Há muito que tem se discutido o futuro - e a salvação - da mídia impressa, e do jornalismo em si, afinal a internet deu uma boa sacolejada no modelo de negócios que era o alicerce desse centenário e pioneiro modo de se fazer jornalismo. Algumas propostas interessantes, como anúncios com e-inks foram lançados e fizeram o devido barulho.
E Eu acho que a Esquire é a revista correta para conter essas inovações. Ao lado da Playboy ela revolucionou o mundo da revista ao criar uma imagem cool para si própria, mesmo se associando a gente geralmente chata, como homens de 30 anos cheios da grana (é uma pena - e um erro - não existir uma versão nacional).
A edição de dezembro, com Robert Downey Jr na capa - está sendo chamada de um marco do futuro do jornalismo, graças a um esquema com realidade aumentada que a revista bolou. É basicamente um QR Code que é passado em frente a sua webcam fazendo com que certas matérias interajam com você (claro que tudo só funciona depois que você fizer o download de um software no site da revista com generosos 68 MB). É interessante, como você vê no vídeo, mas passa longe de ser o futuro da mídia impressa. O destaque vai mais para a ousadia da revista - não à toa uma das minhas revistas gringas favoritas - do que propriamente como um feito a ser seguido.
E francamente: a mídia impressa NÃO precisa de salvação. Está sendo sacolejada, com certeza, e várias publicações foram pra vala (inclusive a minha amada EGM). Mas esse é o tipo de coisa que ocorre em momentos de transição como esse que estamos vivendo, e isso é normal quando estamos falando de uma mídia com séculos de idade (o Journal des Savants foi fundado em 1665, por exemplo).
Mas enquanto algumas revistas morrem, outras se fortalecem, como é o caso da New Yorker, a The Economist, a The New Republic, a EDGE, e até revistas gratuitas como a Vice e a The Playground. Várias dessas revistas listadas aí são antigas, com meio ou um século de idade, e não precisam de qualquer inovação para alcançar milhões de leitores todo o mês. O que elas fazem para alcançar isso? Simplesmente bom jornalismo (algumas vão realmente na fronteira entre o bom e o mau gosto, o que entendam como elogio, aqui nesse caso).
Papel é mais velho que bits, assim como o rádio é mais antigo que a TV, e ainda está aí. Cinema é mais antigo que videocassete e o segundo foi pro ralo, enquanto as salas escuras ainda existem. Então, dizer que blogs vão soterrar redações, e sites vão colocar revistas e jornais no chinelo é ser muito apressado e não olhar a história. E no fim das contas, revistas ainda são melhores… e não vai ser agora, em muitas de primeiro escalão existem pelo mundo é que elas vão acabar.
[Via Engadget e Portal MSN]
5 Comentaram...
Com certeza as revistas não vão acabar.
Ainda compro revistas hoje em dia do mesmo jeito que sempre comprei, o detalhe é que não consigo mais comprar as mesmas...
As que mantiveram a qualidade (Super Interessante, Exame...) eu continuo comprando. As que não mantiveram (Playboy, Vip...) troquei por outras que não conhecia ainda (Roadie Crew, Piaui, Caros Amigos...).
O segredo dessas que continuo comprando foi que não mudaram pra pior. Isso tinha se tornado um padrão no começo dos anos 2000.
A banalização da VIP foi uma das minhas maiores tristezas...
Té.
Muito interessante, ao ponto de que a ideia em si é mais interessante do que a própria execução, mas acho louvável como primeiros passos!!!
Tava pensando...
Se esse negócio de realidade aumentada der certo e evoluir... acho que vou voltar a comprar a Playboy!
Huahuahuahuahuahuahuahua
Té.
Playboy com realidade aumentada não vai ter photoshop, logo, não vai rolar,rs.
Cara, o Correio Braziliense, um dos principais jornais locais do Distrito Federal, já disponibiliza qr codes em suas matérias, expandindo-as, já há uns seis meses ou mais!
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