Microsoft supostamente manda 1 milhão de espertinhos pastarem… e depois nega

 

No dia 10 de novembro a Microsoft simplesmente fechou as portas de acesso a sua rede online, a Live, para um milhão de gamers (o mais correto seria dizer entre 600 mil a um milhão) terem consoles modificados. A data não poderia ter sido mais bem escolhida, já que vários deles estavam se extravasando há uns dois meses na jogabilidade insanamente divertida de Halo: ODST, além de estarem se preparando para pôr as mãos no badalado e mega sucesso de vendas Modern Warfare 2. Como deu para perceber, era um período de intenso uso da rede online da empresa, com dois lançamentos absurdamente chamativos para partidas na rede, fora o número anormalmente gigante de inscrições novas.

Foi como abrir dois bares super grandes numa megalópole, e depois fazer uma intensa caçada para saber quem estava usando identidade falsa para beber cerveja. Para sair dessa malha fina do Tio Bill - acredite, essa aqui é muito pior que a chatice do WGA, que pode facilmente ser chutado depois de umas mudanças no Registro do Windows - é necessário comprar uma assinatura Gold, ou, em alguns casos mais agudos, outro console.

Não vou entrar no mérito disso ser correto, ou não, pois se está no contrato que é proibido fazer mods de consoles para se conectar, então a empresa pode fazer isso sem peso na consciência (ao menos no meu entendimento, já que a área jurídica está longe de ser a minha especialidade). Mas um escritório de advocacia achou que a medida foi abusiva e juntou uma galera que está no bloco dos Cortados da Live para lançar um processo coletivo contra a empresa, alegando falta de ética da política da Microsoft por justamente esperar esse momento propício e usar uma possível cláusula no contrato como modo de vender contas Gold (vários que assinavam Gold foram banidos também).

Os advogados vão ainda mais longe, afirmando que inúmeros gamers que jamais usaram jogos piratas entraram na dança e saíram prejudicados, vendo seus investimentos descendo pelo ralo sem poderem fazer nada.

A Microsoft, é claro, nega tudo, e afirma que esses números não passam de boato, alegando que somente uma “parte ínfima” dos usuários da Live foram cortados - ops, ela só não disse quantos deles, se limitando a afirmar um vago “dezenas de milhares”, o que deixa uma margem para ser facilmente refutada.

É claro que esse tipo de coisa tem precedentes por parte do povo da Janela, e os efeitos começaram a serem sentidos. Primeiramente que o banimento é eterno - ou até o ano 9999, se preferir - o que significa que é menos um cliente na Live para sempre. Pior do que isso é que depois desse fato, várias reservas de Modern Warfare 2 foram trocadas, com compradores passando a reservar uma cópia para o PS3, cuja a rede PSN ainda não teve coisas semelhantes ocorrendo, além de ser inteiramente gratuita.

Alguns estão analisando a coisa de uma forma ainda mais profunda: o PS3 ainda não foi pirateado, ao passo que o Xbox 360 não resistiu alguns momentos aos avanços dos pirateiros. Então existe um ponto aí: a Microsoft faz um console pirateável (como é o caso do seus sistema operacional) para usar isso como uma forma de conseguir vender mais que o concorrente da Sony, lucra com isso, pois vários compram o console por esse motivo, infla sua rede online, e depois passa a foice em todos, exigindo licenças Gold (que custam 50 doletas anuais)… ganhando mais dinheiro.

Se a coisa foi pensada assim, esse banimento mastodôntico talvez tenha sido um corte na mão que a alimenta, ao mesmo tempo que pode afastar potenciais compradores do seu console. Seria muito mais prudente fazer pequenos banimentos em maior número, ao invés de preparar um Juízo Final friamente.

Mas no fim das contas, é só combate a pirataria (isso se não houver detalhes secretos escondidos nas entrelinhas, e que não foram divulgadas)… mesmo que mostre que a Microsoft como uma empresa míope (ou que têm planos de dominação realmente bons)!

 

[Via Meio Bit Games]