Crepúsculo

 

 

Primeiramente, Crepúsculo deve ser o filme que resenhei, a qual menos informações tive a respeito. Mesmo com o hype atingindo proporções mamutescas, não sabia praticamente nada a respeito do filme, exceto a presença da gatinha Kristen Stewart (valeu Judão) e que ele era baseado em um livro adolescente, escrito por Sthephenie Meyer (mais recentemente soube que a diretora Catherine Hardwicke foi demitida da franquia e não fará os outros capítulos). Mas essa falta de informações não fez a mínima falta. Logo que entrei na sala, me deparei com um bando de adolescentes que já sabiam cada fala, cada suspiro e cada movimento que veriam na tela. E quando a expectativa deles não era correspondida, vários “Ei! Isso não deveria ser assim!!!”, eram ouvidos aos berros. Somada a isso, assisti a uma trama rasa e patética, que sai do nada e vai a lugar algum.

Mas, o filme, faz jus a tamanho hype e empolga? Bom, Eu não li o livro, mas, apenas vendo o filme, posso dizer que ele é terrível, e não deve agradar a um público diferente a qual ele é destinado: adolescente ainda despreparados para contemplarem uma obra mais profunda. À começar pelos seus rasos e pouco inspirados personagens.

Isabella Swan (gostei dela!) é uma adolescente que vive com a mãe, que está se casando de novo, o que faz ela ir morar com o pai, chefe de polícia de uma cidadezinha chamada Forks. Como a cidade é MUITO pequena, não vemos o submundo comum nas escolas americanas, com vilãs, nerds (apesar do editor japa-descendente do jornal, figurar bem no estereótipo) e outros tipos comuns. Ao invés disso, existem os Cullen, filhos adotivos do Dr. Carlisle (a ruivinha da família me animou), que com sua aura superior, vivem afastados dos outros, gerando burburinhos dos colegas. Eles são ricos, pálidos e pouco faladores. Edward, o único que não forma um casal com outro Cullen, logo recebe olhares de Isabella, ou Bella, como ela prefere; além de ser afetado pelo perfume dela.

 

Os Cullen: são vampiros, mas são legais…

 

Após ser salva por Edward e ouvir uma lenda de um habitante da região, Bella resolve fazer o que qualquer humano 2.0 faria: uma rápida pesquisa no Google. Com alguns instantes ela descobre que ele e sua família são vampiros (o que me faz perguntar como ninguém, tirando os lobisomens da região, descobriram tal fato). E daí começa a manjada história de amor entre habitantes de dois mundos diferentes, o que já foi exaustivamente feito, desde que Shakespeare resolveu escrever Romeu e Julieta.

Mas, nem só de histórias de amor pode viver um filme. Principalmente os adolescentes, que precisam de vilões maldosos e brigas para poderem ver os mocinhos ganhando o dia. E é desse notável problema que surge os principais defeitos de Crepúsculo. Gastando preciosos minutos apresentando os personagens “do bem” (vampiros que se alimentam só de sangue de animais só podem ser do bem…) e não deixando muito espaço para os vilões pífios, o filme compacta o que não deveria ser compactado (a apresentação dos vilões) e alonga o coisas desnecessárias (como a ida do casal a montanha).

E a “ameaça” vem na forma de três vampiros que não são vegetarianos (como os Cullen se auto-proclamam por não beberem sangue humano) e aparecem durante uma disputa de beisebol dos vampirosos. James, o mais vilanesco dos três, ao perceber que Bella, uma humana com o sangue perfumado, pode servir de lanche para ele, resolve caça-la. E a atitude de Edward, que o enfrenta com a cara feiosa dele, só o atiça. Os Cullen armam um plano para deixar Bella em segurança, colocando o perfume sanguíneo dela no meio do mato.

 

 

*** AVISO DE SPOILERS ***

Mas, James percebe a artimanha e cria um estratagema, que envolve a mãe de Bella, para a atraí-la. Edward descobre e parte para a briga com James, que consegue morder Bella. O restante dos Cullen chega e mata James facilmente (o que me faz pensar o porquê do plano, já que os Cullen são sete, e mataram James com uma mão nas costas, e os vilões são dois, já que James é ajudado por uma vampira gostosa, mas foi abandonado pelo vampiro afro).

***FIM DOS SPOILERS***

Se o fio condutor de Crepúsculo beira o infantil – em boa parte do filme não acontece NADA de importante, a técnica também não é grandes coisas, com efeitos batidos e feios, além da pouca inspiração dos atores (o único que se salva é o pai da protagonista). E se você for fã de filmes de vampiro, também passe longe (assim como você deve ter feito com Van Helsing), pois esse filme também trata de destruir a mitologia dos dentuços. Percebeu que os Cullen não vão para as aulas em dia de sol? Saiba que não é por medo da morte, mas porque suas peles brilham igual diamante. Estacas no peito, crucifixos, alho, água benta? Esqueça… Para mata-los só cortando e queimando os pedaços.

Mas, mesmo assim, Crepúsculo é um sucesso comercial, deixando todos os espinhentos em polvorosa, e gerando gritos histéricos das meninas da sala, à simples presença de Robert Pattinson (Edward) na tela. Mas, mesmo assim, só vá se for para rolar aquele clima entre você e a gatinha menor de 18 anos que te acompanha (o que foi o meu caso).

 

Twilight (EUA, 2008)

Diretor: Catherine Hardwicke

Duração: 122 min

Nota: 4,0