terça-feira, 20 de maio de 2008

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Indiana Jones: A Trilogia

 

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Texto por FiliPêra

Resenhas por Leandro Sherman

 

Tem certas coisas que o tempo não consegue apagar. Isso vale também para o cinema. Se a cada dia surgem filmes que em pouquíssimo tempo são esquecidos, é fato que o cinema também consegue criar ícones que parecem eternos, heróis de uma geração. Mas o privilégio é para poucos. Símbolo do cinema de ação dos anos 80 (mas com um pé nos anos 40) Indiana Jones é um desses ícones. Seus filmes são daqueles marcos cinematográficos que parecem desconhecer barreiras de idade (mesmo que 27 anos depois); toda e qualquer pessoa gosta! O famoso arqueólogo (e dono de uma das três sombras mais conhecidas do cinema, ao lado de Hitchcock e Darth Vader) é um personagem atemporal, que nunca parece deslocado, mesmo que as "Sessões da Tarde" que o tornaram famoso aqui no Brasil tenham ficado para trás (afinal nós hoje temos DVD's).

E após anúncios não-confirmados, nomes e enredos plantados na internet, notícias e imagens vazadas, e roteiros não aprovados; finalmente o mais novo capítulo de Indiana Jones chegará até nós (na  verdade Eu lembro de um anúncio de início de filmagens em uma revista SET de 1998!). Mas convenhamos foi melhor assim. Quanto mais imagens e boatos apareciam, mais aumentava a aflição ansiedade dos fãs. Mas como toda a novela tem um fim...se o mundo não acabar, amanhã (é...Eu e o Sherman conseguimos lugar em uma muito disputada pré-estréia do filme no maior cinema aqui do Espírito Santo) vamos ver o que promete ser um do(s) filme(s) do ano!!!

Mas como tudo tem uma história...

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Toda a trilogia de Indy surgiu de uma idéia de fim de semana da profícua dupla formada por Spielberg e George Lucas, enquanto os dois descansavam no Havaí. Integrantes da geração de cineastas surgidos nos revolucionários anos 70 (junto com importantíssimos nomes como Martin Scorcese e Francis Ford Copolla), que tiraria o poder de Hollywood dos grandes estúdios e o devolveria a quem realmente merecia, os cineastas; o fato é que os dois eram incansáveis.

Lucas havia acabado de finalizar O Império Contra-Ataca e já começava a produzir O Retorno de Jedi, enquanto Spielberg ficara famoso com os sucessos de Tubarão e Contatos Imediatos de Terceiro Grau. E foi nessa fase que os dois tiveram a idéia de fazer um filme-homenagem aos seriados (na verdade vários filmes divididos em episódios, com suas cliffhangers de fazerem raiva e narrativa e temática quase absurda) dos anos 40. Após maturarem a idéia, ainda no Havaí, eles passaram a roteirização para Lawrence Kasdan, que havia ajudado George Lucas com o roteiro de O Império Contra-Ataca.

E o escolhido para o papel foi Tom Seleck. Sim, o bigodudo protagonista trilogia indiana de Magnum seria Indiana, o que cá pra nós tiraria boa parte do charme da (ex) trilogia. Por estar ocupado demais com a própria série Magnum, Tom Seleck não pode aceitar o papel, que após uma recusa de Nick Nolte caiu no colo de Harrison Ford. E foi com Ford que o personagem ganhou suas características mais marcantes: o carisma e o bom-humor. O fato de ter conseguido criar um personagem com características próprias (que seriam imitadas aos longos das décadas posteriores) realizou mais um desejo dos dois realizadores do filme: eles queriam que o filme se assemelhasse a um longa de James Bond (o que por sinal é uma das únicas frustações da carreira de Spielberg, que é dirigir um filme do espião inglês, que por birra vontade dos produtores não se realizou; o que acabou por também não deixar que Quentin Tarantino dirigisse Cassino Royale, cujo remake foi produzido após uma idéia dada por ele)!

Após terem o roteiro em mãos não foi difícil obterem a aprovação da Paramount, que na época contava com a direção de Michael Eisner (antes de ir pra Disney). Foi aprovado um orçamento de 20 milhões e o filme começou a ser produzido (o fato é que Os Caçadores da Arca Perdida renderia quase 400 milhões em todo o mundo).

A sequência (que seria aprovada facilmente após o sucesso do primeiro filme) ganhou um orçamento de 30 milhões. Esse capítulotempleof intermediário, Indiana Jones e o Templo da Perdição, foi o que teve mais ação, o que acabou por diluir um pouco a parte exploração do arqueólogo. Foi também o mais violento dos três e o mais criticado (até Spielberg declarou anos depois que não ficou completamente satisfeito com o resultado). Houve até uma referência a Star Wars: o bar com a cena inicial se chama Obi-Wan!

Mas tudo voltou aos trilhos com o terceiro filme, Indiana Jones e a Última Cruzada, que contou com ainda mais ação e muita exploração, além de um orçamento mais alto: 48 milhões. Também foi capítulo que mais faturou, com quase 500 milhões em bilheteria pelo planeta.  Curiosidade: A aparição do jovem Indiana no início do filme chegou até a inspirar uma série de TV de pouco sucesso.

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E para obter uma experiência ainda mais Nerd convidamos o nosso colaborador cinematográfico Leandro Sherman para realizar uma maratona Indiana Jones, assistindo num fôlego só toda a trilogia do arqueólogo. Dois dias depois, ainda sob efeito dos filmes ele nos mandou o texto que você confere a seguir.

