50 anos. Um horror bem construído, que deixa entrevisto o pior que vai acontecer, mas não como. O romance é como um grande palco de teatro. A cortina abre pouco a pouco, revelando os mistérios que a história aguarda. E então abrir de uma vez só, brutalmente. E não fechar nunca mais. Nem mesmo após a última página. A última linha. Ele é um daqueles livros com mais potencial de marcar seus leitores. Aqueles que alugam e compram casas e nunca se dão ao trabalho de pesquisar o passado da residência.

 

image

“A Morte Rubra dominava tudo!”

“Retirem as máscaras! Retirem as máscaras!”

Não fosse ser um terror de alta qualidade, Stephen King nunca esconde a admiração e respeito aos seus precursores. Pessoas que trilharam pelo terror muito antes de ele sonhar em nascer. Há várias menções em sua obra a nomes consagrados como Bram Stoker, Mary Shelley e H. P. Lovecraft em seus livros. Em O Iluminado, Edgar Allan Poe recebe toda a atenção que um gênio da sua envergadura merece. A Máscara da Morte Rubra, um de seus melhores contos, ocupa lugar essencial na trama. Mostra o pior e verdadeiro lado do Overlook. Uma força capaz de despertar terrores mais profundos que o inferno.

 

“Era Poe, o grande nome da literatura americana. E é claro que o Overlook era algo extremamente distante do mundo de E. A. Poe.”

Mesmo homenageando os clássicos, Stephen King recorre a alguns artifícios modernos do gênero para aumentar o clima de suspense/terror. O principal é o isolamento. Quando começa o inverno as estradas são fechadas por causa das fortes nevascas, os telefones ficam mudos e a família Torrance fica presa no Hotel, sem chances de sair por meses. Isso tudo dentro de um lugar que quer a morte de todos lá dentro e não vai medir esforços para alcançar esse objetivo. Uma vitória quase certa, devo dizer. Não é como com os vampiros que só é preciso ter um crucifixo, uma arma (para se defender de animais e de humanos) e se cobrir de água benta. Como combater uma Coisa, um Ser quando se está dentro dele e todos os nossos atos são vistos e ouvidos?

 

image

"Este lugar desumano cria monstros humanos.”

O Iluminado foi o primeiro livro de Stephen King a ser best-seller também em capa dura. O sucesso foi tanto que Stanley Kubrick lançaria sua versão da história em 1980, um dos maiores clássicos do cinema. Mas as obras têm diferenças fundamentais entre si. O filme de Kubrick tem algumas cenas idênticas, mas vai seguindo um caminho adverso do meio para o final. O romance é muito mais complexo. Você passa a compreender mais as motivações dos personagens, eles são mais elaborados e alguns trechos dão uma sensação de angústia que você não vê em muito filme bom do gênero por aí.

King consegue nos fazer sentir medo até do mais simples objeto. De uma mangueira de incêndio, de um carro e até de um aparentemente inofensivo gato. Cada página é sinônima de tensão. Um terror psicológico de primeira que faz seu coração acelerar, sua respiração ficar entrecortada e você suar frio. Como não sentir sua espinha gelar com momentos clássicos como a do quarto 217 ou a da topiaria? Mas a  verdade é que tanto o livro e o filme, por motivos e qualidades diferentes, são aulas de como se fazer horror. Ambos são marcas de gênios. Quem tem uma ligação mais forte com o cinema vai preferir a versão com Jack Nicholson em uma das melhores interpretações da carreira. Quem é fã de Stephen King vai eleger O iluminado como um de seus livros favoritos.

Stephen King nunca perdeu uma oportunidade de criticar a adaptação de Kubrick, tendo vários argumentos para desmerecê-lo. Mais tarde, foi lançada uma minissérie baseada em O Iluminado, com uma fidelidade maior.

Tempos atrás Stephen King anunciou numa entrevista que pretendia escrever uma continuação de O Iluminado. Danny já teria quarenta anos e trabalharia em um hospital ajudando os pacientes a irem dessa a uma melhor. O foco estaria nos traumas dele após os eventos no Hotel Overlook. Confesso que poderia ser legal, mas a seqüência é desnecessária. O final de Iluminado já insinua que o garoto viveria uma vida normal a partir dali.

Com O Iluminado, King mostrou ao mundo o potencial que tinha de escrever outros grandes livros como O Talismã e a série Torre Negra. Depois dele um final de semana num hotel nunca mais foi o mesmo.

 

Autor: Stephen King   

Páginas: 582            

Nota: 9,5

terça-feira, 26 de julho de 2011

Avatar Colaborador Nerd

The Man from Earth

Por Marco Aurélio, Cinemarco Cineclube 

 

image

A julgar pela capa, The Man from Earth parece um típico sci-fi, mas não é. É um deliciosíssimo trabalho construído sobre uma ideia originalíssima, da qual subtraem-se diversas análises. É um filme para pensar, mas nem por isso difícil de entender. Este longa é dotado de uma ideia muito simples, da qual muitas pessoas também já devem tê-la imaginado, mas a construção dos diálogos e as conexões das ideias propostas nessa envolvente história são sua maior virtude.

The Man from Earth encaixa-se naquele modelo de filme que se passa num ambiente só, que acabam por exigir do diretor e roteirista muito mais agilidade do que o normal, já que a possibilidade do filme se tornar monótono são elevadíssimas. Nesses filmes, em geral, o espectador não tem muita coisa para se identificar, senão somente a ideia desenvolvida, que, obrigatoriamente, tem que se mostrar inovadora. Pois bem, uma vez que esse risco é habilmente driblado, já se tem meio caminho andado para agradar o público, basta sua narrativa manter um ritmo linear evolutivo no contexto do problema e história de seus personagens. E este longa consegue tudo isso. Esses filmes possuem essa peculiaridade de alternar com o público uma carga maior de adrenalina e tensão da trama, onde a possibilidade de envolvimento é bem maior. A exemplo, tem o recente Enterrado Vivo, e os mais antigos Jogos Mortais, O CuboPonto de Mutação, Janela Secreta e Festim Diabólico; muito ou pouco, a trama destes filmes fundamentam-se num local específico que geralmente serve apenas como pano de fundo para a história.

Em The Man from Earth a história é ousada: John Oldman é um professor universitário, e está de malas prontas para mudar-se da cidade e largar seu atual emprego. Para sua despedida, convida seus colegas professores para um encontro em sua residência. Naquela noite qualquer, tudo não passaria de apenas um dia fadado à sua singela confraternização se John não decidisse revelar um detalhe de sua vida para os demais: que possui 14.000 anos de idade. Uma vez feita essa revelação, o filme adota uma linha investigativa e desmembra-se com uma característica clara de entrevista.

