segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Avatar Felipe

Anticristo

 

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Desde que causou polêmica no Festival de Cannes, Anticristo chamou minha atenção, afinal, eu fiquei curioso para saber se o filme era realmente tão chocante quanto diziam. E parece que a produção foi feita mesmo para chocar. Ela não tem muitas cenas de violência física, mas quando aparece alguma, elas são bem impactantes.

Anticristo conta a história de um casal que, após a morte do filho, resolve se isolar em uma cabana no meio da floresta, para tentar superar a perda. O diretor Lars Von Trier já causa polêmica desde o começo do filme, com uma cena de sexo explícito entre o casal, alternando com cenas do filho deles indo em direção à morte. Essas cenas do prólogo são muito bonitas, todas em câmera lenta e em preto e branco, contando a tragédia do casal. A partir daí, o filme se mostra um terror psicológico, com o marido tentando tratar a depressão da esposa e ela parecendo que vai surtar a qualquer momento.

O problema dessa polêmica toda que o filme causou, é que pessoas que esperavam ver um pouco mais de violência (como eu) acabam se decepcionando. Anticristo é mais um filme de arte, com longas cenas contemplativas, com os personagens se movendo em câmera lenta. Mas a coisa começa a esquentar no final, quando a produção começa a tomar ares de um torture-porn, como O Albergue, porém com uma história decente. Em uma das cenas, o marido toma uma porrada no pênis, que é impossível algum homem não se revirar na cadeira enquanto estiver assistindo o filme.

Para os fãs do gênero gore, que esperam sempre ver muito sangue, Anticristo não é a opção mais recomendada, apesar do final impactante. Mas quem gosta de filmes de arte, esse pode ser uma boa pedida, mas prepare-se para se impressionar com algumas cenas.

 

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Antichrist (Dinamarca/Alemanha/França/Suécia/Itália, 2009)

Diretor: Lars Von Trier

Duração: 109 min

Nota: 7

7 Comentaram...

Murilo Andrade disse...

Não me empolguei para assistir.

danivalentin disse...

eu tava com medo de assistir esse filme. sério. mas achei um erro. é claro que é bonito, como vc mesmo falou, as cenas do prólogo são lindíssimas. de resto achei lixo pseudo intelectual, pretensioso.

Anônimo disse...

Um lixo intelectual...? Meu deus, o que o senhor entende de psciologia cristã pra fazer um comentário desse, Favor ler o Texto do Luis Felipe Pondé na ilustrada da Folha de São Paulo sobre o filme, realmente, o "danivalentin" deve ser um cara genial pra comentar algo assim...

Luis Thiago disse...

é so um nome: Lars von Trier.. esse diretor é um dos poucos do ambito cinematografico, que faz cinema por cinema. Esse filme Anticristo é um pertardo de psicologia feminina cristã.. Excelente!!! Agora tem q ter folego pra aprecia-lo.

Cezar Berger Junior disse...

É, tem gente que não fez a lição de casa e não entendeu as críticas do Lars...

Cronópio disse...

Olá, há algum tempo venho tecendo um diálogo com os textos de pondé no meu blog! Posto um texto a seguir:

"Pondé e a insustentável banalidade do ser"
(do blog "criticaparnasiana.blogspot.com")

No último texto vimos como Pondé, comentando o pipocão ecologético de James Cameron, acertara na mosca ao enxergar no filme traços de um fundamentalismo ecológico de fundo romântico (que ele chamou, em termos “politicamente” incorretos, de “romantismo para retardados”, o que muito nos alegrou). Contudo, no elogio que teceu ao filme de Lars Von Trier, Pondé escorregou feio no tomate e nos revelou, por assim dizer, a natureza intrinsecamente brega que povoa a alma humana. Acontece que o filme de Lars Von Trier, assim como o filosofar de Pondé, é extremamente pretencioso. Pretensão de autenticidade: assim defino o conceito de “brega” aqui aplicado ao filósofo. E ao filme, é claro. Pois Lars Von Trier, que pelo visto é muito menos astuto do que James Cameron, não percebeu que o cinema autoral morreu – ao menos nos moldes “tarkovskianos” que ele tenta ressuscitar. Insisto nesse ponto: o filme transpira “bregosidade”. Provam isso o hit de música clássica (“lascia chio pianga”, da ópera Rinaldo, de Händel) que já fora utilizado no lamentável “Farinelli" (1994) e os clichês que povoam o filme, como “a casa na floresta” e os “animais falantes”, que “resgatam o conteúdo mítico” (para usar o jargão psicanalítico pós-freudiano) das fábulas e dos contos de fadas. Se fôssemos tolos o suficiente, poderíamos agüir que os três animais mágicos seriam no fundo manifestações arquetípicas. E teríamos muito capim místico para mastigar.
Além do mais, ainda que não fosse “intrinsecamente” brega, o filme “Anticristo” mereceria, pela própria pretensão, uma análise formal mais cuidadosa. Coisa que Pondé não faz. Em vez disso, faz alusões teológicas muito pouco precisas e por vezes incorretas. Como conciliar a “riqueza teológica” de Agostinho com a pobreza de um comentário como “sua natureza era intrinsecamente má”? Afinal, para Agostinho, como sabem os teólogos, o mal era desprovido de substância (cito: "O mal não possui uma natureza negativa, mas a perda do bem recebeu o nome de mal”, Confissões). Trata-se certamente de um deslize, afinal, Pondé não é intrinsecamente mal e parece ter lido Agostinho melhor do que muita gente. Entretanto, não custa nada recomendar-lhe mais rigor científico (e a ironia contida nessa afirmação é sintomática do próprio posicionamento do “filósofo Daslu” que é Luiz Felipe Pondé).
Ao tentar voar com asas gigantes, ou seja, ao tentar positivar seu conservadorismo, Pondé expõe seu lado brega e se torna motivo de troça. A inexorabilidade da banalidade é tema do filme satírico “Queime depois de ler” (2008) dos irmãos Cohen. Nesse filme, que não pede nenhum tipo de crítica séria, a idiotice age como uma espécie de conceito teleológico hegeliano, provocando desenlaces patéticos e dissolvendo num mesmo caldo insosso de banalidade todas as motivações que os personagens porventura apresentem. Como uma corte diante de seu bufão, rimos de nós mesmos ao assitir ao filme dos Cohen.
De resto, transcrevo a seguir frases pretenciosamente “poéticas” do filósofo que, como todos nós, como dizia meu tio, “às vezes põe o do Wando na vitrola”:
O intróito:
“Não um jardim do Éden onde a natureza é essa criação romântica sem dor, mas uma escura câmara de terror, cheia de gemidos e solidão.”
E o Gran Finale:
“A personagem feminina carrega em si toda a tragédia que é ter sido aquela que pressentiu o hálito do mal no mundo e em si mesma. Façamos silêncio em respeito a ela.”

Convenhamos: “gemidos e solidão”? “Façamos silêncio em respeito a ela?” Felizmente esse oponente pode mais do que isso... estimo melhoras!

Glauco disse...

Lars von trier...só uma namorada indie pra me arrastar pra isso. Sem méritos. É daquele tipo de artista que todos dizem: Gênio! Bem, democraticamente eu peço a gentileza, e discordo numa boa. Tá nos meus top 5 do que nao assisto: filmes que tem no nome 'confusão', 'da pesada', 'turminha', 'verão', e lars von trier".

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