Sabe aqueles filmes de ação cheios de clichês, onde um homem busca a redenção pelos pecados cometidos no passado? Pois é, Solomon Kane é exatamente isso. Até algumas “reviravoltas” do roteiro, que só são reveladas perto do final, podem ser facilmente descobertas ainda na metade do filme. Claro que, se os efeitos especiais e as lutas fossem sensacionais, os clichês poderiam ser deixados de lado. Mas, infelizmente, nem isso é grande coisa no filme.
A história começa com o capitão Solomon Kane encarando um demônio que diz que a alma dele será levada para o inferno. Kane consegue escapar e aí começa a sucessão de clichês. A começar pelo mosteiro onde ele se esconde e decide nunca mais levar uma vida violenta. Óbvio que ele não pode ficar ali indefinidamente, e um dos padres manda o cara voltar pra casa. No meio da peregrinação, Solomon conhece uma família que o acolhe. A partir daí é fácil adivinhar o que acontece com a tal família, afinal, o protagonista precisa de um motivo para voltar a matar os vilões. E não há nada melhor do que vingar a morte de pessoas queridas para justificar uma boa matança.
Alguns dos efeitos especiais que aparecem logo no começo, como os fantasmas saindo do espelho ou a espada flamejante, parecem coisa da década de 1990. As cenas de luta também não empolgam muito e sempre deixam a sensação de já ter visto tudo aquilo em algum lugar. Apesar disso, dá pra se divertir um pouco com alguns desmembramentos e decapitações, mesmo que não haja muito sangue nessas batalhas. A grande decepção mesmo fica por conta do confronto final. Eu esperava ver Solomon Kane lutando contra o demônio da espada flamejante do começo do filme, até porque ele passa o tempo todo com medo do monstro vir buscar sua alma. Porém, o tal demônio simplesmente só aparece naquela seqüência inicial. Para a luta final surge um monstrengo gigante (com efeitos capengas, claro) do qual Solomon só fica fugindo e desviando dos golpes.
Enfim, só vá ao cinema assistir Solomon Kane se você não tiver mais nada pra fazer e não se importar em ver uma história que já foi contada de diversas maneiras. O filme não chega a ser horroroso, mas com certeza não vale o preço absurdo que é cobrado nos cinemas. Eu nunca li os quadrinhos de Solomon Kane, mas acredito que quem quiser conhecer o personagem é melhor procurar algum scan das histórias do que ir ao cinema.
Solomon Kane (EUA, 2010)
Diretor: Michael J. Bassett
Duração: 104 min
Nota: 4,5
5 Comentaram...
Assisti a este filme há uns bons 3 ou 4 meses. É até divertido e tem umas lutas legais, mas faltou realmente uma história mais amarrada e um clímax decente. Uma pena, o personagem tem potencial.
Nossa! Esse filme deve ser muito bom!
Convém ler algumas histórias em quadrinhos com o herói, que atende pela alcunha de "O Puritano".
As HQs tinham histórias interessantes, embora um pouco maniqueístas. O protagonista é rico em mistério e melancolia.
Fiquei interessado em assistir o filme.
Que espécie de NERD nunca leu quadrinho do Salomão Kane?!?!?!?
Que espécie de Blog é esse mesmo?
Valeu pela sinceridade de dizer que nunca leu quadrinhos do personagem, mas a sua resenha ficou prejudicada por essa falta de conhecimento prévio sobre o personagem.
Esse tipo de filme é pra ser analisado a partir de uma ótica de adaptação de uma mídia pra outra.
Respeito sua opinião sobre o filme ser tosco do ponto de vista de efeitos e coreografias de luta, mas isso não faz do filme uma perda de tempo.
Sem referência não dá pra julgar o resultado.
Nos anos 80 existiam vários filmes com roteiros previsíveis, geralmente baseados na boa e velha jornada do herói. Essas produções tinham monstros, explosões e efeitos especiais que beiravam o ridículo. Mesmo assim, todos adoravam esses filmes e se hoje muitos são cinéfilos é por culpa desses longa-metragens
Atualmente, a indústria ainda faz esse tipo de filme, mas com efeitos especiais melhores. Mesmo assim, muita gente que cresceu assistindo a esse tipo de coisa, hoje cospe nesses filmes, seja para dizer que é adulto e amadureceu ou seja para dizer que é "cult" e só assiste filmes do Ingmar Bergman.
E o pior, muitos desses "adultos", hoje adoram Shrek e Piratas do Caribe, filmes que como todo mundo sabe, não possuem roteiros "filosóficos e complexos".
Eu não estou dizendo que agora todo mundo tem que gostar de qualquer coisa. Eu só estou dizendo que não adianta querer procurar "histórias" surpreendentes repletas de reviravoltas no roteiro em filmes pipoca.
Nenhum diretor tem a obrigação de ser o Christopher Nolan e toda hora fazer filme inteligente.
Solomon Kane merecia ali na nota, no máximo, um 7,5. Pois é um filme que se propõe a ser o que ele é, aventura e diversão.
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