quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Avatar Felipe

Up - Altas Aventuras

 

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É interessante analisar a trajetória da Pixar desde o começo, com Toy Story, até Up - Altas Aventuras. Antes ela fazia histórias de humor e aventura, com uma pitada de emoção, mas desde Wall-E isso se inverteu. Parece que o objetivo da Pixar agora é fazer histórias extremamente emotivas, com algumas pitadas de humor e aventura. E com este novo filme ela não decepciona (a mim pelo menos a Pixar nunca decepcionou).

Na história, Carl Fredricksen, um senhor de 78 anos, resolve realizar o sonho da vida dele: viajar para a América do Sul, levando junto a sua casa. Para isso, ele amarra vários balões no telhado e sai voando rumo à aventura. Porém, no meio da viagem ele descobre que tem um passageiro inesperado: o garoto Russel, de oito anos, que estava na varanda da casa quando esta decolou.

Eu achava que depois de Wall-E a Pixar não fosse mais conseguir emocionar tanto o público. Ledo engano. O filme já emociona logo no começo ao mostrar toda a vida de Carl, desde a infância quando conheceu sua amada Ellie, até o dia em que ela morreu. Toda a sequência que mostra a vida dos dois juntos é contada sem o uso de diálogos, fica tudo a cargo das belíssimas imagens que nos mostram tanto os momentos mais felizes (como o casamento), quanto os momentos tristes (quando descobrem que não podem ter filhos). A maneira como é contada a morte de Ellie, com uma referência ao dia em que os dois se conheceram, é de encher os olhos de lágrimas. Aliás, ainda me impressiona como os personagens conseguem passar tanta emoção mesmo sendo tão caricatos, afinal, nenhum deles têm as proporções exatas de um ser humano. Mas pra quem já tinha conseguido fazer isso com robôs, que não falavam mais de três palavras, deve ser fichinha fazer isso com humanos.

 

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E falando em personagens, eles estão carismáticos como sempre, a começar pelo velhinho Carl, que na versão nacional foi dublado pelo Chico Anysio. E pensar que alguns analistas da indústria do cinema chegaram a dizer que um desenho, com um velho como protagonista, nunca daria certo. Apesar de ser bem rabugento no começo da aventura, é impossível não gostar dele quando lembramos da sequência de abertura. Mas o outro protagonista, o garoto Russel, também não fica pra trás. Ele é um escoteiro que entra na história porque falta apenas uma medalha pra coleção dele, mas, para ganha-la, ele precisa ajudar um idoso. Russel nos é apresentado como uma típica criança de oito anos, que fala o tempo todo e está sempre em busca de aventuras. Em dado momento, Carl sugere que os dois brinquem de quem consegue ficar mais tempo calado e o menino diz que sua mãe também adora essa brincadeira.

E não posso deixar de citar a já habitual preocupação da Pixar com os detalhes das suas animações. Como a barba de Carl que vai crescendo conforme o tempo passa ou os machucados e a sujeira no rosto de Russel, que não desaparecem magicamente. São pequenas coisas, mas que fazem toda a diferença.

 

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Apesar do desenrolar da história já ser meio manjado (é um filme Disney/Pixar, então a gente sabe que tudo vai dar certo), ainda assim é um excelente filme para os que gostam de uma boa animação. Mas para aqueles que são fãs da Pixar, Up - Altas Aventuras é simplesmente obrigatório. E prepare-se para se emocionar.

PS: O filme possui cópias normais e em 3D. Eu assisti em 3D e achei que não faz falta nenhuma, não é como Coraline, onde o 3D ajuda a contar a história. Então fica a dica para quem não quiser pagar o absurdo que é o ingresso de filmes em três dimensões.

 

Up (EUA, 2009)

Diretores: Pete Docter e Bob Peterson

Duração: 96 min

Nota: 10

11 Comentaram...

Sergin disse...

Rapa, belo texto, chegando aqui onde eu moro la pra 2012 nos cinemas eu vou tirar um tempo e ir la assistir ><
vlww

Anônimo disse...

A Ellie é a Mulher Elástico d'Os Incríveis?!?! Tão igual!!

murilo disse...

Não são todos os filmes da Pixar que eu gostei. Alguns são meio bobos. A virada foi com o Wall-E.

Ronzi disse...

Vocês também acharam ou só eu vi a semelhança entre o Carl Fredricksen e o Chico Anísio?

Murilo Andrade disse...

Concordo com o Ronzi na questão da semelhança.

Anônimo disse...

Assiti ontem, simplesmente ótimo!!
Concordo com o comentário do Chico Anísio rsrs

Patrick disse...

um salve pro up! nota 10 muito merecida.

Julikiyo disse...

Tb assisti e curti muitíssimo. O cinema tava lotado de crianças mas quem se emocionou mesmo foram os adultos. Com este filma, a Pixar mostra um novo tipo de estratégia: usar animações para entreter não só as crianças, mas os pais já que o pano de fundo acaba sendo uma drama psicológico com casquinha de humor

Felipe Mandu disse...

Vi hoje o filme em suas duas versões, 3d e convencional e digo que o 3d permite uma imersão muito maior na pelicula, ao começar pela cena de abertura onde carl corre em frente a rua com a bexiga, em 3d a cena carrega um poesia inerente impressionante, demonstrando a pequines e delicadeza do pequeno garoto diante de um mundo estatico e indiferente, enquanto na convencional ha somente uma cena com uma camera e uma fotografia razoavel, e isso ocorre por todo o filme. Primeiro filme que eu realmente vi o poder do 3d como potencializador da experiencia de um filme. (não vi coraline em 3d)

Anônimo disse...

ainda nao tive a oportunidade de assistir,mas pela divulgaçao do filme feita pelas propagandas de tv,da a entender q o filme é de comedia e por isso aparentemente nao gostei,pq nao vi comedia nenhuma.Mas se a veradeira intençao do filme é emocionar parece q conseguiu,pois o filme é sucesso total de bilheteria e de marketting de boca!

Bruno M. disse...

Uma Excelente produção... Só tenho que descordar quer o Filme em 3D é realmente sem dúvida espetacular... Essa tecnologia, em particular fez uma baita diferença.

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