Peguei emprestado esse filme por total insistência de uma conhecida; para vocês terem uma idéia ele ficou aqui guardado em um canto praticamente por uns dois meses.
Eu gosto de filmes nacionais, desde Louco Por Cinema, que considero o filme que retomou a seriedade das películas tupiniquins. Ele é um dos motivos pela qual procuro, sempre que dá, me enfiar na salinha escura me deliciando com o que há de melhor nas produções brasileiras!
Mas essa onde de cinema-verdade iniciado com Cidade de Deus meio que me deixa de nariz torcido. Não gosto dessa coisa toda de alimentar o (pré) conceito que o mundo aqui dentro e lá fora já possuem sobre a questão da violência. Alguns poderiam apontar o dedo em minha direção e dizer que meu ressentimento é devido ao fato de ser o Rio de Janeiro, o cenário sempre escolhido para mostrar o que de pior tem o Brasil. Ah, sim, confesso que me ressinto, afinal eu sou Carioca e, para qualquer um nascido naquela terra calorenta, ver que apenas esse aspecto da cidade é em geral retratado, dói.
Mas Última Parada 174 me surpreendeu. Todos os elementos já comuns ao estilo do roteirista Bráulio Mantovani, o mesmo de Cidade de Deus e Tropa de Elite estão lá, mas há algo a mais, talvez o olhar diferente do diretor Bruno Barreto um diretor que vai do divertido O Casamento de Romeu e Julieta ao histórico O Que é Isso Companheiro.
A história todos conhecem, já que na época a repercussão do caso foi gigante devido a cobertura da mídia nacional e estrangeira, o Brasil e o mundo acompanharam horrorizados as longas horas do chamado “sequestro do ônibus 174” e seu desfecho dramático e triste. Mas cabe aqui um breve relato.
Em Junho de 2000 o ônibus 174 que fazia o percurso Centro-Gávea foi abordado por uma viatura da polícia em frente ao Parque Lage no bairro do Jardim Botânico, desconfiados de um provável assalto. Dentro, o sobrevivente da Chacina da Candelária Sandro Barbosa do Nascimento, armado e provavelmente muito drogado, se desespera e faz todos de refém dando início as cinco horas mais tensas que a cidade já presenciou. Após liberar os passageiros homens e ficar com 10 reféns mulheres, suas ações nervosas terminaram com sua saída do veículo levando como escudo humano a professora Geísa Firmo Gonçalves. Um policial do Bope tenta então alvejar Sandro com uma submetralhadora e errando, acerta de raspão a refém que acaba por levar mais três tiros nas costas disparados pelo sequestrador. Imobilizado pelos policiais ele é posto em uma viatura e lá dentro é morto por asfixia. Todos os policiais acusados por sua morte foram julgados e declarados inocentes.
Última Parada 174 não conta a história do sequestro e sim a vida de Sandro, de sua infância até seu momento final. Misturando realidade a ficção, Bruno Barreto nos presenteia com uma história emocionante, em uma bela crônica que nos faz refletir sobre a vida dessas pessoas que vivem a margem da sociedade.
Desde as primeiras cenas narrando o começo da trajetória da vida de dois meninos quase homônimos, um é Sandro e o outro Alessandro, ambos com o apelido de Alê, o filme desperta todos os tipos de sentimentos, da emoção a repulsa e vai costurando uma colcha de situações que revela a tênue linha que separa o mundo de cá do mundo de lá.
Com personagens reais, humanos, sofridos mas nem por isso menos belos, vemos desfilar perante os nossos olhos essa incrível força que mobiliza os brasileiros quando realmente querem. Através da vida de Sandro vão sendo contadas pequeninas histórias que passam despercebidas, o dia a dia da vida malograda dessa gente que faz, não espera acontecer.
Temos a ex-viciada que perde o filho para o tráfico e encontra na fé a força para viver sem nunca desistir de reencontrar a sua cria, a determinação, a garra e a liderança da fundadora de uma ONG disposta a fazer a sociedade entender que xenofobia é combustível para a violência, a ex-menina de rua que torna-se prostituta e mesmo apaixonada sabe que tem que manter os pés no chão e continuar com o seu “trabalho”, porque não há no mundo um outro lugar para ela.
