Espião a serviço das gravadoras se ferram na justiça

 

 

A indústria fonográfica, uma das mais atingidas com a popularização da internet, está indo até onde nenhum humano jamais foi para salvar o próprio pescoço (em linguagem capitalista, leia-se: os próprios bolsos). Junto com a sua similar na indústria de cinema ela é responsável pela maior parte das ações envolvendo quebra de copyright e downloads ilegais. Mas, o braço da justiça, o mais importante aliado deles, também não tem piedade desses leões devoradores e tratam de punir as merdas que eles fazem em nome proteção ao tesouro intelectual.

Dessa vez o caso ocorreu na Espanha, que não tem tanta tradição assim na área de luta anti-pirataria. A Sociedade Geral de Autores e Editores da Espanha (SGAE) foi devidamente multada por invadir a privacidade dos que estavam em uma festa de casamento, que ocorreu em 2005, no restaurante La Doma, suspeito de utilizar músicas sem pagar royalties.

E a SGAE fez ainda pior: usou essa filmagem não autorizada para poder usar na condenação do restaurante, que foi devidamente multado em 43.179 euros. Mas o mundo dá voltas e um tribunal de Sevilha considerou que a obtenção de provas foi ilegal, e deu o troco: o SGAE foi condenado a pagar 60.101, mais os custos do processo. Ou seja: 17 mil euros de prejuízo para deixar de ser besta. E o detetive particular usado para espionar o casamento também entrou pelos canos e foi obrigado a pagar US$ 86 mil.

Mas, a cara de pau da Associação não pára por aí. Eles chegam a afirmar que esse tipo de ação, envolvendo espiões e detetives particulares indiscretos, é bem comum na Espanha, principalmente em casas noturnas, onde eles chegam a revistar as malas e equipamentos dos DJ’s, em busca de músicas protegidas.

A cada dia que ouço mais “causos” dos leões do copyright, passo a ser mais fã do Pirate Bay, o lado negro da força anti-copyright. E é tudo graças as próprias atitudes da cambaleante indústria fonográfica.

 

[Via Ars Technica e Remixtures]