Este tom de entrevista que o longa adota intercala duas necessidades básicas: responder às imediatas dúvidas dos demais colegas de John e as mesmas incertezas presentes nos espectadores. Com a justificativa de que queria se mostrar transparente com os demais colegas antes de sua viagem de despedida, esse é o motivo que impulsiona-o a revelar sua verdadeira identidade. John troca de cidade e amigos a cada dez anos, para que seus colegas não percebam a sua incapacidade de envelhecimento da pele.

Assim, as inúmeras explicações de Oldman (percebeu o trocadilho?) revelam como ele viveu na pré-história, como desenvolveu-se nos grupos primatas, como acompanhou a evolução da humanidade, sua relação com os maiores pensadores e filósofos, as invenções humanas e sua relação com familiares e a perda de todos aqueles que possuía admiração. Após estas repostas emergenciais, se observa uma tendência de impor a dúvida ao espectador sobre todas as afirmações feitas por ele, onde começa-se a perceber os pontos de maior genialidade da trama. Seguindo uma iniciação explicativa científica sobre os fatos, os diálogos se alteram e evoluem para um patamar religioso, que é obrigatório, diante da realidade revelada sobre John. Ele caracteriza, assim, sua relação com Buda, com as diversas religiões e o Cristianismo.

Outro ponto interessantíssimo do filme é a ambientação escolhida para o desenvolvimento narrativo de toda a história. Entre seus colegas professores, estão pessoas de nível profissional altíssimo, em diversas áreas: um arqueólogo, um biólogo, um psicólogo e uma religiosa devota ao Cristianismo. Essas pessoas representam um pouco da diversidade de estudos e pensamentos humanos que direcionam-se a tentar explicar e entender um ponto em comum: a história e origem humana. Nesse sentido, o trabalho do desconhecido diretor Richard Schenkman consegue não ser tendencioso, algo que poderia comprometer em muito seu trabalho. A apresentação de suas ideias de cunho científico e religioso tentam unicamente observar e apontar para uma análise investigativa sobre a história humana, apresentando através dos demais personagens, a total incapacidade de uma conclusão real sobre esta condição. As características apontam para uma total ignorância e arrogância do homem em querer garantir que sua história se passou realmente como está documentada.

A característica mais importante dessa história é construir e desconstruir suas afirmações, mostrando a capacidade que temos de pensar conforme o meio e a sociedade ao nosso redor, formulando nossas opiniões pautadas nessas análises já existentes e as defendendo como imutáveis. O que o filme consegue fazer nesse sentido é surpreendente. John transforma o pensamento de veteranos estudiosos, torna-os condicionados ao SEU pensamento, e tem a ousadia de destruir toda a história contada em apenas poucos minutos, fator que acaba revelando a fragilidade de pensamento dos seres humanos.

 

Será que é o Bruce Dickinson que tá atuando?

 

The Man from Earth não parece querer mais que isso. Propõe-nos uma história que, a primeira vista, parece absurda, mas convence-nos com a grandeza de sua audácia e belíssimo roteiro. Apesar do perigo de transformar tudo numa baboseira sem tamanho, convence verdadeiramente em suas intenções de mostrar-nos um ponto-de-vista diferente sobre a incerteza que os humanos possuem sobre suas origens. É profundo mesmo em seus pequenos 87 minutos de duração.

Este longa americano á uma excelente dica de filme independente, pautado na liberdade narrativa com um propósito incomum. Não tem uma produção foda (teve apenas duzentos mil dólares de investimento), nem atores de ponta, e foi disponibilizado para download gratuito na internet pelo seu próprio diretor. Uma pena que sua divulgação não tenha ocorrido na mesma proporção de seu merecimento, algo comum por aqui, e que nem possibilitou uma tradução de título no Brasil.

 

The Man from Earth (EUA, 2007)

Diretor: Richard Schenkman

Duração: 87 min

Definindo-o em uma palavra: Inovador

Nota: 10

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Avatar FiliPêra

Pôster de Vingadores finalmente revelado

 

image

Mesmo não sendo o maior fã da Marvel, admito que o trabalho dela nos cinemas esteja muito bem feito. Homem de Ferro, um personagem secundário, gerou dois bons filmes, e Hulk gerou outro filme dos bons. Thor ainda não vi, e Capitão América pretendo ver quando sair.

O que nos leva a Vingadores, que reúne o povo todo num possível épico que já tá deixando muito marvete com os pelos ouriçados. Uma vez Eu disse que, se fosse no estilo de Ultimates ia ser um filme epicamente foda… mas os que entendem melhor dos planos da Marvel do que Eu logo jogaram um balde de água fria nas minhas esperanças, e disseram que a encarnação dos Vingadores será outra.

Bom, de qualquer forma, o pôster ficou foda e o filme estreia em 4 de maio de 2012.

Avatar Colaborador Nerd

Infantaria, Traumas e Robôs Gigantes

Por Synthzoid

 

image

Para quem ainda não sabe, a etimologia da palavra “infantaria” tem origem na antiguidade: os “infantes”, eram literalmente, jovens rapazes recrutados para participar da vanguarda de seus exércitos. Antes da conscientização do papel da criança na sociedade, culturas ancestrais retiravam púberes de seus lares para passarem por intensa doutrinação militar, tendo na história seu exemplo mais notável, a cultura espartana. Se pararmos para pensar, eles eram os primeiros a encontrar combate, a tropa de choque, os despreparados, vulgarmente conhecidos como “bucha-de-canhão”.

Hoje ainda observamos esse tipo de fenômeno em conflitos. Não é nenhum assunto velado episódios de milícias compostas por crianças na África, ou até mesmo adolescentes e jovens adultos em grupos extremistas como Talibã e Al Qaeda.

Entre os fãs de animação japonesa e mangá, sempre existe a piada relativa ao clichê da “jornada do herói”, onde um garoto é recrutado por uma autoridade e ao mesmo é dada uma arma poderosa capaz de aniquilar o inimigo. Na opinião de muitos, isso é uma manobra de marketing dos estúdios japoneses para alcançar empatia de seu público alvo, garotos de idade colegial, muitas vezes tímidos, com dificuldades para compreender seu papel em meio tamanha responsabilidade.

Efeito semelhante acontece nas escolhas de design para as tais “armas”, Yoshiyuki Tomino criador da série Mobile Suit Gundam, comentou o quanto a BANDAI amenizou a aparência de seus robôs para as audiências infantis, adicionando cores e outras peculiaridades que normalmente seriam não-ortodoxas para um equipamento bélico.

