O interior de um submarino B-413

 

Os russos, na era soviética tinham - e ainda têm, na verdade - um esquema secreto para armar suas tropas com o que há de melhor em equipamentos, sem deixar os ocidentais sabendo do esquema todo: eles não abastecem todos os Distritos Militares ao mesmo tempo, e sim começam com os que estão na fronteira, e depois vão para os do interior. E sempre fazem uma variante, conhecida como monkey-model, de cada equipamento para exportação.

A Marinha tinha o mesmo esquema: primeiro um submarino ou navio chegava a Esquadra mais importante, de só depois ia chegando às outras (a ordem de chegada de equipamentos às vezes mudava para despistar). Com o submarino B-413 a mesma coisa ocorreu. Em 1969 alguns dele foram entregues à Esquadra do Norte, para só depois chegar a Esquadra do Pacífico, depois a do Báltico e por último na Esquadra do Mar Negro. Geralmente essa operação leva em torno de dois ou três anos, e quando termina é possível que um novo modelo secreto esteja chegando a Esquadra do Norte e assim as engrenagens de distribuição de equipamentos secretos nunca ficam paradas, com o risco de se tornarem secas e lerdas.

As fotos abaixo, expostas em Kaliningrado, no Museum of the World Ocean, após o acidente com o Kursk, mostram bem as difíceis condições da tripulação de submarinos, que tem que passar meses no mar, com cerca de 200 ogivas nucleares - mais ou menos o que carregava um submarino russo classe Typhoon (ou Akula, no nome russo), os maiores e mais destrutivos da história - e ainda precisam se acostumar a espaços mínimos, e pressões psicológicas intensas. Fora treinamentos que incluem fazer consertos complexos sem luz…

Não ache isso desimportante, nesse momento deve ter um submarino estrangeiro patrulhando nossa costa e com alguma ogiva apontada para a sua cidade. Se ele não estiver com a cabeça no lugar, um disparo pode ocorrer (submarinos não precisam de autorização eletrônica do Alto Comando Naval para dispararem mísseis nucleares).

 

[Via English Russia]