quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Avatar Murilo

Jonah Hex - Marcado pela Violência

 

quadrinhos[3][1]image

O ano era 1972. Na publicação All-Star Western #10 surge a história de um pistoleiro diferente de tudo o que já havia sido visto pelos leitores. Ela poderia ter se tornado apenas mais uma das muita publicadas na All-Star, mas não foi isso o que aconteceu. Jonah Hex se tornou o grande chamariz, a ponto de ganhar sua própria revista. Depois disso, o personagem passou por várias publicações até retornar em uma série em 2006.

Com o lançamento da adaptação cinematográfica das histórias do pistoleiro Jonah Hex a Panini resolveu pegar carona e compilar as seis primeiras histórias da série Jonah Hex, publicadas entre janeiro e junho de 2006. O engraçado disso tudo é que o filme foi um fracasso de bilheteria enorme e nem tão fiel aos quadrinhos. E a Panini ainda estampa na capa do gibi a frase: "A HQ que inspirou o filme!" Fail. Tal quadrinho não poderia ser mais diferente de sua adaptação. São apenas 6 contos fechados de faroeste, sem ligação alguma entre si, daquelas que você não precisa se preocupar em continuar comprando ou se aprofundar muito para conhecer o personagem.

Eu não sei explicar direito porque comprei Jonah Hex - Marcado pela Violência. Nunca gostei de histórias de Velho Oeste. Tanto que nunca li uma edição sequer de TEX e passo longe de filmes do gênero. Talvez tenha sido pela fama do personagem. Ou pelo preço mais em conta. O fato é que fui lá e comprei. E não me arrependi.

As histórias são escritas por Justin Grey e Jimmy Palmiotti que fizeram uma decisão acertada em preservar as origens e o conceito de Jonah Hex. A arte ficou excelente, trabalho competente do brasileiro Luke Ross em cinco das seis histórias. O traço realista e cinematográfico dele dá o tom adequado às tramas. Alguns quadros sem diálogos chegam a ser belos de tão bem feitos. O interessante é que ele buscou referências em atores famosos para caracterizar seus personagens. Dão as caras Clint Eastwood no filme O Homem Sem Nome, Lima Duarte, Paulo Goulart e outros. Não deixa de ser engraçado ver um Matheus Nachtergale perder a orelha direita com um tiro. A outra história, Natal com os Foras-da-Lei, é ilustrada por um dos criadores de Jonah Hex, o desenhista Tony DeZuñiga, dono de um traço sensacional.

 

image

Jonah Hex é um pistoleiro de rosto deformado que ganha a vida entregando à Justiça bandidos procurados para receber sua recompensa. Famoso e temido em todo o Velho Oeste, ele tem um senso particular de Justiça. Não tem amigos, apenas dois companheiros. A morte e o odor de fumaça do seu revólver. As seis histórias conseguem apresentar muito bem o personagem aos novos leitores como eu. Um homem comum, sem os exageros que tanto aparecem em alguns comics, usando da astúcia e habilidade para sair vivo de diversas situações. O único problema é que por serem histórias curtas, elas muitas vezes acabam bruscamente, sem maiores dificuldades. Fora isso, são bem executadas, cheias de momentos e frases marcantes, como quando Jonah Hex despenca de uma queda d'água amarrado e preso dentro de um caixão.

A edição da Panini é bem simples, com capa cartonada, permitindo que custasse R$ 14,90. Se fosse mais caro que isso eu não compraria. No final da revista há um texto sobre Jonah Hex que explica muito da trajetória do personagem para os leitores que ainda não conheciam. Isso não funciona muito bem comigo. É como filme que te contam a história, mas você não assistiu. Mas como eu já disse, não é necessário ter muito conhecimento sobre Jonah Hex para aproveitar o material, são apenas histórias isoladas.

 

image

Não é preciso dizer que Jonah Hex é mais indicado para amantes de Faroeste, mas também é uma boa diversão para quem nunca foi fã do gênero. Agora é torcer para que Jonah Hex - Marcado pela Violência venda bem por aqui e a Panini resolva trazer mais histórias do caçador de recompensas da "marca do demônio" ao Brasil, publicadas nos Estados Unidos até hoje.

 

Autores: Justin Gray, Jimmy Palmiotti

Arte: Luke Ross (arte), Jason Keith, Rob Schwager (cores) e Frank Quitely (capa)

Páginas: 144

Preço: R$ 14,90

Nota: 7,5

1 comentário

Unknown disse...

Eu quero. Eu preciso. Oh God.
8|

Postar um comentário

Mostre que é nerd e faça um comentário inteligente!

-Spams e links não relacionados ao assunto do post serão deletados;
-Caso queira deixar a URL do seu blog comente no modo OpenID (coloque a URL correta);
-Ataques pessoais de qualquer espécie não serão tolerados.
-Comentários não são para pedir parceria. Nos mande um email, caso essa seja sua intenção. Comentários pedindo parcerias serão deletados.
-Não são permitidos comentários anônimos.


Layout UsuárioCompulsivo