Representação de como ele é hoje…
…e de como pode ficar (clique para vê-los maiores)!
A Internet nasceu como uma estrutura essencialmente anárquica. Apesar de suas implicações militares - e Exércitos são estruturas pesadamente hierárquicas - a rede não tinha líderes, ou uma troca de informações centralizada. Mesmo que os computadores da época fossem jamantas comparados aos de hoje, a sabedoria na construção da Internet foi grande o bastante ainda para hoje, seu modus operandi permanecer quase intacto - isso excluindo mudanças ou atualizações de protocolos e padrões, logicamente. Com o tempo, o conceito de PC surgiu e, bem, milhões e milhões de pessoas entraram na rede. Não sei se os primeiros pensadores da internet previam que tanta gente subiria a bordo dela, mas é fato que o Mapa da Internet é contraproducente na escala em que ele opera. O Mapa da Internet é Caótico e desestruturado em sua essência, mas os pesquisadores Marián Boguñá, Fragkiskos Papadopoulos e Dmitri Krioukov acabaram de colocar suas idéias na mesa para mudar esse quadro…
Basicamente (me corrijam se estiver errado), quando você envia um pacote de dados pela Internet, seu roteador de ponta (seu modem, provavelmente) estabelece uma rota apropriada para um roteador de núcleo, que serve para mandar esse pacote para um outro roteador de núcleo, que vai mandar para o roteador de ponta de destino daquele pacote. Não existe uma unificação de caminhos, o que pode ser explicado tanto pela militar da internet, que exigia segurança no tráfego de seus dados, quanto pela liberdade de qualquer um se plugar como quer, usando um amontoado de tecnologias. Mas hoje, essa inconstância termina por significar uma demora (de milissegundos, geralmente) no curso de pacotes, além de certa dificuldade para fazer diagnósticos precisos de “defeitos” na internet. E são esses problemas que o trio de pesquisadores quer matar com um novo desenho das rotas de dados da internet.
Imagine uma viagem. Eu quero chegar ao Teatro da Ópera de Sidney, por exemplo, uma viagem bastante extensa. Em primeiro lugar, devo ir ao aeroporto internacional mais próximo da minha casa (o Espírito Santo não tem um…) que tenha um vôo direto para meu destino, viajar a Sidney, depois arranjar um transporte de carro até o bendito teatro. Numa escala macro - a viagem de avião - o transporte é óbvio e torna somente umas poucas rotas possíveis, mas numa escala mini as possibilidades são muitíssimas. Posso pegar um táxi, que pegará uma rota, ou um transporte público, que usará outra rota. Pode haver engarrafamentos ou obras na pista, que atrasarão minha chegada ao local. E isso numa viagem para a Austrália, que tem suas rotas bem estabelecidas… se Eu fosse pro Sri Lanka, por exemplo, minha rota seria bem mais diversificada, tendo que ir pra Índia e depois tentar a sorte e entrar no país, onde procuraria o ponto específico para onde quero ir. Se fosse pro Tibete teria a mesma dificuldade. E em todas as opções preciso de mapas, nem que seja do Google Maps, para ter idéia de localização geográfica para onde estou me deslocando.
Trazendo para o mundo da internet, pense no roteador de ponta como o portador desses mapas, no roteador de núcleo como a companhia área. É mais ou menos assim que funciona o mapa da internet, onde tudo pode acontecer e um byte sair dando voltas inglórias por aí - tá, não é bem assim, mas não tão longe também. Os roteadores precisam de mapas mais ou menos detalhados das rotas da internet para enviar seus pacotes de dados da maneira correta, pela melhor rota possível - tanto dos vôos, quanto das estradas.
Agora imagine a quantidade de mudanças que rolam nos caminhos da internet a cada minuto. É site mudando de servidor, crackers redirecionando DNS, gente saindo do Blogger e migrando URL pro WordPress… é muita coisa, e muitos caminhos para os roteadores atualizarem a cada momento, e deve-se lembrar que cada mudança leva cerca de uma hora para ser implementada, podendo chegar a 24 horas. É nesse ponto que entra o redesenho hiperbólico proposto pelo nosso já conhecido trio de pesquisadores. O desenho deles mais ou menos apresenta o entendimento da gravidade dentro da ótica relativista: prioriza as relações mais intensas, mas se mantém interconectadas com as menores, o que no campo da informática diminui as agruras da atualização dos sucessivos e crescentes nós das ligações entre roteadores. No o mapeamento atual, os pacotes são conduzidos por referências (iguais as que nos dão quando pedimos informações) e lá são necessárias novas informações para o próximo ponto, até a chegada ao destino. Com o modelo hiperbólico, todos estariam conectados dentro do mapa, traços menores para ligações mais intensas e traços maiores para as mais longínquas. Os traços entre os nós das bases da borda têm tamanhos parecidos, de forma que é possível estabelecer cálculos mais precisos com relação a tempo de transporte e eficiência de chegada. É como a raiz de uma árvore duplicada dentro de um círculo.
Essa mudança no Mapa teria o propósito de entender (o que pode implicar em rastrear… Alô, paranóicos de plantão!) melhor como trafegam os dados, e facilitar o caminho deles, desde que essa lógica relativista seja aplicada em mudanças no algoritmo de cálculos dos roteadores. Os pesquisadores também têm na cabeça a idéia de impedir o Caos total, um cenário onde as ligações sejam tantas e tão intricadas, que os roteadores entrem numa relativa pane.
Bom, mantendo a redundância de rotas alternativas, tá tranquilo…
[Via Geek]
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