(Ou não, se levarmos em consideração o aspecto “vanguarda” da infantaria, soldados que atraiam a atenção do fogo inimigo para si…)

A “metáfora da infantaria” é comum no universo de Mobile Suit Gundam, em sua primeira encarnação, a tripulação da nave White Base é majoritariamente composta de civis e adolescentes, tendo como protagonista o jovem Amuro Ray, que se vê de forma forçada a começar uma carreira militar aos 15 anos de idade, pilotando o lendário RX-79.

Imaturo, Amuro Ray aos poucos entende a natureza da guerra, desenvolvendo traumas, encarando a inevitabilidade da morte e os joguetes políticos por trás dos conflitos, embora seja a “estrela” do desenho, Amuro (assim como diversos outros que o sucederam) eram apenas crianças, peões em um tablado de xadrez, gostaria de ressaltar que este tipo de fatalismo é recorrente no trabalho de Yoshiyuki Tomino, as séries Gundam costumam ter uma contagem de corpos alta em seu término.

Um exemplo – tão gritante quanto Gundam – se encontra no trio de Neon Genesis Evangelion, onde, por razões científicas, apenas um grupo seleto de crianças podem pilotar o andróide Evangelion, a última esperança da humanidade. Os traumas psicológicos e o confronto com a inevitabilidade são visíveis em Shinji Ikari, órfão de mãe, temeroso ao pai distante e apático – responsável pelo programa que o recrutou –  Asuka Langley e seu problemático complexo de Édipo, e Rei Ayanami, o maior exemplar de “infantaria” da série, desumanizada e objetificada (fora e dentro da série, inclusive por um fandom moe, coisa para se pensar) luta para encontrar algum sentido na vida além do amor possessivo de Gendo Ikari.

Shinji Ikari é o inverso do arquétipo do herói, ele é essencialmente covarde e emocionalmente imaturo, ainda assim, compelido para dentro do conflito, cada vez mais prensado por forças maiores que a vontade dele.

É interessante este caráter “objetificante” em ambas as séries, onde para os “adultos”, eles não são crianças, quiçá seres humanos, mas sim componentes necessários para se alcançar um objetivo maior – e muitos vezes, irrelevante a ótica infantil.

 

image

Em Gundam, o comandante Noa Bright é responsável em exercer um papel paternal perante Amuro Ray (e Kamille Bindan, Judau e tantos outros…), em Evangelion, graças a natureza esotérica do EVA, existe a concepção de “voltar ao útero” toda vez que Shinji e cia. passam a pilotar, é como se fossem protegidos pelo colo maternal de todo e qualquer perigo externo.

Se em Mobile Suit Gundam, Amuro e cia. experimentam uma passagem forçada na vida, em Evangelion existe aquela frívola busca por uma vida conciliatória, onde seus personagens intercalam exercícios militares com uma rotina escolar, tentando buscar humanidade no cotidiano, apenas para terem a mesma arrancada no próximo conflito.

Tanto Amuro Ray quanto Shinji Ikari passam a serem temidos pelos colegas graças ao papel “desumanizante” que desempenham. Amuro Ray como o primeiro de muitos a serem considerados “newtypes”, um salto evolucionário do ser humano condicionado a vida no ambiente espacial e Shinji como o piloto de uma arma de destruição em massa (e posteriormente, em seu papel central no Projeto de Instrumentabilidade Humana). 

 

Este tipo de situação não é exclusiva a cultura pop japonesa, analisamos dois fenômenos literários recentes: Harry Potter e Crônicas de Fogo e Gelo. No primeiro, um jovem de 11 anos é jogado em meio a mundo fantástico, porém igualmente sortido a medida em que amadurece e sua ingenuidade é abandonada (e até mesmo questões como se a Armada Dumbledore possa ser ou não considerada uma “infantaria”). Em Crônicas, o choque é ainda maior para quem – assim como eu – conheceu a através de sua adaptação pela HBO, se na série de televisão, personagens como Robb Stark e Daenerys Targeryan aparentam quase seus vinte anos de idade, nos livros, nenhum deles passam dos quinze anos de idade, demonstrando um caráter verossímil a nossa cultura medieval.

Sim, estamos falando de Daenerys, engravidando de Khal Drogo aos treze anos de idade…

Avatar FiliPêra

O novo trailer de Zelda: Skyward Sword é lindo

 

image

Como vocês com certeza sabem, Eu sou fã da série The Legend of Zelda. Fã mesmo. Não sou aquele que sabe os mínimos detalhes do jogo, ou consegue desenhar os diferentes mapas de Hyrule pela memória, mas conheço bastante da mitologia e dos personagens da série, e joguei quase todos os jogos para consoles lançados para a série (os que não joguei ainda, estão me esperando pra serem jogados).

Posso dizer que nunca me decepcionei com a série. Por mais que a Nintendo tenha feito burradas com a tal casualidade que ela iniciou (que por outro lado, gerou excelentes frutos e rendeu bons jogos), a série Zelda - junto com Mario - sempre recebeu um excelente tratamento e manteve sua grande base de fãs.

Agora, na Comic-Con, a Nintendo mostrou um novo trailer do mais novo jogo da série: Skyward Sword, uma espécie de Wind Waker, mas com ilhas no céu. Ao menos é o que me pareceu quando vi os cenários da Ilha Skyloft, terra natal de Link, tudo com o visual cartunesco de Wind Waker, mas com Link crescido.

O trailer está abaixo, e The Legend of Zelda: Skyward Sword deve ser lançado fim do ano, cinco anos depois de Twilight Princess, um Zelda quase tão bom quanto o clássico dos clássicos Ocarina of Time (em breve resenho ele…).

 

[Via Kotaku]

sábado, 23 de julho de 2011

Avatar FiliPêra

Torre de Sauron reconstruída com LEGO

 

image

Mesmo com Elijah Wood nos entregando um Frodo carregado de afetação, os momentos em que o Olho de Sauro pairava sobre ele majestosamente acima da Torre de Barad-dûr são especialmente incômodos e aflitivos. O final de O Senhor dos Anéis então, com o exército de Sauron engolido pela terra e o esfacelamento da torre, coroam aquela que é a maior obra cinematográfica de todos os tempos.

O jovem Kevin Walter resolveu construir uma Torre de Barad-dûr toda de LEGO para apresentar na convenção Brickworld 2011, um encontro de fanáticos pelos bloquinhos de montar que rolou mês passado em Chicago. O resultado é de embasbacar até o mais detalhista dos fãs da saga de Tolkien, daquele tipo que escreve élfico de trás pra frente.

