sexta-feira, 12 de setembro de 2008

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Hellboy II - O Exército Dourado

 

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Por FiliPêra

 

Sequência. Há algum tempo atrás a simples menção dessa palavra para o fã de algum filme causava um frio na espinha! Sequências em geral são estúpidas e fedem cheiram a caça-níqueis. Tal máxima está mudando. Não vou ficar aqui citando vários e vários filmes que comprovem isso (creio que O Cavaleiro das Trevas basta), mas vou dizer que Hellboy terminou por me convencer de que essa história de sequência ser ruim, definitivamente, ficou para trás.

Em Hellboy II, Guillermo del Toro, o diretor da série, não apenas mantém o nível do anterior, ele o aumenta, em progressão geométrica. Para os fanáticos absolutos dos quadrinhos do herói isso pode ser um problema. Lá Hellboy é mais introspectivo, menos herói, menos épico; mais ou menos como no primeiro filme. Mas, tal conclusão é apressada. Mesmo que no filme, Hellboy combata um vilão que quer varrer toda a humanide do mapa, lute com monstros do tamanho de prédios e se torne uma estrela (odiada, mas, ainda assim uma estrela); o foco do filme é seu difícil relacionamento com a agente Liz Sherman, e a suas dúvidas quanto a sua missão e origem.

Mesmo amando, Hellboy enfrenta problemas aqui. O principal deles é o príncipe Nuada, do reino das fadas. Depois de um exílio milenar, ele volta para colocar seu reino novamente na posição que lhe é de direito. Para isso precisa do Exército Dourado, que por sua vez necessita da coroa do rei das fadas para ser ativado. Como era de se esperar, somente Hellboy pode impedi-lo.

 

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Essa trama por si só já é ampla e interessante o bastante para segurar o filme todo. Mas Guillermo não se contenta em fazer um simples longa de ação com humor, a exemplo de Piratas do Caribe. Ele acrescenta mais camadas, subtramas e personagens interessantes e faz aqui seu melhor filmes desde...bom, desde O Labirinto do Fauno. Ao aproximar Hellboy e Liz ele adiciona o amor na história - na verdade a dose de amor é ainda maior, com a paixão impossível do anfíbio Abien Sapien com a gêmea do príncipe Nuada, Nuala. E adiciona também novos personagens, dos quais se destacam Johann Kraus, o novo chefe do BRPD. Na cena em que ele está para aparecer, del Toro faz o público esperar por alguém no estilo Jack Ryan, firme e carrancudo. Mas eis que aparece Johann, um ectoplasma no interior de um escafandro. No início você o achará um mala, mas com o decorrer do filme, ele vai se tornando o mais espirituosos e engraçado de todos.

E não é só no roteiro brilhante e na química equilibrada entre os personagens que Hellboy II brilha. O visual do filme é algo estupendo, embasbacante, sem igual. Del Toro é tudo que George Lucas queria ser um dia. Primeiramente ele não faz uso exagerado de CGI. Assim como Peter Jackson, ele sabe mesclar muito bem, efeitos mecânicos, trucagens de câmera e computação gráfica. O resultado são cenas como a da feira de trolls e personagens "bonitos" como o anjo da morte, ao final do filme.

Enfim, esta sequência conseguiu pegar tudo o que o anterior tinha de bom (principalmente seu personagem principal) e melhorar; além de limar seus defeitos. Consegue ser uma fábula moderna, com apelo juvenil e adulto, além de jogar sementes para um terceiro filme apocalíptico. Parabéns, Del Toro, e que venha O Hobbit!!!

 

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Hellboy II: The Golden Army (EUA, 2008)

Diretor: Guillermo del Toro

Duração: 120 min

Nota: 9,0

 

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Obs: Essa resenha deveria ter saído na segunda, mas o Sherman, que depois de reclamar que só estava assistindo somente filmes ruins foi designado para escreve-la, não conseguiu assistir o filme à tempo. Eu, que já havia assistido desde a estréia, decidi escreve-la.

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