Por Robert Anton Wilson [Via Protopia]
Bom, como vocês devem ter reparado, estou lendo bastante sobre Robert Anton Wilson, e das ligações propostas por ele entre a Ciência Ocidental e as Disciplinas Místicas Orientais. Mas, além de ser um maluco que conseguiu criar teias conspiratórias intrigantes, RAW era um crítico social anarquista imponente. E é sempre legal saber que penso de forma parecida com a de um cara foda como ele.
O curto texto abaixo é como o clássico Nasce-Cresce-Reproduz-Morre que as professoras do primário ensinam, mas num contexto de vivência social e não num processo puramente biológico. RAW vê a sociedade como uma linha de montagem, e as diferentes instituições presentes nela (educação dos pais, escola, igrejas, trabalho) como setores que entregam indivíduos perfeitamente condicionados e robóticos, sem qualquer expectativa de livre pensamento.
Não poderia estar mais certo…
...vivemos em um mundo onde uma multiplicidade de forças muito poderosas tem atuado sobre nós. Do nascimento, passando pela escola, até o trabalho, tentam suprimir nossa individualidade, nossa criatividade e, acima de tudo, nossa curiosidade – em suma, destruir tudo que nos encoraja a pensar por nós mesmos. Nossos pais queriam que nós agíssemos como as outras crianças da vizinhança; eles enfaticamente não queriam um menino ou uma menina que parecessem “estranhos” ou “diferentes”, tampouco “condenavelmente espertos demais.”
Então entramos na escola, um destino pior que a morte e o inferno combinados. Ao aterrissarmos em uma escola, aprendemos duas lições básicas: 1) Existe uma resposta correta para qualquer questão; 2) A educação consiste em memorizar essa única resposta correta e regurgitá-la nas “provas”. As mesmas táticas continuam pelo ensino médio e, salvo em algumas ciências, até a universidade.
Através desta “educação” encontramo-nos bombardeados pela religião organizada. A maioria das religiões, no ocidente, também nos ensina a “única resposta correta”, a qual devemos aceitar com uma fé cega; pior ainda, tentam nos aterrorizar com ameaças de sermos queimados após a morte, tostando e fervendo no inferno se alguma vez ousarmos pensar por nós mesmos, de fato.
Depois de 18 a 30 anos de tudo isso, entramos no mercado de trabalho, e aprendemos a nos tornar, ou a tentar nos tornar, quase surdos, mudos e cegos. Devemos sempre dizer aos nossos “superiores” o que eles querem ouvir, o que veste seus preconceitos e/ou seus desejos fantasiosos. Se notamos algo que eles não querem saber, aprendemos a manter nossas bocas fechadas. Se não -
“Mais uma palavra, Bumstead, e você está despedido!”
Este rebanho humano começou com gênios em potencial, antes que a conspiração tácita da conformidade social enferrujasse seus cérebros. Todos eles podem se redimir dessa liberdade perdida, se trabalharem duro pra isso.
Eu trabalhei por isso por 50 ou mais anos até agora, e ainda acho partes de mim agindo como um robô ou um zumbi em algumas ocasiões. Aprender a “tornar-se o que se é” (como na frase de Nietzsche) leva o tempo de uma vida, mas ainda parece ser o melhor a se fazer.
5 Comentaram...
PARABÉNS pleo post!!!!
Pra q criarmos mais robos se já não o somos...
Fico feliz que esteja divulgando ele. Gosto do que li dele.
Não sei se já recomendei esse vídeo aqui, mas tem tudo a ver com o pequeno texto acima.
http://vimeo.com/11066484
Espero que veja e diga o que acha, FiliPêra.
Abraço,
RAW é uma grande influencia pra mim há um tempão, APROVADO!
Gostei !
Vou começar a estudar melhor o RAW
abraço
Já assistiu Zeitgeist ?
Postar um comentário
Mostre que é nerd e faça um comentário inteligente!
-Spams e links não relacionados ao assunto do post serão deletados;
-Caso queira deixar a URL do seu blog comente no modo OpenID (coloque a URL correta);
-Ataques pessoais de qualquer espécie não serão tolerados.
-Comentários não são para pedir parceria. Nos mande um email, caso essa seja sua intenção. Comentários pedindo parcerias serão deletados.
-Não são permitidos comentários anônimos.