quinta-feira, 22 de maio de 2008

Avatar FiliPêra

Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal

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Idade parece não fazer diferença quando estamos falando de Indiana Jones. Por mais que seus filmes pareçam fazer parte do passado, seu mais novo longa surge...atual, mas sem perder a nostalgia. No mais novo filme da (agora) quadrilogia as mesmas fórmulas e gags aparecem: um artefato a ser encontrado, um amigo (idiota) de Indy o acompanha, uma mulher no centro da trama, vilões medianos, um fortão que vai dar muito trabalho...

O que seria um problema para outras produções e séries, a repetição, é uma grande virtude quando se trata de Indiana; constatar que a série não saiu dos trilhos com esse novo capítulo traz um sorrisão de orelha a orelha. É claro que mesmo com um pé no passado Indy se modernizou. Não estamos mais na Segunda Guerra, e com o fim dela os nazistas deram lugar aos comunistas como grandes vilões da história. As cenas de ação estão mais anabolizadas, o que ajuda a aproximar Indy de outro grande herói do cinema: James Bond. As situações impossíveis ganharam aquela gostinho especial. Se pular de um avião com um bote salva-vidas e usa-lo para descer de uma montanha foi a cena mais absurda que a trilogia teve, aqui, Spielberg e David Koepp, o roteirista, fizeram Indiana escapar de uma explosão nuclear dentro de uma geladeira, descer as cataratas do Iguaçu com um veículo anfíbio, isso após usar uma árvore para aparar uma queda do veículo.

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A história? Soviéticos querem um crânio de cristal que deve ser devolvido à sua cidade de origem (que fica na Amazônia), com o intuito de receber os poderes que ela dará. Cabe a Indiana, é claro, impedir. Isso é o necessário da trama para entende-la. Roteiros mirabolantes e cheios de surpresas nunca foram o foco dos filmes do dr. Jones. Então espere bom humor, mesmo nas situações mais absurdas; muita aventura e referências. Sim, referências, principalmente a Os Caçadores da Arca indi3 Perdida. O principal deles é o retorno de Marion, a mocinha bêbada. Mas também vemos a Arca da Aliança de relance, e a área 51, lugar onde ela está guardada. Também há referências a Indiana Jones e a Última Cruzada. Principalmente com citações sobre o pai de Indy e de Marcus, o atrapalhada funcionário do museu, amigo de Jones. Há também referências a extraterrestres, como a área 51 e os reis da Caveira de Cristal deixam claro, oque era quase uma exigência de George Lucas para esse filme.

Mas é claro que tudo isso pode ser posto de lado graças à força de seus personagens. E todos eles cumprem seu papel. A única excessão vai para o personagem de John Hurt, o maluco Oxley, que apesar de engraçado nas horas certas, parece deslocado na trama, uma vontade de substituir Sean Connery, que brilhou no filme passado. O destaque (além de Harrison Ford, que parece que não perdeu nada do vigor) é Shia Labeouf (que tem o mesmo visual de Brando em Uma Rua Chamada Pecado). Seu personagem jovial mostra a força do ator (mas isso não justifica a idéia de George Lucas de coloca-lo no centro da trama em um próximo Indiana e deixar Ford em um papel semelhante ao de Sean Connery em A Última Cruzada). Seus momentos, principalente nas cenas de ação, dão um contraponto mais "jovem" ao filme.

As cenas de ação também continuam muitíssimo bem-feitas. As perseguições então, nem se fala. A perseguição de jipes, no meio da indi1 floresta tem um timing perfeito e me lembrou (além de superar de longe) aquela luta no final de Piratas do Caribe 2.

Apesar da multidão de coisas para falar, vou terminar com uma frase: O Reino da Caveira de Cristal é a cereja no topo do bolo da série e consegue reunir em apenas um capítulo tudo que os filmes de Indy têm de melhor!!!

Tá esperando o que? Corra para o cinema e assita! Não é toda a década que vemos o retorno do maior herói do cinema (mas que ele não retorne nunca mais. Ouviu Sr. Lucas?).

 

Indiana Jones and the Kingdom of the Crystal Skull (EUA, 2008)

Diretor: Steven Spielberg

Duração: 124 min

 

Nota: 9,0

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