Por FiliPêra
É fato que James Bond é um dos maiores personagens da cultura pop mundial. Sua série de filmes conseguiu sobreviver até mesmo ao que era a maior fonte de roteiros para seus livros e filmes: a Guerra Fria. O personagem ainda faz inveja à Hollywood por deter o título de série mais longeva da história do cinema ocidental. James ainda faz mais, fica no centro da mídia a cada reinvenção, troca de atores no papel principal, e até na escalação de uma Bond Girl. E diretores importantes de Hollywood, como Quentin Tarantino e Steven Spielberg adorariam colocar as suas mãos na série. Resumindo: ele é um dos três personagens mais famosos do cinema, junto com Darth Vader e Carlitos.
Mas tudo isso não existiria se não fosse pelos escritos de Ian Fleming, escritor da série de livros que definiu o personagem, e toda uma série de filmes de espionagem que davam às caras em décadas passadas. Os livros de Bond haviam vendido, só até o ano de 64, o da morte do autor, mais de 21 milhões de cópias. Mas quem foi esse importante escritor?
Cresce uma lenda
Ian Fleming já nasceu classudo. Seu pai era membro do parlamento inglês, e seu avô um rico banqueiro e ainda por cima herói de guerra. Após passar por uma míriade de academias escolares européias ele decide ser jornalista, ingressando na Agência Reuters. Depois foi para o Times, como correspondente internacional. E durante uma cobertura de um julgamento de engenheiros britânicos em Moscou, no ano de 1933, acusados de espionagem, pelo governo soviético; ele começa a gostar de espionagem. Em 1950 ele termina por ingressar na Inteligência Naval, igual à sua cria.
Em 1953 surge Casino Royale. James Bond, personagem principal (cujo nome vem de um escritor de um livro de pássaros) é a versão do ideal de Fleming de si próprio. Ele tem licença pra matar, bebe e tem facilidade com as mulheres, além de dirigir carrões.
A obra termina por não alcançar grande sucesso, em parte pelo estilo, então, burocrático de Fleming escrever. No mesmo ano ele se muda para a Jamaica e se casa. Seguiriam a Casino Royale, Live and Let Die (Viva e Deixe Morrer, 1954) e Moonraker (que viraria o filme 007 contra o Foguete da Morte) que seria lançado no ano seguinte. Os dois livros serviriam para não só alavancar a carreira de Fleming, como também torna-lo um dos autores mais lidos nas décadas de 50 e 60. Em 1961 começa as negociações para a venda dos direitos sobre seu personagem ao cinema.
Bom, a trajetória de Fleming continuou, ele escreveu 14 livros. Mas a série cinematográfica, desde 007 na Mira dos Assassinos não é mais adaptada de seus contos e sim roteirizadas por terceiros, sempre com a aprovação dos produtores. Atualmente quem manda no destino do personagem é Barbara Broccoli, filha de Albert Broccoli, produtor original da série juntamente com Harry Saltzman.
Mais um livro da série foi lançado. Escrito por Sebastian Faulks (Eu colocaria Ken Follet, um dos melhores escritores ingleses) e chamado Devil May Care, tendo sido lançado no dia 28 de maio, exatamente o dia em que Fleming faria 100 anos.
Lista de livros escritos por Ian Fleming:
Casino Royale (1953) — filmado em 1967
Live and Let Die (1954) — filmado em 1973
Moonraker (1955) — filmado em 1979
Diamonds Are Forever (1956) — filmado em 1971
From Russia, With Love (1957) — filmado em 1963
Dr. No (1958) — filmado em 1962
Goldfinger (1959) — filmado em 1964
For Your Eyes Only (1960) — filmado em 1981
Thunderball (1961) — filmado em 1965
The Spy Who Loved Me (1962) — filmado em 1977
On Her Majesty’s Secret Service (1963) — filmado em1969
You Only Live Twice (1964) — filmado em 1967
The Man With The Golden Gun (1965) — filmado em 1974
Octopussy e The Living Daylights - 1966, conto extra na edição de 1967 The Property of a Lady — adaptados como Octopussy, em 1983, e The Living Daylights, em 1987
Comemorações
Como comemoração ao centenário do criador da mais importante série inglesa, surgiu em Londres uma exposição, intitulada "Somente para seus Olhos", no Museu Imperial da Guerra. A mostra conta com peças como o biquíni usado por Halle Berry em Um Novo Dia para Morrer, e a camisa ensanguentada usado por Daniel Craig em Cassino Royale. Também estão lá o escritório onde Fleming escrevia seus livros, em sua mansão na Jamaica, a Goldeneye!
A exposição ficará no Museu até março do ano que vem (entrou em abril).
E para falar da série de Bond no cinema convidamos, mais uma vez, nosso colaborador cinematográfico Leandro Sherman para assistir todos os vinte filmes no espaço de quatro dias. O resultado você lê amanhã!
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