quinta-feira, 20 de novembro de 2008

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007 – Quantum of Solace

 

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Sim, estamos bastante atrasado com esse texto. Porém, mais uma vez, foi por um bom motivo. Queríamos reunir duas resenhas distintas para esse filme: uma do FiliPêra, nosso Editor-Chefe, e outra do Sherman, o maior fã de James Bond que conhecemos. Por diversos motivos, acabamos só conseguindo assistir ao filme ontem. Esperamos que gostem… o filme vale a pena!

 

Quantum of Solace (Reino Unido, 2008)

Diretor: Marc Foster

Duração: 106 min

 

 

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Por FiliPêra

 

Quando os produtores Michael G. Wilson e Barbara Broccoli escolheram Daniel Craig para ser o novo 007, eles não estavam apenas escolhendo o sexto protagonista da mais longe série do cinema ocidental. Eles estavam salvando a franquia e a levando para um novo público e um novo milênio. Apesar do sucesso de 007 – Um Novo Dia para Morrer, a despedida de Pierce Brosnan do papel, os filmes do espião inglês mostravam um claro desgaste, tanto em sua fórmula, quanto em seus roteiros, que pareciam presos à décadas que há muito haviam passado. Quantum of Solace continua no caminho de seu antecessor, Cassino Royale, e recoloca tudo nos trilhos certos.

Com Craig à frente do esperado - e desnecessário, na opinião dos fãs – recomeço, a franquia ressurge, muito melhor. Chega de vilões com planos de dominação mundial, ou inimigos que não sentem dor; aqui as coisas se passam muito mais próximo do mundo como o conhecemos, habitado por agentes muito mais convincentes que os Bonds de outrora. Agora, é em gente como Jason Bourne, e Jack Bauer, que o galante agente secreto inglês se inspira… e em muitos requisitos os supera.

Logo de início, o filme recebe uma injeção de adrenalina e joga quem está assistindo em uma perseguição alucinante, para logo depois apresentar o pior inimigo que o MI6, o serviço secreto britânico, já enfrentou: uma organização praticamente invisível, com conexões até mesmo dentro da agência secreta. Mas tudo não passa de pano de fundo para a explosão vingativa que o novo agente “00” começa a tramar. Se não sabe o que está sendo referenciado, é porque você não assistiu a Cassino Royale. E se não assistiu Cassino Royale, você não vai entender Quantum of Solace.

 

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Dominic Greene: nada de balas na nuca para não sentir dor…

 

Bond está à caça de quem prendeu Vesper Lynd na teia corrupta em que ela se viu amarrada, e para isso não vai poupar vidas. Bond usa e abusa de seu status 00, que dá a ele permissão para matar, deixando uma trilha sangrenta por onde passa. E com essa fúria quase cega, percebe-se um traço inédito na trajetória do espião: emoções (sim, é verdade, ele atua bem!).

Com exceção de alguns momentos de Sean Connery (e de outros do fraco Timothy Dalton), Bond chegava a ser tão raso quanto um pires. Não havia traços de emoções humanas em suas ações. Somente levar mulheres para a cama (até a feiosa Grace Jones entrou nessa) e cumprir as missões. Dessa vez aparece o apego dele por Vesper, o levando inclusive a ter problemas com o MI6; problemas esses em níveis muito maiores que Pierce, em Um Novo Dia para Morrer e  Dalton, em Permissão para Matar.

É claro que, apesar da explosão de ação e violência nunca antes vista na série, resultado de uma trama explosiva, que em nada lembra os planos de dominação mundial de Blofeld, o maior vilão da série; o filme ainda conta com elementos que tornaram 007 um ícone. À começar pelas Bond Girls. A ruivinha Gemma Artenton é uma das coisas mais lindas que a série já recebeu, é uma pena que apareça tão pouco, e Olga Kurylenko é uma das mais bem construídas Bond Girls que já lutaram ao lado de James.

