Por FiliPêra
Continuando nossos posts sobre GTA...
"Videogame é coisa de criança!". Com certeza você já ouviu essa frase, principalmente na sua infância. Por muito tempo os videogames foram comparados a um brinquedo. Convenhamos, à toa não era. Os jogos não tinham a imersão que têm hoje, e a maioria dos desafios não eram lá muito altos. Mas como tudo evolui... Os videogames hoje são encarados como arte, e principalente em função dos seus altos preços, atualmente não podem mais ser vistos simplesmente como um "brinquedo infantil". Com a popularização entre os adultos os videogame também ganharam inúmeros títulos com temáticas um pouco mais pesadas (hoje os games passam por uma nova fase: sai dos guetos e se torna popular também entre os jogadores casuais, com o já famoso Wii). E ao mesmo tempo em que ganharam "jogos pesados" passaram a contar com inúmeras ações de protesto por parte de certos setores da sociedade condenando-o. E ainda mais recentemente (em termos) juízes passaram querer fazer uma limpeza no mercado de games, proibindo os que eles consideram "violentos".
Com isso duas perguntas vêm à mente: quais os limites da arte? E pode um simples game levar uma pessoa a cometer crimes ou se tornar insensíveis com a violência? A terceira pergunta é mais específica: será que tais juízes jogaram tais jogos para saberem de sua violência?
Difícil dizer. Mas mesmo que os jogos induzam à violência, como querem tomar alguma decisão sem a mínima comprovação? Pois é o que está acontecendo! Juízes brasileiros estão proibindo jogos no Brasil, como você já deve ter percebido nos últimos tempo. Mas os mais puritanos dizem: eles podem prejudicar as crianças!". Não duvido deles. Certas coisas devem ser mantidas longe do alcance das crianças (os remédios por exemplo, rs). Mas como Eu disse; das CRIANÇAS! A grande controvérsia é o fato deles proíbirem toda a comercialização de tais games no Brasil, mesmo para adultos. Claro que nesses momentos todos agradecem a frouxidão dos que executam a lei brasileira e podem simplesmente ir nas lojas comprarem o jogo, pois simplesmente ninguém segue as leis concernentes a esse tipo de proibição.
Tudo começou com Carmageddom, em 1996, aquele infame joguinho em que o objetivo era simplesmente passar por cima de todos com seu carro diabólico (durante corridas com outros carros, mas isso era secundário), que até o número da besta tinha na placa. A notícia de sua proibição repercurtiu rapidamente e recebeu certa aprovação por parte da sociedade. Logo depois veio Duke Nukem, que ficou famoso com episódio do estudante Mateus da Costa Meira entrando atirando em uma sessão do filme Clube da Luta (tentaram colocar a culpa no filme também) em São Paulo. O estudante, então com 29 anos, relatou em depoimentos que jogava "Duke Nukem 3D", que trazia como primeira fase trechos em um cinema. Resultado? 120 anos de prisão e o banimento do jogo no território nacional. Depois os juízes e políticos miraram os olhos sobre Mortal Kombat e Doom e os dois sofreram ameaças de priobição. A solução para o problema foi justamente a criação de um sistema de classificação de jogos por idades. A desculpa usada por eles era que os jogos ensinavam os jovens a "roubar e matar".
Atualmente temos três jogos proibidos no Brasil: Counter-Strike, Bully e Everquest. Os três são jogos com variável contéudo violento. Enquanto o primeiro é o mata-mata mais famoso do planeta, o segundo é uma recriação do ambiente escolar americano. Sua proibição se deve mais ao histórico de sua empresa (a Rockstar, a mesma de GTA. Já já chegamos nele). Mas o que me surpreende mais é a priobição de Everquest onde toda a violência é meio que sugerida. Proibi-lo deveria levar o governo a proibir uma míriade de jogos parecidos, coisa que não aconteceu.
Mas você deve estar se perguntando: o que GTA tem a ver com tudo isso? Simples. Ele é o responsável por levar violência desmedida, aliada a um bom roteiro, ao patamar mainstream. Mesmo os não-gamers ouviram falar do jogo, principalmente após Vice City. No mundo de GTA tudo é permitido, mas com as devidas consequências. Com ele os jogos de violência ganharam um novo patamar. Foi, mais ou menos, o que O Poderoso Chefão e outros filmes sobre a máfia siciliana fizeram para o cinema. Eles eram violentos? Sem dúvida, mas tudo estava embasada de tal forma no conceito do filme que a violência acabava por ficar quase em segundo plano. Tá certo que a própria Rockstar levaria o conceito de violência em games a um nível sinistro em Manhunt...mas isso é assunto para outro post!
Me parece que certas coisas políticos retrógrados e juízes cabeças-dura não entendem (e jamais vão entender). Eu nem espero que entendam, mas pelos poderiam se colocar no seu lugar e agir sobre coisas que realmente prejudicam o país.
Complemento: Leia AQUI que médicos da Harvard Medical School disseram que games não transformam crianças em assassinos!
Ah e o Shadow pediu mais um tempo para escrever os posts sobre os jogos GTA! Pelo visto um mergulho no universo do jogo leva mais tempo do que Eu esperava...
1 comentário
Viu essa: Videogame faz mal à saúde: quem adverte?
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