quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

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Cyber-espertinhos ajudam no desmatamento da selva amazônica

 

amazona

 

O crime é uma coisa que impregna. Ele se espalha como um vírus e toma conta de qualquer setor possível, e quando chega, não quer mais sair. Com a informática também é assim. Criados por nerds, para ajudar a vida das pessoas (e encher os bolsos de outros), os computadores logo começaram a ser usados para cometer crimes. E os cybercrimes logo se livraram de todos os limites, para alcançar categorias inéditas e explorar o erro dos programadores.

E cybercriminosos estão contribuindo até mesmo na destruição da floresta amazônica que, se continuar nesse ritmo, vai ter o mesmo fim da mata atlântica. O esquema é simples: crackers, a serviço de mais de 100 madeireiras e carvoarias infratoras, invadem o sistema de controle de transporte de madeiras do estado do Pará, tornando legais o transporte de madeiras extraídas ilegalmente. Para ser mais específico, os invasores alteram a quantidade de madeira que cada madeireira pode extrair, dando a oportunidade dessas empresas criminosas de transportar (e lucrar com elas) mais madeira do que o permitido.

De acordo com o Ministério Público do Pará, foram desviados mais de 1,7 milhão de m³ de madeira, ou 71 mil caminhões carregados. O mesmo Ministério Público quer o pagamento de R$ 2 bilhões, para punir as empresas. As investigações estão sendo feitas desde meados de 2007, em parte, graças à uma denúncia do Greenpeace e já levou a prisão de mais de 30 chefes de quadrilhas e crackers. O Greenpeace (eles são baderneiros, mas sou fã deles) ainda fez o seguinte alerta:

 

"Isso é só a ponta do iceberg, pois os sistemas adotados pelos estados e pelo Governo Federal não são seguros. Além disso, a quantidade de auditores não é suficiente para monitorar e evitar fraudes. Ao invadir o sistema, essas empresas transformam seus carregamentos ilegais em madeira legal, como se viesse de planos de manejo florestal. Na realidade, eles estão comercializando madeira de desmatamento ilegal ".

 

Novidade? Nenhuma. Controlar toda a Amazônia é difícil, e com autoridades corruptas é ainda mais. Mas, neste caso a culpa é do sistema de controle do governo, que deve ser bem precário, frente ao poder dos crackers, sempre  frente do seu tempo.

 

[Via G1 e Threat Level]

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