 

imageimageimage

 

 

 

 

 

 

 

 

 

[Via Mundo Tecno]

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Avatar Colaborador Nerd

[Pipoca e Nanquim] Capitão América

Por Pipoca e Nanquim

 

Videocast 78 - Capitão América - Pipoca e Nanquim por pipocaenanquim no Videolog.tv.

É isso aí galera, o filme está chegando e mais uma vez nós do Pipoca estamos com um comichão na barriga. E não é para menos, pois até hoje todas as adaptações para o cinema do bandeiroso foram uma lástima completa, salvando-se (com muita boa vontade) os filmes do final dos anos 70. O quê, não conhece? Pois você vai ver aqui que o Capitão aparece no cinema desde os anos 40 (é sério).

Bem, as boas novas é que todos os sites gringos que comentaram o filme falaram muito bem, inclusive elogiando a atuação de Chris Evans. Nós, independente de o filme ser bom ou não, adoramos o Capitão mais patriota da América e dedicamos este programa especial a ele (e também o próximo podcast – aguarde até segunda).

Quer saber o que vai rolar neste programa? Dá uma olhada abaixo e não se esqueça de que o livro mais bonito do planeta, Quadrinhos no Cinema, conta toda a história do personagem. Um abraço a todos e até a próxima semana.

Avatar Murilo

O Guia do Mochileiro das Galáxias

 

image

Existem livros obrigatórios para todo tipo de pessoa. Para os fãs de épicos há Senhor dos Anéis, para os admiradores de um bom terror existem as obras de caras como H. P. Lovecraft e, mais recentemente, Stephen King. Para os nerds há a obrigação de ler O Guia do Mochileiro das Galáxias, ainda que depois de ler a opinião seja negativa. A trilogia de cinco livros é uma das mais homenageadas e tem um dia apenas para comemorá-lo, o Dia da Toalha, onde você tem que andar o dia inteiro com uma toalha. O que eu quero dizer é que sem ler os livros de Douglas Adams você boiará num mar de referências que pode ser a conversa entre nerds.

Tudo começou com um programa transmitido pela rádio britânico BBC Radio 4. Depois partiu para uma compilação de fitas cassete. Logo foi radicalmente modificado e ampliado para ser lançado em livro, tornando-se sucesso imediato, com milhões de seguidores fiéis ao redor mundo. O sucesso estrondoso fez a história criada por Adams ganhar as páginas dos quadrinhos, uma série de televisão, games, um filme, peças de teatro e, o mais importante, a publicação de mais quatro livros. Assim surge a famosa trilogia de cinco livros. Houve ainda uma continuação escrita por Eoin Colfer, com permissão do Adams, Só mais uma Coisa. Embora os fãs tenham encarado o lançamento com ceticismo por duvidar que Colfer conseguisse ao menos chegar aos pés de Adams o livro foi bem aceito pela crítica. Para fins deste artigo, este livro não é abordado aqui.

O início de O Guia do Mochileiro das Galáxias já diz muito sobre o que veremos em toda a série. Arthur Dent é um terráqueo que é salvo por seu amigo Ford Prefect, na realidade um alienígena do planeta Betelgeuse, da demolição da Terra. Então acompanhamos as aventuras absurdas e hilárias de Dent pelo espaço. Nas mãos de outro escritor de ficção científica a destruição do nosso planeta poderia ser contada de forma dramática. Mas não por Douglas Adams. Por ele esse momento se torna o início de uma das mais brilhantes sátiras da história, focando todos os temas abordados pela ficção científica. Mas alguém com a genialidade sarcástica de Adams não se resumiria a isso. Tudo podia virar motivo de riso em sua obra, principalmente a humanidade. Seu humor é leve, rápido, extremamente inteligente, bem britânico. Nada de humor para as massas aqui. Há piadas que você só entende se tiver um certo conhecimento prévio. Ele brinca com o absurdo das viagens intergalácticas e de seus habitantes, cada um mais inusitado que o anterior. A sensação de prazer durante a leitura é ainda maior por percebermos o quanto Douglas Adams deve ter se divertido escrevendo sua Trilogia, embora reze a lenda que ele fazia tudo, menos escrever! A leitura é ligeira, quando menos se espera percebe-se, não sem pesar, que o livro já acabou.

Mas, O Guia do Mochileiro das Galáxias não é apenas uma história de humor como já vi alguns dizerem. Douglas Adams sabia como poucos escritores a arte de contar uma história. A forma como ele inicia, intercala e fecha seus capítulos, as viradas bruscas na história, o enredo acelerado e que mesmo assim te faz pensar. Nos dias de hoje, em que a maioria das editoras está mais preocupada com vendas do que com a qualidade dos livros que lançam, a obra de Adams deveria ser lida por todos os escritores iniciantes que querem vender bem seus livros sem perder a qualidade artística. Quem já leu Carlos Ruiz Záfon, autor de A Sombra do Vento, e Markus Zusak, de A Menina que Roubava Livros, entende bem isso. Eles são exemplos de escritores que venderam bem e que um dia podem até chegar a ter seus livros considerados clássicos.

A escrita de Adams envolve conceitos complexos de tecnologia, biologia e outras ciências. Você pode ser um completo zero à esquerda em matemática ou química, mas ainda poderá se divertir com o Guia. Mas quanto mais souber melhor os livros vão lhe parecer. Encontrar um livro com piadas e referências que você sabe bem que poucos humanos vão compreender não tem preço.

 

image

Uma das sacadas mais geniais do Guia do Mochileiro das Galáxias é por ele não ter sido escrito como um livro do planeta Terra. Foi feito como um livro publicado em todo o espaço. Graças a essa pequena mudança o estilo e a lógica da narrativa são muito mais técnicos, com descrições inimagináveis em outros livros, como "O ser humano é um ser bípede baseado em carbono e descendente dos primatas". "Tão primitivo a ponto de ainda achar que os relógios digitais são uma grande idéia". A maioria dos livros e filmes de ficção científica explora o espaço e os aliens como o diferente, o estranho. Graças a essa mudança de prisma de Adams as viagens no espaço são absolutamente comuns e nós, os humanos, é que somos bizarros. Criaturinhas atrasadas que mal sabem que existem outras formas vida fora da Terra. Até o planeta sofre: "Logo na Terra, o planeta mais chato do universo!" Isso rende uma infinidade enorme de piadas e críticas sensacionais que não contarei para o caso de você ainda não ter lido.

 

[Se você está lendo isso no planeta Terra, então:

Boa sorte. Existe uma boa quantidade de coisas que você não conhece mesmo, mas você não está sozinho nessa. Só que, no seu caso, as conseqüências de não conhecer essas coisas são particularmente terríveis, mas, olha, não liga não, é assim que a vaca vai pro brejo e afunda.

