quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Avatar FiliPêra

A indústria de quadrinhos do Brasil está em crise

 

crise

 

Eu lembro como fiquei contente com a notícia, que veio acompanhada de uma mega-entrevista com Cassius Medauar, de que a Pixel Media havia adquirido os direitos, por cinco anos, de toda a linha realmente importante da DC: a Vertigo, a ABC e a Wildstorm, responsáveis pelas melhores revistas que saíam da casa de Batman & Superman.

De cara achei que veria vários sonhos meus realizados, como ler a série Os Invisíveis, uma de minhas preferidas, de maneira decente (as edições da Brainstore são paupérrimas). Também pensei em adquirir a fase mooriana do Monstro do Pântano, outro clássico das HQ’s. Fora isso, Promethea, Planetary e The Filth e Sandman. Isso apenas para ficar com as revistas dos grandes mestres.

Depois de comprar algumas delas, percebo que o sonho acabou. Primeiro foi a saída de Odair Braz Jr, que era o editor-chefe da Pixel, e agora Cassius, que estava mantendo a qualidade dos lançamentos, também saiu, por desavenças com a direção da Ediouro, uma das sócias da Pixel.

PixelNAOMAIS 

Agora, o futuro da editora é incerto, assim como o contrato com a DC, que tem risco até de ser rescindido, caso seja “lucrativo” (ou com prejuízo menor do que perder dinheiro com revistas). E isso, com menos de dois anos. É para lastimar que o Brasil, com o porte que tem, não consiga sustentar uma linha de quadrinhos tão cultuada quanto a Vertigo e a ABC (é Alan Moore, porra!). Problemas a gente logo vê, como a falta de marketing, como bem observou Von Dews, do Vertigem, mas é inegável haver certa má vontade de haver uma editora nacional de quadrinhos de VERDADE.

O futuro é negro para os que esperam lançamentos da Pixel. Até as bem sucedidas revistas mensais, Pixel Magazine e Pixel Media, estão em risco de cancelamento. Apenas quadrinhos lançados esporadicamente devem continuar, como é o caso de Sandman, venda certa.

Outra que foi pro buraco é a Opera Graphica. Apesar de Eu não gostar dela, por causa de gibis excessivamente caros e com uma janela entre os lançamentos maior que a duração da era dos dinossauros, é de se lamentar também. Com a Opera não teve jeito, foi falência mesmo. E junto com a falência, ocorreu a venda da Comix, provavelmente o maior comic shop do Brasil, que era de propriedade do dono da editora. Como despedida, ocorrerá um saldão com 50% de desconto em todos os títulos da Opera na Comix, no dia 22/12.

Despeça-se também do mercado brasileiro de quadrinhos como ele é. Depois de episódios como esse, vai ser difícil alguém me tirar dos scans…

 

PS: Não é muito difícil de prever que a Panini, que faz parte de uma multinacional, vai abocanhar o que lhe interessar (o que não envolve os leitores, sempre de lado) e tudo voltará a ser monopolizado e irritante como era antes. Eu depositaria minhas esperanças na Devir, mas meu bolso diz que é em vão!

 

Fonte: Vertigem e Judão

1 comentário

enoque disse...

meu nome é Enoque, sou um desenhista desconhecido, e estou a procura de uma editora para a publicação da minha primeira revista em quadrinhos passei por aqui para pesquisar sobre a pixel editora,com todo esse desapontamento desisti de mostrar o meu trabalho para a pixel.

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