Quando vocês vêem essa foto, já sabem que é problema…
Uma das frases mais estúpidas da história diz respeito a energia nuclear. Foi proclamada pelos americanos assim que as primeiras explosões foram feitas com sucesso e dizia: A energia nuclear só será usada para fins pacíficos. À partir daquele momento, nunca na história desse planeta, a humanidade chegou tão perto do Holocausto total, da extinção da raça humana como um todo. Depois de explodir duas cidades japonesas, para mostrar que estavam com tudo, os americanos abriram as pernas e deixaram os russos obterem a bomba deles e o mundo mergulhou na Guerra Fria.
A Guerra Fria se foi, e mesmo com episódios como a Crise dos Mísseis Cubanos, o mundo não virou pó e fumaça, mesmo com as potências nucleares possuindo arsenais para destruir o nosso mísero planeta dezenas de vezes. Mas, apesar da tensão das duas potências ter diminuído bastante (Putin começou a mostrar que a Mãe Rússia ainda é importante), as coisas só pioraram. Afinal, sem o peso de dois gigantes para colocar ordem no mundo, as coisas tendem a ficar caóticas, igual um canil.
É o que está acontecendo com o mundo atual. Geopoliticamente ele é um canil. Quem cuida das grades, os EUA, está atolado metido em duas guerras que só minam a sua capacidade de governar (se é que podemos chamar o que Bush fez de governar), e só aumentam a força dos habitantes do canil, ameaçando a paz dele. E tem uns cachorros muito bravos no meio deles, como é o caso do Irã, e, da já amansada e alimentada, Coréia do Norte. Ambos os países tem uma coisa em comum que os torna ferozes: armas nucleares (estamos quase chegando na verdadeira ameaça). Outra coisa em comum é o ódio deles pelos americanos, inimigo esse que eles não podem nem sonhar em combater. Mas, seria um problema mundial se os dois fossem inimigos e resolvessem brigar com suas belas ogivas nucleares, afinal ninguém quer ver outra Hiroshima ou Nagasaki.
“Mas eles moram tão longe um do outro e não são inimigos!”, deve estar se aliviando você. Pura verdade. Mas a Índia e o Paquistão são inimigos com “I” maiúsculo e fazem fronteira um com o outro. Há anos que eles andam se cutucando, colocando os terroristas (estou falando dos paquistaneses, que são apoiados pelos EUA. O ISI, serviço de inteligência paquistanês, treina e financia dois grupos terroristas da Caxemira: o Lashkar e o Jaish-e-Mohammed) para brigar, e assim evitar um problema dos grandes.
Míssil nuclear a serviço dos indianos
Bush desse jeito você não ajuda…
Mas, a situação está chegando a uma altura insuportável e só tende a piorar. Tem tempo que as duas potências nucleares estão expandindo seus arsenais, praticamente sem a interferência de qualquer órgão internacional. O principal problema envolvido tem relação com a Caxemira, região reivindicada pelos dois países.
Com o massacre de Bombaim, que resultou em 155 pessoas mortes, é provável que a Índia resolva mostrar que a banda não toca do jeito que os paquistaneses pensam, e resolvam contra-atacar. Para isso, armas nucleares (embora improvável) podem não ser dispensadas.
E os números de um conflito nuclear na região não são animadores. Há dez anos, a RAND Corp, uma importante consultoria militar americana, estimou em dois milhões de mortes o resultado de uma eventual guerra nuclear entre os dois vizinhos problemáticos, além de pó radioativo por toda a Ásia (e diversas outras regiões do globo) e mais 100 milhões de feridos. Hoje você pode, tranquilamente multiplicar isso por três. E, durante a semana 7-14 de dezembro, tal coisa esteve perto da realidade, com a Índia se movimentando no sentido de lançar um ataque aos paquistaneses, em franca desvantagem de 3:1 no seu efetivo militar (fora que a Índia tem uma reserva militar de quase um BILHÃO de pessoas).
Os EUA logo enxergaram problema, principalmente para o próprio nariz deles, já que dependem do apoio paquistanês para abafar uma recente onda de problemas com o Taliban. Na verdade, muitos analistas já classificam o exército paquistanês de mercenário dos EUA, já que seus 130.000 homens estão sendo treinados e financiados pelos EUA para vigiar os sempre chatos combatentes talibans.
Enquanto isso o mundo acha que está tudo bem, inclusive o já citado governo americano, que não vê a situação com a gravidade que ela merece, graças a “analistas” paquistaneses que preferem confortar o governo americano à mostrar-lhes a dura realidade. Tenho certeza que Putin vai se aliar e aos indianos e pegar aquela carona que ele gosta…
[Via Huffington Post]
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