Arthur Dent funciona como uma solução narrativa. Como ele não sabe droga nenhuma sobre o espaço, tanto quanto nós não sabemos, aprendemos conforme ele aprende sobre outros planetas e raças. Vamos ganhando conhecimento naturalmente, mal percebendo isso. A verdade é que Arthur Dent simboliza a humanidade, eu e você, todos nós. O terráqueo é o personagem pelo qual o autor zomba da humanidade. Mais azarado do que o normal, atrapalhado. Num grupo de personagens bizarros é ele que causa identificação no leitor.

A história tem uma infinidade de personagens, geralmente criados para ironizar alguma coisa. Sejam os psicólogos, os filósofos, a religião e a as universidades. Porém, além de Dent, poucos personagens são recorrentes na série. Um deles é Ford Prefect, um alien do planeta Betelgeuse que vem como pesquisador de campo para o planeta Terra para atualizar o verbete do Guia do Mochileiro das Galáxias, mas acaba preso aqui por longos 15 anos. Durante esse tempo adotou o nome de Ford Prefect, porque pensava que era um nome bem comum e finge ser um ator desempregado. Até que um dia a raça Vogon surge nos céus anunciando que a Terra ia ser demolida para dar lugar uma via hiperespacial intergaláctica. Faltando segundos para o fim Ford pega uma carona clandestinamente na nave Vogon e salva seu amigo humano mais íntimo, Arthur. É um dos personagens que mais gosto da série por introduzir antes mesmo de irem ao espaço o quão alucinada seria a história.

Zaphod Beeblebrox é semiprimo (que tem três das mesmas mães) de Ford Prefect e presidente da Galáxia. Embora o cargo só sirva para desviar a atenção do povo de quem manda de verdade, sua vaidade quase não lhe permita perceber isso. Cheio de qualidades, quase todas ruins, é covarde, interesseiro e irresponsável. Não perde tempo pensando no que vai fazer, vai e faz, simplesmente. Rouba a mulher que Arthur estava quase ganhando em uma festa na Terra e a leva para o espaço. Tal mulher era Trillian. Não há muito a falar sobre ela, a não ser que ela é descrita como uma astrofísica brilhante, a mais inteligente das criaturas orgânicas e incrivelmente linda. Diferente de Arthur é ela é quase acostuma à rotina do espaço.

Marvin é o único robô entre os protagonistas e é a criação mais genial de Douglas Adams. Ele é um dos protótipos da Companhia Cibernética de Sirius projetados com a PHG, Personalidade Humana Genuína, e a prova de que robôs com sentimentos humanos pode não ser exatamente uma boa idéia. Marvin sofre de depressão, detesta e é detestado por todas as formas de vida por ter uma inteligência do tamanho do universo, 31 bilhões de vezes maior de que a de um humano e mesmo assim é obrigado a cumprir atividades idiotas como abrir portas ou servir de atraso para algum robô perigoso enquanto o resto do grupo foge.

 

image

Mas também não poderia terminar este artigo sem falar do Guia do Mochileiro das Galáxias. Ele é tão recorrente na trama que chega a ser um personagem. O livro mais espetacular já publicado pelas editoras de Beta de Ursa Menor, mais popular que a Enciclopédia Galáctica, mais vendida que Mais Cinqüenta e Três Coisas para se fazer em Gravidade 0 e mais polêmico que a colossal trilogia filosófica de Oolonn Colluphid, Onde Deus Errou, Mais Alguns Erros de Deus e Quem é Esse Tal de Deus, Afinal?. Externamente parece uma calculadora e tem mais de 9 milhões de páginas em sua memória. Traz impresso em sua capa uma das frases mais conhecidas pelos nerds, em letras garrafais e amigáveis "NÃO ENTRE EM PÂNICO!" O Guia tem tudo o que um mochileiro precisa saber em suas excursões pelo espaço. Embora algumas das suas informações estejam erradas ele faz questão de afirmar que o que está errado está terrivelmente errado. "A realidade vive errando. O Guia é definitivo."

Douglas Adams não era como muitos escritores de ficção científica que vemos por aí, que parecem se cagar de medo com a tecnologia. Não só não a temia como era fascinado por ela. Achava que ela poderia combater todos os males do mundo. Mas também alertava que ela é responsável por guerras cada vez mais destrutivas. Ele chega a mostrar os problemas que enfrentaríamos caso as viagens no tempo se tornasse uma realidade. Queria saber o que ele escreveria sobre o atual mundo tecnológico se ainda estivesse vivo.

 

Sempre quando leio Adams não consigo conter certa inveja como escritor. O cara criou um estilo próprio e inconfundível e adquiriu uma liberdade criativa absurda. Ele chega a pedir, quase mandar aos leitores para que pulem logo para o último capítulo e ri de si mesmo, por não se preocupar em explicar tudo e revelando técnicas de narrativa.

Embora cada fã da série tenha um livro predileto da série ela, em essência, não muda significativamente. A estrutura da história é a mesma, um humor sarcástico e reviravoltas absurdas. O Guia é o único livro da série que não tem um desfecho. O Restaurante do Fim do Universo começa imediatamente onde o Guia terminou. E eu não achei só mais engraçado que o primeiro livro, ele também tem boas doses de suspense. Zaphod Beeblebrox ascende em importância e faz coisas por impulso, sem saber o porquê. O problema é que uma parte do cérebro está bloqueado, e essa parte lhe ordena a fazer essas coisas. Mas quem bloqueou uma parte de seu cérebro e por que motivo. O desfecho não poderia ser mais surpreendente.

A Vida, o Universo e Tudo o Mais tem um desfecho conclusivo, mas que poderia ser retomado no futuro, como de fato foi. Mas é aquele tipo de livro que poderia ter ficado por ali mesmo. Arthur Dent, após passar cinco anos isolado em uma caverna na Terra Pré-Histórica, precisa salvar o Universo da ameaça dos aliens do planeta Krikkit, uma raça de xenófobos que não resiste à idéia de haver algo além no universo que o planeta deles. Desta vez, Adams ironiza as guerras raciais, da maneira mais cruel possível. Também finalmente descobrimos qual a pergunta para a resposta da vida, do Universo e tudo o mais.

