Por A Voz do Além
Tem coisas que são enojantes logo de cara. Essa capa acima é uma delas. Ver gente da nossa imprensa se abrir (sim, é isso que você pensou) para os americanos é uma das coisas mais tristes que já aconteceram. Isso, logo após se empenhar em caçar policiais federais, espiões da Abin e eleger Gilmar Mendes o supremo defensor da democracia (levemente eles tentaram falar bem de Daniel Dantas também, mas viram que a barra ia pesar).
A mensagem dessa capa é clara: sem os EUA você estaria na merda. Isso logo após eles mesmos se afundarem no esgoto financeiro, com anos de guerras infindáveis, que acabou por, aos poucos, cavar os fundamentos dessa, que é a maior crise financeira dos EUA em mais de meio século. A concorrente Época fez justamente o contrário: mostrou como os EUA precisam de ajuda e estão a afundar. Creio que esse foi mais um prego no caixão dessa publicação que, dizem, já foi boa. Hoje não vale nem para papel higiênico (e mesmo assim é a mais vendida. Isso mostra o rumo do nosso país).
Para você ter uma idéia de como a imprensa alternativa americana, através de seu maior veículo, o Village Voice, símbolo da contra-cultura; pensa sobre o governo Bush, veja essas duas capas abaixo. Elas fizeram parte da antológica série de reportagens The End of Democracy, de 2004, feitas pelo Village Voice. Os nerds que gostam de quadrinhos já descobriram até de quem são os desenhos. Isso mesmo, é do mega-star Alex Ross.
Esse jornal é dos melhores. Sua versão online, lida por mim semanalmente, influenciou muito no meu estilo de escrever (se é que tenho um), com muita acidez e chutes para todos os lados. É, ao lado da Rolling Stone, o principal veículo de cultura alternativa americana (não se preocupe, falo mais dele em outra oportunidade).
Fontes: Vestiário e Vi o Mundo
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