Esses são alguns exemplos, há outros mais, uns saltam aos olhos porque possuem uma participação mais acentuada, outras são para serem observadas nas entrelinhas.
E dessa forma a vida de Sandro vai tomando forma, cor, cheiro, sabor... todos os sentidos são usados no intuito de nos fazer ver que a realidade nua e crua apesar de terrível pode saciar nossa necessidade de ver uma bela história sendo contada.
Última Parada 174 é mais do que um filme para servir de debate nos bate-papos em mesa de bar regrados a cerveja, é na verdade para ser apreciado como um ótimo exemplo da manifestação da Sétima Arte!
Última Parada 174 (Brasil, 2008)
Diretor: Bruno Barreto
Duração: 110 min
Nota: 9
18 Comentaram...
Essa mania do cinema brasileiro de tratar bandido como coitadinho e vítima da sociedade tá cansando já.
Eu gostei bastante do filme. E concordo, bandido não é coitadinho vítima da sociedade. Coitadinho é quem sente inveja da atenção que vai pro bandido vítima da sociedade.
Eu não gosto de filme pedante que retrata bandido como cria de uma sociedade consumista e dita sem valores.
Isso acaba dando margem para casos reais, como foi o da menina Eloá, acontecido na cidade de Santo André, SP. Se a mídia não tivesse feito um cobertura tão intima e dado tanta voz a um moleque, a PM poderia ter feito o seu papel.
a classe merdia adora ve bandido no cinema.filma bandido é coisa de cinesta barbudo bem nascido metido a intelectuá de mesa de bar.
De raspão uma ova, quem matou a professorinha e o bandido foi a polícia...
Dolphin, voce ja assistiu ao documentario onibus 174 do jose padilha? acredito que não, porque se assisti-se veria que este filme é extremamente desnecessário
o documentário foi eleito por criticos do mundo todo como um dos melhores da história, e tem 100% de aprovação no rotten tomatoes(coisa que só filmes do naipe de dr. fantástico, toy story e poderoso chefão conseguiram)
uma pena que nos brasileiros não damos valor a esta obra indispensável
de cara temos aqui o embelezamento do bandido(na questão da escolha do ator a interpreta-lo) e este filme ao que me parece é uma sucessão de cliches da vida do bandido que não teve escolha e bla bla bla
não que o documentario não fale de sandro e suas dificuldades, só que nao romantiza isso e nos joga as informações d emodo imparcial
fora que o bruno barreto é um diretor "muito trash" vamos dizer assim..
achei esse filme chato, é bem feito e bla bla, otimas interpretações, mas achei monotono, o roteiro meio que se perde, retratam a cena do onibus muito rapidamente.
Quer ver um filme brasileiro realmente foda assista "Estomago"
Esses cineastas ganham dinheiro, premio e reputação explorando a miseria do povo.
Ainda tem gente que assiste isso ??
"Esses cineastas ganham dinheiro, premio e reputação explorando a miseria do povo.
Ainda tem gente que assiste isso ??"
primeiro que este filme não ganhou premio nenhum, alem de ter sido massacrado pela critica brasileira
e segundo que retratar violencia e miséria em filmes é algo necessário, afinal o cinema é uma arte e como tal fala da sociedade como um todo o que envolve estes elementos
há grandes filmes que falam de pobreza e violência e são verdadeiras obras de arte cinematograficamente falando, como é o caso de Cidade de Deus
Esse acontecimento vai ficar na memória de todos os cariocas,especialmente para mim que pegou o ônibus 174 no dia, mas graças a Deus não foi o que tinha sido assaltado. Foi terrivel, fiquei super impressionada.
Adorei o FILME...Nele Relata uma história real, Na qual enfoca cenas da vida real, a marginalidade. É o que acontece com milhares de garotos que muitas vezes não tem oportunidade de uma vida digana e acabam no mundo das drogas e da criminalidade. Muitas vezes por falta de oportunidades os adolecentes acabam cometendo atos que repercutem pro resto das suas vidas... são ''vítimas da sociedade capitalista e egoista'' que não pensa no próximo e na desgraça alheia!
VERA C. Psi...