O meu livro favorito da série, embora detestado por alguns, é Até mais e obrigado pelos peixes! O único da série onde a história se passa mais tempo na Terra do que no espaço e personagens marcantes como Ford mal aparece e Zaphod e Trilliam são apenas citados. No primeiro livro, Adams conta que uma garota descobriu o que estava dando tão errado no planeta para que as pessoas não conseguissem ser felizes, mas a Terra foi demolida antes que ela pudesse contar para alguém. Fechava dizendo que a história não era sobre essa mulher. No quarto livro finalmente sabemos mais sobre ela. Fenchurch é uma das personagens que mais gosto, por se comportar como uma mulher comum, sem arroubos sentimentalistas e românticos que vemos por aí em outros livros. A presença dela introduz elementos inéditos na trama, como uma leve e cativante comédia romântica entre ela e Arthur. A conclusão do livro é definitiva, fechando o destino de Marvin e o resto dos personagens. Quer dizer... deveria ser definitivo, se Douglas Adams não caísse na tentação de escrever mais um livro.

O resultado disso foi o Praticamente Inofensiva, que alguns odeiam tanto que falam que é um livro à parte, sem a ligação com a série original. Em parte por causa do estilo. Parágrafos e capítulos cada vez maiores. Também por ser bem difícil de se situar durante a leitura. Aparecem duas Trillian durante a história e só um tempo depois você entende direito isso. Mas, principalmente, para a conclusão que Adams dá para os personagens, que pode causar uma decepção tão grande quanto o final de Lost em alguns. Não que o livro seja ruim, tem o mesmo humor que consagrou O Guia do Mochileiro das Galáxias um sucesso mundial. Porém, provavelmente nem todos conseguem aceitar um final tão definitivo e que abusa do humor negro como aquele. Eu disse “definitivo”? Esqueça. Como já disse lá em cima do texto houve uma continuação escrita por Eoin Colfer e autorizada pelo próprio Douglas Adams. Como nunca a li não tenho como falar sobre.

No fim, acabou que a obra de Douglas Adams acabou se tornando uma das maiores referências do gênero que ironiza, a ficção cientítica. Transpôs mídias, gerou seguidores e nos ensinou lições importantes, como a importância da toalha, a resposta para o sentido da vida, o Universo e tudo o mais e a nunca, NUNCA, entrar em pânico.

 

Curiosidades

O personagem principal do livro, Arthur Dent, teve seu nome inspirado em um escritor que em meados de  1600 publicou um livro chamado The Plain Man's Pathway to Heaven.

Já o sobrenome de Ford Prefect, o amigo alienígena de Arthur, veio de um carro popular da época em que o livro foi escrito (daí a escolha de Ford de um nome considerado por ele "comum"). Na versão francesa o tradutor, temendo que a piada não fosse entendida, mudou o sobrenome para "Escort", um carro mais conhecido.

No capítulo 7 do primeiro livro, Adams cita que o pior poema do universo foi criado por Paula Nancy Millstone Jennings. Na série original de rádio o nome citado era Paul Neil Milne Johnstone, mas Adams foi forçado a mudá-lo para o livro. Johnstone é uma pessoa real.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Avatar Felipe

Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte 2

 

image

Finalmente, depois de 10 anos, chega ao fim nos cinemas a história do bruxo Harry Potter. Com um primeiro filme bem infantil, a saga soube crescer com seu público não apenas nos livros, mas também nos cinemas, com filmes cada vez mais sombrios e violentos, preparando o terreno para o grande final. E, felizmente para os fãs, o final é realmente grandioso e traz o sentimento de que realmente todos esses anos valeram a pena.

O filme começa exatamente onde terminou o anterior, com Voldemort se apossando da Varinha das Varinhas e Harry e seus amigos se escondendo. Ajudando no clima de tristeza que impera nesse começo, nenhuma palavra é dita nos primeiros minutos, o único som é uma música melancólica, enquanto vemos os personagens com expressões de derrota. Não é preciso mais nada para o espectador entender que as coisas vão de mal a pior agora que o Lorde das Trevas está cada vez mais poderoso. Não resta dúvidas de que dividir a última parte da história em dois filmes foi a decisão mais acertada, cenas mais contemplativas como essa do começo seriam impossíveis com apenas um filme.

Com o clima mais sombrio de toda a saga, Harry Potter e as Relíquias da Morte: Parte 2 conta também com excelentes cenas de suspense, como a invasão dos jovens bruxos no banco onde Belatrix Lestrange guarda seus tesouros. Claro que os fãs mais devotados já sabem tudo o que vai acontecer, mas quem acompanha apenas pelo cinema vai ficar realmente tenso em determinadas partes.

Mas o que chama mesmo a atenção são as cenas da batalha em Hogwarts. Confesso que eu esperava uma batalha bem sem graça, com meia dúzia de bruxos de cada lado se enfrentando e Harry derrotando Voldemort ao fim. Porém, para minha grata surpresa, me deparei com uma batalha sensacional, envolvendo não apenas centenas de bruxos, mas outros tipos de criaturas, como gigantes e estátuas de pedra. E a pancadaria rolou solta, com vários personagens morrendo de ambos os lados. Essa batalha também serviu para que personagens que ficaram meio de lado em filmes anteriores tivessem mais destaque, como Neville Longbottom e a professora Minerva McGonagall. Aliás, Neville protagoniza algumas das melhores cenas do filme, como a explosão de uma ponte que dá acesso a Hogwarts.

A produção ainda tem espaço para cenas bastante emotivas, como a revelação dos verdadeiros planos de Severo Snape ou de que é preciso um sacrifício para derrotar aquele-que-não-deve-ser-mencionado. Outra cena que chama a atenção é quando Harry Potter se encontra com alguns fantasmas em uma floresta, algo que com certeza vai arrancar lágrimas dos mais sensíveis.

 

image

O grande ponto fraco do filme fica por conta de como é mostrada a morte de alguns personagens importantes. Ou melhor, de como elas não são mostradas. A câmera se limita a mostrar rapidamente os corpos no chão ou amigos e parentes chorando as mortes. Mas logo em seguida já estamos seguindo Harry Potter em sua busca por respostas e até esquecemos daqueles personagens que morreram, já que são muitas as revelações do enredo nesse momento.

Até mesmo a morte de alguns vilões não pode ser devidamente aproveitada pelo público, uma vez que logo já pula para outra cena. Esse tipo de coisa já havia acontecido anteriormente, quando Sirius Black morre, e voltou a acontecer neste filme. Felizmente, a morte de um personagem importantíssimo da saga foi mostrada até com mais violência do que eu imaginava, o que faz o espectador realmente sentir aquela perda.

Infelizmente, mesmo com a divisão em dois filmes, algumas coisas ficam meio confusas de se entender, como o motivo do golpe de Voldemort não matar Harry Potter, por exemplo. Eu, que não li os livros, tive que dar uma olhada na internet pra entender o que havia acontecido. Em compensação, o embate final entre os dois ficou bem emocionante, alternando entre a cena da luta e a cena dos amigos de Harry tentando destruir a última das horcruxes, com o mais inesperado dos personagens salvando dia.

