Quando li as primeiras notícias sobre Gamer, pensei logo que seria mais um filme no estilo Mandando Bala, daqueles que você desliga o cérebro e curte toda a matança. Infelizmente, o filme não é totalmente assim, ele possui uma história que insiste em interromper a ação frenética. O problema é que essa história é bem clichê.
A premissa é bem besta: em um futuro não muito distante, o empresário Ken Castle (Michael C. Hall, o Dexter) cria um jogo de tiro chamado Slayers, no qual os jogadores controlam pessoas de verdade em um campo de batalha, é como um Counter Strike com gente de verdade. Esse controle é possível graças à outra invenção de Castle, o nanex, que é uma espécie de nanotecnologia que modifica as células do cérebro. E todos os controlados são presidiários que foram condenados ao corredor da morte e recebem a escolha de poder atuar em Slayers, sendo libertados se sobreviverem a 30 batalhas. E faltam apenas 3 batalhas para o herói Kable (Gerard Butler) se tornar campeão e conseguir a liberdade, o que parece não agradar Ken.
Além de Slayers, Ken Castle criou outro jogo, Society, onde pessoas são pagas para serem controladas por outras pessoas, em uma espécie de The Sims com gente de verdade. A esposa de Kable trabalha em Society e é controlada por um maluco que não perde uma oportunidade de colocá-la para fazer sexo. Para ele é apenas um jogo, mas pra ela é tudo de verdade. E aí, sabendo que a mulher a filha estão com problemas, além de correr risco de vida por algo que aconteceu no passado, Kable resolve fugir sem tentar completar as 30 batalhas.
O filme já começa mostrando uma dessas batalhas, com ação frenética e tiros e explosões para todos os lados. Como a classificação é 18 anos, temos bastante violência, com algumas mortes mostrando muito sangue. Uma das coisas que eu achei bem interessante é que às vezes aparece na tela o HUD, que são todas aquelas informações que aparecem na tela de um jogo, como a energia de um personagem, por exemplo. Em certo momento, nós até vemos o campo de batalha através do ponto de vista do jogador, com várias informações na tela e uma visão em terceira pessoa como em Resident Evil 4. As cenas de ação realmente parecem saídas de um game, com muita coisa acontecendo ao mesmo tempo, mas achei que alguns tiroteios podiam ter sido melhor mostrados, às vezes mal dava pra ver o estrago que um tiro causava.
Infelizmente, o filme não fica só dentro do jogo, em pouco tempo Kable já está fora da prisão, em busca de vingança. A solução que ele arranja para colocar combustível no carro e escapar é sensacional. Mas eu acho que teria sido mais interessante se a história se focasse justamente no dia-a-dia dos presidiários e em tudo que eles fazem para vencer ou escapar. Teria muito mais ação e matança dessa maneira.
O maior ponto positivo fica por conta da escolha dos protagonistas. Depois de interpretar o rei Leônidas, Gerard Butler com certeza foi a escolha certa para um personagem que faz cara de mau o tempo todo e mata praticamente qualquer um que apareça na frente. Do outro lado, temos Michael C. Hall fazendo o que ele faz tão bem em Dexter, alternando entre o Ken Castle bonzinho, que aparece na mídia, e o louco que quer dominar o mundo.
Gamer é mais um daqueles filmes que serve pra distrair em um fim de semana que você não tenha nada pra fazer. Não possui a mesma diversão despretensiosa de um Mandando Bala, mas mesmo assim consegue divertir por uma hora e meia.
Gamer (EUA, 2009)
Diretores: Mark Neveldine e Brian Taylor
Duração: 95 min
Nota: 7
3 Comentaram...
Ainda bem que os produtores não pensam igual a vc. Seria um filme pior do que já é.
Muito loko o filme!!!
Bom, acho que até certo ponto o filme ficou muito bom mesmo, mas em alguns aspectos ele realmente deixou a desejar...
Mas acho que esse não tem nada a ver com Mandando Bala, e foi um erro comparar os dois, absurdo, inclusive.
A atuação do Michael assim como a do Gerard foram impecáveis, em tudo o que fizeram, a fotografia ficou boa, e a cg ficou impecável, realmente. Acho que foi um filme muito bom, não pelo roteiro em si, mas sim, por ser fanzasso de CS, gostei bastante da forma que adaptaram isso, só não gostei muito do papel daquele carinha lá, o "pai do Chris".
Enfim, o filme não é ruim, só faltou explicar um pouco mais de como o controle do Ken Castle funcionava.
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