quinta-feira, 15 de outubro de 2009

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[Blog Action Day] O Ecoterrorismo e as Leis

 

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Quando se analisam em todos os seus detalhes ações ecoterroristas - daquelas que utilizam sabotagens e ataques diretos contra criminosos ambientais, e não apenas ações de protesto público - pode-se refletir sobre a natureza legal delas. Afinal, até que ponto danificar propriedade privada é valido em nome de valores éticos globais? Enquanto muitos refletem sobre isso, os ativistas agem, e resolvem questões com a justiça posteriormente.

E mesmo possuindo menor poder e influência política que os que eles atacam, ativistas ganharam uma causa histórica na Justiça Inglesa no fim do ano passado. Os administradores de uma termoelétrica em Kent, processaram o Greenpeace por uma série de pichações no interior da instalação, causando prejuízos na ordem de 35 mil libras. No fim, a sentença anunciou o impensável para muitos: é legítimo, do ponto de vista da Lei do Reino Unido, danificar propriedade alheia, desde que isso impeça um mal maior, no caso, o aquecimento global, já que a usina despeja 20 mil toneladas de gás carbônico na atmosfera, mais que os 30 países que menos poluem. E no fim das contas o Greenpeace foi inocentado…

Bom, até aí tudo bem, visto a natureza limitada da ação, e o fato do risco de vidas aí ser zero. O problema é que gente mal intencionada usa esses precedentes para praticar ações violentas usando a bandeira do meio ambiente. É o caso dos ativistas da Frente de Libertação dos Animais - antes disso é preciso entender que a FLA é uma organização celular, sem líderes e que é ativa em 35 países - que incendeiam fabricantes de gaiolas, matadouros e destroem fazendas, contribuindo tanto para a causa dos animais quanto radicais do Movimento Sem Terra, visto que além do prejuízo material, colocarem vidas humanas em perigo, ou deixarem pessoas em cativeiro.

Em 98, por exemplo, uma célula italiana revelou (ou blefou, vai saber) que envenenou diversos panetones da Nestlé como forma de vingar o fato da empresa utilizar trigo transgênico em sua massa. Resultado: prejuízo na ordem de US$ 30 milhões e vidas em risco caso fosse o envenenamento tenha sido real.

Para o FBI, por exemplo, não existe distinção entre uma pichação e um incêndio, classificando tudo como ecoterrorismo… Alguns mantém a ética e se posicionam somente contra os que violam leis ambientais, como é o caso dos citados Greenpeace, e a própria Sea Shepherd, que concentram suas ações contra navios caçadores de golfinhos e baleias e nunca ocasionou perda de vidas, tanto do seu lado, quanto dos infratores (há leis internacionais que proíbem caça de focas e baleias). Motivos para isso não faltam, afinal prejuízo material sempre esteve no leque dessas duas organizações, sendo calculado que, somente com navios os prejuízos para os baleeiros fiquem em torno de US$ 10 milhões. Isso sem contar em usinas de processamento de carne de baleia e foca, e o fim do consumo de carne de mamíferos marinhos em países da União Européia.

Ou seja, para alguns, eles não passam de terroristas, mesmo não atentando para a vida de ninguém; muito pelo contrário, salvando diversos animais. Mas um governo extremamente materialista como o americano, o pensamento não poderia ser diferente!

 

PS: Ainda não se convenceu da importância da causa dos mamíferos marinhos? Leia esse post AQUI (com direito a soundtrack de Donkey Kong 2 no primeiro vídeo). Revoltante!

[Via Sea Shepherd]

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