Não gostei desse filme. Agora, o do Padilha é excelente.
ah eu gosteei bastate do filme !
apesar dos filmes brasileiros só retratarem favelas ! -.-'
eu gostei muito do filme!!!!!!!
foi o melhor filme que acistir!!!!
todos são filhos da puta, todos, esses intelectulóides de merda, punheteiros de plentão, ficam nos seus mercedes, enquanto a podridão rola sola, esse menino morreu porque foi assassinado, assassinado pela polícia, assassinado, e a corrupta justiça, desses juízes e promotores ladrões, praticaram mais uma, cadÊ Deus, Deus, cadê vocÊ, cadê, caralho, será que você existe mesmo??? Cadê Deus, cadê Jesus, vamos ficar vendo todos esses crimes covardes da sociedade corrupta, das madames que querem criar ongs para mitigar seus pecados de punheteiras, cadÊ Deus, Deus, porra, faça alguma coisa, não aguento mais tanta injustiça, o menino morreu de bobeira, ele é vocÊ Deus, o menino é você, cadÊ Deus, caralho, nessa merda desse mundo? PEDDRO LESSI
quero morrer, quero morrer como os meninos da candelária, e aí, vamos dar ibope para os gringos, passar na televisão??? vamos tomar whisky, enquanto assistimos filmes feitos para esses merdas ganharem dinheiro em cima da desgraça dos menores de rua, dos moradores de rua, até quando? Até quando vamos aceitar a corrupção da justiça, da polícia??? Até quando??? Essa juíza que morreu, porque foi assassinada pelo PELUSO, pelo presidente do Supremo mesmo, pelo presidente do Tribunal de Justiça, ora, não é nosso pai, mãe, filho, foda-se, vamos tomar nosso whisquinho, até quando? Ô Deus, caralho, cê só pode estar de sacanagem, Deus, faz alguma coisa com a alma pura desse menino que morreu assassinado pelos policiais, policiais de merda, covardes, se sentem homenzinhos porque possuem arminha na cintura, bando de viado do caralho, vamos salvar tantos meninos como esse menino, vamos salvar, senão de nada vale a porra da vida, ainda que Deus não exista, pra quÊ estamos nessa merda???? PEDRO LESSI.
para que se vive se vamos morrer como o menino da candelária e do onibus 174, puta polícia de merda, sem preparo do caralho, puta que pariu, até quando vamos aceitar tudo isso? Que porra de país de merda, que vive a castração da subserviência do medo? MEdo de tudo, medo de viver e medo de morrer, pelo menos o menino expressa o sal da terra, não é medíocre igual ao bando de petista filho da puta que se posa de moralista mas é mais corrupto do que todo o resto junto, o que importa´é grana, viver na rua é merda, cheiros, sabores, vai tomar no cú, ô princesinha de Canudos, aqui é cheiro de merda, cheiro podre, pois o morador de rua não tem fragrancias para comprar, quer que tudo se foda, e eu quero junto, Deus, caralho, Deus, tô revoltado Deus, se a porra do filho da puta tem ajudazinha para assassinar o menino e ficar por isso mesmo, eu vou começar a pregar o assassinato dos policiais por Deus, cuidado, Deus, quem está revoltado, é capaz de tudo, não tem politicamente correto quando vemos nosso filho ser assassinado, não tem não Deus, aquele menino do´^onibus 174 é meu filho Deus, é teu??? É meu, eu quero o mesmo que ele, Deus, Deus, Deus, cadÊ vocÊ, caralho, caridade, amor, ô carabalho, ô caralho, ô caralho, tudo farofa, que amor, seu otário, não tem amor não, só tem amor pra quem tem cheiros e sabores, pra porra do moleque que não teve amor, que a mãe era uma filha da puta que dava de mamar drogada, tem a morte, ele merece a morte, a morte merece você , Deus, vocÊ merece a morte, não o menino que foi assassinado pelos policiais, você deveria ter sido assassinado no lugar dele, Deus, você, não ele, ele é vítima, é só, 100% vítima de tudo, de todos nós, hipócritas de plantão que ao menos cabo no rabo, já cagamos, viva o empalamento pra esses filhos da pura covardes, para ver se gostam, para os filhos desses assassinos, mas eles tê,m que assistir, vagabundos, BORGIAS da igreja, safados, malditos, PEDRO LESSI
gostei desse filme mostra a realidade da favela e a miseria que o governo não olha
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