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Indiana Jones e os Caçadores da Arca Perdida

 

O cinema é cheio de heróis, de todos os tipos e jeitos; temos John McClain (Duro de Matar), Rocky Balboa (da série Rocky), John Rambo (Rambo), James Bond (007), Maximus (Gladiador), El Mariachi (Trilogia do Mariachi), Murpher (Robocop)...mas realmente não tem herói como Indiana Jones. Com empolgação e agilidade (o mestre) Spielberg nos entrega "Os Caçadores da Arca Perdida", simplesmente um marco do cinema mundial. Como íamos imaginar que um professor de arqueologia teria tanta aventura para nos dar, fazendo eu e milhares de fãs ficarem de queixo caído.

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Tudo começa quando Indiana é chamado para achar a Arca da Aliança antes dos nazistas (para quem não sabe as aventuras de Indy se passam na década de 40). Como agravante está o fato de ela conceder poder divino aos que ela possuírem. E é aí que Indiana entra na história com muita garra e determinação e não dá chance para os alemães (o Hitler em pessoa também desejava o artefato). Ele cai em um buraco cheio de cobras (cobras são sua eterna fobia), é jogado de um caminhão e logo depois arrastado por ele, tem uma luta com um alemão gigante...sem nunca perder o bom humor e fazer ótimas piadas. Sem contar com seu "par romântico", Marion, que na maioria das vezes mais atrapalha do que ajuda na aventura, mas em compensação é a mais guerreira dos amores de Indy.

Do início, na América do Sul, até uma ilha deserta, em sua parte final; "Os Caçadores da Arca Perdida" (o "Indiana Jones" no título foi acrescentado anos depois por George Lucas, que parece nunca estar satisfeito com nada, vide sua cria, Star Wars, com dezenas de retoques e edições em DVD) é pura aventura e diversão. Um clássico histórico, uma excelência no quesito Héroi do Cinema!

 

Raiders of the Lost Ark (EUA,1981)

Diretor: Steven Spielberg

Duração: 115 min

 

Nota: 10,0 

 

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Indiana Jones e o Templo da Perdição

 

Magia Negra e o próprio mal é o que Indiana Jones encontra em sua segunda aventura. E desta vez ele não procurou por isso.

Tudo começa na China, quando Indy vai procurar mafiosos chineses para receber um pagamento e acaba sendo envenenado e tendo que lutar num salão de festa para conseguir o antídoto antes que seja tarde demais. Ele consegue e parte em um avião com seu amigo Short Round (Jonathan Ke Quan, o Dardo, dos Goonies), e a cantora estérica Willie. Mas os pilotos do avião trabalhavam para os mafiosos e os deixam para cair com o avião. Os três conseguem escapar (com a ajuda de uma bote salva vidas!!!) ilesos e vão parar na Índia. Lá encontram umtemple of doom povoado que tem suas crianças escravizadas por um feiticeiro que roubou a sagrada pedra da vila. O sacerdote da vila acha que é um sinal de Deus Indiana cair ali para ajuda-los e não exitar e partir em busca da pedra. Mas para consegui-la ele enfrenta vários obstáculos, como uma caverna cheia de armadilhas, um feiticeiro e seus homens, uma perseguição numa montanha-russa de emoção e muita bruxaria.

Realmente é de perder o fôlego essa aventura de Indiana Jones, que não tem o realismo e as cenas memoráveis do primeiro filme, mas é Indiana Jones e por isso mesmo é pura aventura.

 

Indiana Jones and the Temple of Doom (EUA, 1984)

Diretor: Steven Spielberg

Duração: 118 min

 

Nota: 8,5

 

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Indiana Jones e a Última Cruzada

 

O espírito do primeiro capítulo da trilogia volta nessa terceira e mais perigosa (até agora) aventura do nosso arqueólogo preferido. É também muito desafiadora; até velhos amigos como Marcos Brody e Sallah voltam para ajudar nosso herói, nessa busca pelo Santo Graal.

last crusade Tudo começa quando Indy é procurado por um empresário chamado Donovan. Ele explica que está financiando uma expedição para encontrar o Santo Graal e que seu pai, Henry Jones (Sean Connery, perfeitamente cômico) era quem estava procurando, mas acabou por desaparecer. Indiana parte para mais uma aventura (de longe a palavra mais citada aqui), que costumeiramente tem os mais desafiadores (e nojentos) obstáculos, à começar pelos esgotos cheios de ratos de Veneza. Logo depois ele resgata seu pai na fronteira austro-germânica, após confrontar nazistas,  para impedir que eles (as eternas pedras no sapato de Indy) cheguem ao local sagrado primeiro.

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Uma aventura de Indiana Jones sempre tem: emoção, comédia, diversão e ação. Tudo isso faz de Indy o maior heróis de todos os tempos do cinema. Aposto que vocês estão loucos (assim como eu) para ver sua quarta aventura. Aproveite e faça como eu; assista os três primeiros filmes de uma vez só e imagine o que Spielberg nos preparou em "Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal", que no próximo dia 22 (depois de amanhã) nos entrega seu retorno triunfal!!!

 

Indiana Jones and the Last Crusade (EUA, 1989)

Diretor: Steven Spielberg

Duração: 127 min

 

Nota: 9,0

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