 

image

image

Embora eu ainda ache que um final trágico para o protagonista tornaria a história realmente inesquecível, é impossível não sair do cinema com um sorriso por tudo ter acabado bem. Não apenas em termos de história, mas também por ser um filme que faz justiça aos melhores momentos do bruxo no cinema. Respeitando o final bem intimista do livro e deixando de lado as grandes festas em comemoração pela derrota do mal, que são comuns em filmes de fantasia, Harry Potter e as Relíquias da Morte: Parte 2 encerra com maestria uma das mais importantes sagas dos últimos anos.

 

Harry Potter and the Deathly Hallows: Part 2 (EUA, 2011)

Diretor: David Yates

Duração: 130 min

Nota: 9,5

terça-feira, 19 de julho de 2011

Avatar Beatriz Paz

Sangue Quente – George Romero e Shakespeare de uma só vez

 

clip_image002

Olá meus queridos(as) e lindos(as) leitores(as)! Peço desculpas pelo sumiço doido da minha parte, faculdade, emprego e otras cositas más me impossibilitaram de dar o ar da graça por essas bandas, mas cá estou eu aproveitando o tema do último Nozescast trago mais uma resenha fresquinha pra vocês!

De uns tempos pra cá as criaturas “sobrenaturais” vêm ganhando destaque, seja no mundo da literatura seja em séries. Tá, não é de hoje que temos filmes e livros com essa temática, há o clássicos Drácula, de Bram Stoker, e as infinitas e incríveis películas de Romero.

No entanto, o que eu quero dizer é que vampiros e outras criaturas da noite começaram a ganhar um destaque gradativo. Um exemplo disso são as novas edições de clássicos da literatura como Orgulho, preconceito e zumbis ou Razão, sensibilidade e monstros marinhos.

Todo esse boom do sobrenatural começou com a saga de vampiros brilhantes de Stephanie Meyer (me desculpem, mas eu me recuso a chamar esses livros de Best Sellers), depois disso vieram anjos caídos em sagas, como as de Fallen ou Sussurro. Se você reparar bem na sessão de “Mais vendidos” quando for numa livraria, só haverá obras relacionadas a esse tipo de criatura.

O cinema obviamente não ficou de fora, primeiro foram os filmes de Crepúsculo, depois tentaram colocar lobisomens no meio com o filme estrelado por Benício Del Toro e Hopkins. Não deu muito certo, ainda bem que temos Harry Potter na jogada com seus trasgos e testrálios pra dar qualidade na briga. Além do cinema as séries de TV também entraram na dança, Vampire Diaries, Split e Teen Wolf são mais resultados dessa explosão de caninos afiados e imortalidade.

Agora você se pergunta: “Poxa Bia, você não vai falar de The Walking Dead não?” Mas é claro meu querido! Depois dos lobisomens foram os zumbis que ganharam os holofotes do momento, Apocalipse Z, de Manuel Loureiro e o livro da resenha de hoje Sangue Quente, de Isaac Marion são alguns exemplos.

Em termos de cinema os zumbis já são veteranos respeitados tendo suas variantes, sejam elas cômicas como hilário e incrível Todo mundo quase morto, sejam adaptações de videogame como a saga de Resident Evil ou os clássicos filmes do mestre do terror zumbi George Romero. Quem já viu A noite dos mortos vivos ou Exército do extermínio que o diga.

Na TV, os zumbis ganharam espaço com a adaptação (nem um pouco fiel) dos quadrinhos de Robert Kirkman, The Walking Dead e a praga zumbi se espalhou com mais frequência ainda. Aproveitando a infecção geral é hora então de dissecar um dos exemplares citados acima.

 

clip_image003

Sangue Quente

O fatídico dia chegou, alguns acreditam ser o juízo final, outros pensam que é o fim dos tempos e a maioria nem pensa mais. O tão retratado apocalipse zumbi pela indústria cinematográfica  finalmente teve início e a humanidade não passa de algumas centenas de pessoas reunidas em cidades estádios e lutando ao máximo para sobreviver à praga do novo milênio.

R não é uma dessas pessoas, R é um dos milhões de zumbis espalhados pelo mundo e advindos da praga que ninguém sabe como teve início. Sua rotina é igual a de qualquer outro zumbi só que, diferente das outras obras de mesmo tema, o protagonista do livro de Isaac Marion tem uma “vida” similar a dos vivos, ele sai para comer, se casa, adota filhos, os leva para a escola e até se apaixona, mas tudo descrito de um modo seco, oco e sem vitalidade.

Não há o calor humano em suas palavras, não há riqueza de detalhes ou comparações e metáforas, é tudo objetivo, simples e indiferente, o que faz completo sentido afinal estamos falando de um zumbi e não de um ser vivo. Temos um exemplo disso logo no começo do livro:

 

“Depois de algumas horas disso, noto uma mulher na esteira contrária à minha. Ela não balança nem grunhe como a maioria de nós. Apenas sua cabeça se deita de um lado para o outro. Gostei disso nela, o fato de não grunhir ou balançar. (...)Ela não é ninguém,. Mas será que eu não estava querendo demais também? Estico meu braço e pego na mão dela.

Esta mulher e eu nos apaixonamos. Ou o que quer que tenha sobrado disso atualmente”.

R vive num aeroporto abandonado e destruído pelo apocalipse, e assim como os vivos, ele tem seus governantes, zumbis tão antigos e decompostos que somente lhes restou o esqueleto velho e desgastado, são conhecidos como “Ossudos”, o equivalente aos nossos sábios anciãos. Ninguém contesta uma ordem do conselho de Ossudos e a calmaria impera.

Uma das várias características que diferente o protagonista dos demais mortos vivos é a capacidade precária de fala, uma ou duas palavras de cada vez, fora isso a mímica é utilizada. Os zumbis de Marion são quase como crianças, não sabem ler, mal conseguem falar direito e fazem amizades muito fácil, no caso de R ele tem um melhor amigo chamado M.

Mas não vá pensando que fica tudo por ai. Apesar de todas essas características, R ainda é um morto vivo, ele não sente dor, não sente frio e sim, ele come cérebros. A massa cinzenta é retratada no livro como se fosse uma espécie de droga, ao comer um o zumbi passa a ver a vida de quem ele atacou diante dos seus olhos. É quase uma alucinação ou uma “viagem”, e é numa dessas “viagens” que R começa a vivenciar coisas estranhas.