 

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Gemma: Só os cabelos foram suficientes para me encantar…

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Kurylenko: Outra Bond Girl para a lista das maravilhas dos filmes de Bond

 

Ao fim, após vermos Bond em uma volta ao mundo para ajudar Camille (Kurylenko) a vingar sua família, e de quebra impedir que a mesma organização que vitimou Vesper, torne a Bolívia mais um feudo em sua lista; vem a clara pergunta: está Bond no caminho certo? Depende de quem está assistindo. Os fãs vão reclamar da ausência da clássica frase “Bond, James Bond”, além do fato dele nem saber o que está bebendo. Os cinéfilos acostumados com produções mais apuradas, vão dizer que o filme não traz nada de novo à Arte. Mas, indiscutivelmente, Quantum of Solace é a consolidação da mais importante mudança já feita na série, e, de quebra, um excelente filme de ação.

Vida longa a Craig!

 

Nota: 8,0

 

 

 

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Por Sherman

 

Excelentes cenas de ação, ótimas atuações, Bond Girls lindas mas... infelizmente o James Bond ainda continua a ser Daniel Craig, o que significar uma coisa, não existe um Bond.

Aliás, Daniel Craig mostra, mais uma vez, que é um ótimo ator para filmes de ação (poderia muito bem enfrentar Bale, em Exterminador 4, como um ciborgue), mas não para um Bond. Logo que o filme começa você é jogado numa perseguição alucinante, assustadora pelo seu realismo, e brutal. E nesse quesito, o filme começa sem te deixar tirar os olhos da tela. Chega a ser absurdo o tempo das cenas de ação. Pelos meus cálculos (sou péssimo em matemática), o filme, juntando as cenas de ação, deve ter, no mínimo, 1 HORA SÓ DE AÇÃO. Sério, sem mentira, muitas vezes as cenas ficam confusas, e não é só a câmera trêmula (muuiiitooo aliás), mas as sequências com cortes bruscos, que são de deixar meio doidão.

E as melhores cenas, são as pequenas homenagens aos filmes anteriores, como Goldfinger, O Espião que me Amava, O Foguete da Morte, e até Chantagem Atômica… é muito legal (não é uma coisa igual a Um Novo Dia para Morrer, mas tem que ser fã do espião para reparar).

 

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Bond e Leiter: um dos únicos de confiança

 

Nos créditos do filme existem alguns dos atores que participaram de Cassino Royale, mas quem se destaca é a Bond Girl Olga Kurylenko, e o vilão Greene (ótima interpretação do ator francês Mathieu Amalric). Infelizmente, quem toma conta da tela é Craig, com força, selvageria, raiva, saltos espetaculares (fruto de suas práticas de "Le Parkur").

Poucos filmes que  eu vi, possuem um nível de ação tão alto. É um prato cheio para quem gosta (é um dos gêneros que mais gosto), mas não consigo ver James Bond na interpretação de Craig. Ele, com seu ar moderno e truculento, acaba com toda a magia do espião britânico.

Cara tem um momento do filme que ele esta bebendo um drinque (vodca martíni, claro) e seu amigo pergunta para ele: “O que está bebendo?” Bond respode: “NÃO SEI”. Porra, é foda, sendo que ele já tinha tomado o drinque em Cassino e achou bom. Daí... ele enche a cara e esquece de colocar o nome da bebida… é coisa de… Daniel Craig.

Depois de ver o filme, fiquei pensando uma coisa: além das cenas de ação fantásticas, e a organização "QUANTUM" que, possivelmente, veio ficar no lugar da antiga "SPECTRE" (organização contra a qual Bond lutava, na Guerra Fria, mais precisamente na década de 60= Sean Connery), a direção de Marc Foster está totalmente diferente dos seus demais filmes como, Em Busca da Terra do Nunca, A Última Ceia, O Caçador de Pipas. Isso mostra que ele é um ótimo cineasta, e que dirige muito bem, não ficando preso às fórmulas emocionais que ele demonstrou.

 

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Bond: Máquina de matar…

 

Bom pessoal, eu me despeço aqui, mas não deixe de assistir ao filme. Com certeza ele vale o ingresso, e tudo indica que o próximo filme sair em 2010 e… estou com saudades de Pierce Brosnan!

 

Nota: 7,0

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