“... No treinamento você aprende que o fósforo branco não deve ser usado, você aprende que não é humano usá-lo. Você assiste filmes e vê o que ele faz com as pessoas que são atingidas, e você diz: 'Meu Deus, nós estamos fazendo isso também'. Bairros inteiros foram extintos porque mísseis eram lançados de algumas casas. Isso não é o que eu esperava ver”.
As linhas acima estão presentes em um livro publicado pelos israelenses da Associação Breaking The Silence (Quebrando o silêncio), onde recolheram centenas de depoimentos de soldados e oficiais das Forças de Defesa de Israel (nome irônico), relatando abusos cometidos contra os palestinos nos territórios ocupados.
“Ninguém pode entender a não ser que tenha estado lá. Se contar a um amigo... é uma pequena história entre tantas outras histórias chocantes, é algo pequeno, que me deixa desconfortável. Eu tenho imagens na cabeça, mas não lembro detalhes. Eu realmente reprimi esse período. Estou envergonhada. Eu não sei”.
…conta uma ex-soldada que prendeu um palestino sem motivo em um posto de controle do Exército, atando as mãos deles e o vendando, um procedimento considerado abusivo, por leis internacionais.
O propósito da organização criada em 2004 - como expressa seu nome - é romper o silêncio que permeia a sociedade israelense no tocante ao serviço militar obrigatório, e a contínua escalada armamentista que o país incentiva praticamente desde sua criação, apoiada por investimentos maciços dos EUA, e uma permissividade única da imprensa mundial. Tudo aliado a um coitadismo clássico que se agiganta ao serem elaboradas críticas contra Israel, o que leva a todos classificarem essas críticas como “anti-semitismo”.
Yehuda Shaul, fundador da ONG, afirma: “O BTS [Breaking the Silence] surge de um ponto de vista muito otimista da sociedade israelense. Acreditamos que os israelenses apenas não sabem do que acontece, pois não são confrontados com a realidade. Se fossem, agiriam diferente. A nossa cruzada é pelo conhecimento”.
O livro - chamado Breaking the Silence - reúne vários das 730 declarações, focando nas ações dos militares do país nos últimos 10 anos. Anteriormente, a organização lançou livros focando operações em Hebron, na Operação Chumbo Fundido e no serviço de mulheres combatentes.
“Tenho certeza que seria insuportável se me colocassem sob toque de recolher por 360 dias. Não é possível e eu lembro que falava sobre isso e ninguém entendia. Eles diziam: ‘risco à segurança’. Ótimo, risco à segurança, mas eles são pessoas e precisam viver. De onde tiram comida? Como podem ganhar dinheiro para comer quando estão sob toque de recolher?”, conto outro depoimento.
A organização é financiada por doadores, inclusive vários israelenses, e é criticada pelo governo israelense por divulgar informações que seriam perigosas para a segurança do povo israelense. Como forma de proteger suas fontes, os depoimentos são sempre creditados a militares anônimos.
Caso queira uma visão ainda mais impactante da questão, assista ao documentário To Shoot an Elephant, que mostra um grupo de ativistas filmando os desdobramentos da Operação Chumbo Fundido, quando israelenses massacraram palestinos, não poupando mulheres, crianças, médicos ou velhos. E tudo é registrado pelas câmeras, de forma assustadora. Após ver, não tem como não classifica-lo como um dos maiores filmes de terror já feitos.
[Via Opera Mundi]
3 Comentaram...
Isso mostra que não podemos generalizar, existem sim israelenses que se preocupam não só com a causa pelestina... mas com todas as atrocidades que o governo de israel promove.
Sobre o "antisemitismo", fuckit. Eles ainda pensam "mimimi... holocausto ... mimimi..." o que eles fazem não é EXATAMENTE a mesma coisa?
Pq ao meu ver a diferença entre nazistas e israelenses (governo, um cuidado especial p n generalizar) atualmente é que os nazistas utilizavam fornos... Só isso...
O primeiro comentário deveria ser do Tsavkko, mas ele deve ta chorando a morte do Bin Laden, entao eu vou comentar.
Eu me identificava muito com essa historia dos palestinos, mas acho que ela não vai pra frente, primeiro por que foi usurpada por aproveitadores de esquerda, gente como Hugo Chavez e Lula, essas muitas organizaçoes internacionais antiamericanas e esses malucos que simpatizam com grupos terroristas, desde o ETA até o Ira, até as Farc e os Sem Terra, jovens com camiseta de che guevara que hoje escrevem em blogs "proguessistas", Castro e toda essa merda, incluindo aquele debil mental italiano que foi morto recentemente.
Segundo por que ela não parte dos próprios lideres palestinos, eles não organizam uma resistência, pelo contrário, eles massacram seu próprio povo tanto quanto os israelenses querem massacra-lo, o que eles querem é o poder pelo poder.
Fanáticos religiosos que usam adolescentes como homem bomba prometendo-lhes o céu, maltratam as mulheres e ficam explorando esse blá blá blá antiamericano pra se manter no poder, como podemos defender essa gente?
Nem entre eles há união, o Hamas diz que fez um acordo com o Fatah, mas ontem apareceu chamando Bin Laden de santo, o que eles esperam com isso? O que eles esperam que se faça com o povo deles?
Estão eles mesmo judiando de seu próprio povo, dificultam o acordo de paz e ficam posando de vítima, ainda se unem com a corja da esquerda mundial que nunca criou nada no mundo além de ditaduras sanguinárias.
Eu desejo tudo de melhor para o povo palestino, mas da pena de ver que eles estão no caminho errado, quem anda com porcos, come farelo.
NÃO SE TRATA MAIS DE ISRAELENSES MAUS MATANDO PALESTINOS, a questão vai muito além e é necessário uma revisão completa nas alianças que eles fizeram nos últimos anos, uma recusa completa ao terrorismo e a instalação da democracia nesses países, além de uma revisão completa dos preceitos do islã, senão eles estão ferrados.
Eu tenho certeza que como mostra Joe Sacco em suas hqs essas pessoas só querem viver em paz e cuidar de suas famílias, mas estão sendo usadas por líderes políticos e religiosos nessa guerra sem fim.
O comentário do Tavares foi um dos mais excelentes que li aqui no NSN ultimamente. Imparcial e claro, o que é muito mais do que posso dizer por qualquer post político aqui no NSN que RARAMENTE é imparcial.
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