Uma saída rotineira pra caçar vivos acaba tendo um desfecho diferente quando R, M e outros mortos atacam um grupo de adolescentes que buscava por suprimentos. Durante a investida ele ataca um jovem chamado Perry, guarda seu cérebro no bolso após provar uma mordida, conhece Julie e estranhamente não sente vontade de matá-la. No livro a “fome zumbi” é mais um sexto sentido do que uma resposta cerebral, eles sentem os vivos por perto e assim que devoram os cérebros voltam ao estado inerte e adormecido de sempre, como um viciado depois de consumir sua droga.

R leva Julie para o aeroporto com a justificativa de mantê-la segura, no entanto, a garota é filha do comandante de um dos Estádios Cidades e responsável militar pela caça e eliminação de zumbis, o General Grigio. Conforme a relação dos dois se desenvolve, uma série de mudanças vai acontecendo com R, mas falar mais a respeito disso seria spoiler, então vamos deixar por aqui. Eu, particularmente, não gostei dessa menina, mas isso é opinião pessoal.

Algumas coisas estão lhe parecendo familiares nessa história? Os nomes dos protagonistas talvez? O contraste entre mundos e estados físicos? A rivalidade entre dois mundos banhados de ódio um pelo outro?

Se você não reparou em nada eu ajudo. Sangue Quente é quase uma releitura do clássico de Shakespeare, Romeu e Julieta. Ou você achou que o homem da história chamar R e a menina Julie uma mera coincidência? R(omeu) e Julie(ta)? O melhor amigo de R se chamar M e o ajudar a correr atrás da garota não te lembra de nenhum personagem da tragédia Shakesperiana? M(ercúcio) talvez? O fato de um ser um zumbi e a outra humana filha de um tirano uma coisa jamais pensada? Ou que os mortos vivos e humanos querendo um destruir o outro só mais uma coisa sem relevância?

A princípio, eu fiquei com um pé atrás antes de colocar as mãos nesse livro, eu sei que pode soar preconceituoso, mas ao ver na capa que havia um comentário de Stephanie Meyer eu já armei minhas defesas contra uma obra literária ruim. Antes que venham com as pedras e o que mais estiver ao alcance pra jogar em mim eu aviso, eu li Crepúsculo e com o perdão da palavra, achei uma bosta. Mas Sangue Quente não se enquadra nessa categoria.

No decorrer do livro, não só R como a narrativa muda, não posso revelar no que, mas se você prestar atenção ela se modifica, coisa que eu achei muito interessante afinal conforme nós mudamos, nossas perspectivas e ações seguem o fluxo dessa mudança.

Uma coisa que eu achei muito interessante no cotidiano zumbi foi que ao morrer, você ganha uma espécie de liberdade mórbida e uma força tremenda. Você não precisa mais se preocupar com contas a pagar, prazos, orçamentos, o que vestir pra ir trabalhar ou como se portar diante de alguém. Ao ser convertido através da mordida, você só se preocupa em comer gente, zanzar por ai e eventualmente gesticular ou grunhir.

No entanto os zumbis também “morrem” e não me refiro só ao famoso e único método de se livrar de um morto-vivo: um tiro na cabeça. Eles se decompõem e acabam virando “Ossudos”, ficam reclusos e muito mais macabros do que antes. R tem uma característica física que o difere dos demais, o seu corpo esta incrivelmente conservado:

 

“Nenhum de nós é atraente, mas a morte foi mais gentil comigo do que com muitos outros. Ainda estou nos primeiros estágios do apodrecimento. Apenas a pele cinza, o cheiro ruim e os círculos negros embaixo dos meus olhos”.

Sangue Quente é o tipo de livro que você come de uma só vez, sua narrativa é fluida e se você não fica esperto ao lê-lo no metro, pode acabar perdendo a sua estação como quase aconteceu comigo. A construção dos personagens é simples, mas você acaba sendo cativado pelo carisma ingênuo, bem intencionado de R e o seu típico dar de ombros.

Uma coisa que eu esqueci de comentar: os zumbis de Marion fazem sexo, M é uma espécie de garanhão do aeroporto e assiste pornografia, mas o ato sexual não é nem um pouco empolgante ou similar ao humano, eles simplesmente ficam nus e esfregam os corpos gelados e em decomposição um contra o outro, mantendo os olhos arregalados e uma expressão de não saber o que esta acontecendo. Não há preliminares, não há penetração, não há graça e não há nada.

É como eu comentei acima, a vida de um zumbi e a vida de um humano são bem parecidas no livro, as crianças mortas vivas vão a uma espécie de escola para aprenderem a matar humanos usando pessoas capturadas, as crianças vivas aprendem a engatilhar armas, recarregar, atirar e a sobreviver dentro das escolas situadas nas Cidades Estádios, é quase um treinamento militar para quem deveria aprender a ler e escrever. Mas, tempos de desespero pedem por medidas desesperadas.

Dentro do desenrolar da história, R convive com a alma e memória de Perry numa luta espiritual rumo a liberdade e aceitação de morte, o tempo todo Marion trata da questão da incerteza da vida, seja descrevendo a vida dos humanos sobreviventes ou seja numa das reflexões de R enquanto “desligado”. No livro, os zumbis ficam acordados por dias até que desmaiam numa espécie de sono para recuperar as energias e não, eles não sonham, pelo menos não todos.

Agora, se você é o tipo de pessoa que não gosta de ler e sim quer assistir (atitude desaprovada pela autora da resenha, diga-se de passagam), não se preocupe. A obra de Marion será adaptada aos cinemas, com estréia prevista para 2012. Até agora só foram divulgados os protagonistas da história: Nicholas Hoult (X-Men: First Class, Um Grande Garoto e Skins) interpretará o peculiar R e Teresa Palmer (Aprendiz de Feiticeiro) será Julie.

 

clip_image004

Outra coisa muito legal, o próprio autor fez um trailer do seu livro. Pros que não sabem, Isaac não foi pra faculdade, não ganhou nenhum prêmio, não é casado, não tem filhos, teve seus textos achados na internet por Cori Stern e Sangue Quente é o seu primeiro livro. Segue abaixo o trailer mas só ta valendo pra quem sabe inglês.

 

Se você gosta de uma história de amor apocalíptica com cérebros e partes de corpo voando por aí, com o desespero da sobrevivência humana e aquele fio de esperança de que no fim tudo dá certo e todo mundo acaba bem, corra para a livraria e agarre Sangue Quente e você vai perceber que R é muito mais humano do que muitos vivos que perambulam por ai.

 

Título: Sangue quente (Warm bodies)

Páginas: 252

Nota: 10


Layout UsuárioCompulsivo