Apesar de várias perguntas e questionamentos, creio que (quase) todos entenderam meu posicionamento no texto logo abaixo: Por que não defendo minorias. Alguns reclamaram do tamanho e do excesso de idéias presentes no artigo - que usou um episódio no Twitter para dissertar sobre um tema sociológico muito mais complicado - mas, pelos comentários e pela repercussão no Twitter, creio que meu objetivo foi alcançado.
Claro, existem exceções, como um dos seguidores da Lola gostou de mostrar…
Esse texto NOJENTO e PATÉTICO está aqui: http://t.co/AJp1vEs Essa porcaria na qual esse traste do Villaça procura refúgio. [Link]
Ele foi ainda mais fundo em sua “forte argumentação” e mostrou o que pensa sobre o tema:
Acho que a próxima pessoa que vir me falar algo relacionado a "politicamente correto", "vitimismo" e "piada" vai levar socos. [Link]
Quem me conhece sabe que detesto ficar falando, minha liberdade de expressão acontece é na porrada. Simples assim. [Link]
Mas, no geral, as opiniões e comentários foram construtivas e focados no principal que o texto tentou abordar. Inclusive várias mulheres retuitaram e afirmaram concordar.
@milady_winter: Interessante! RT @paulolobo: http://t.co/tRnwHkf [Link]
@amiga_ursa: texto fantástico. http://t.co/abUH1Oa [Link]
@anne_chan: Assino FORTE embaixo. RT @amiga_ursa texto fantástico. http://t.co/ZnE9lYg [Link]
@sushiornotsushi: RT @anne_chan: Assino FORTE embaixo. RT @amiga_ursa texto fantástico. http://t.co/ZnE9lYg
Isso fora diversas pessoas que retuitaram alguns dos tuits acima, dá pra ver o restante AQUI.
Já a Lola, doutora “Crítica de Mídia”, nem sequer leu o texto, e afirmou que “passou os olhos”, o que fui suficiente para ela saber que o artigo “é mto ruim, de gente q ñ sabe interpretar texto” [Link].
Enfim, passemos ao mais importante: os questionamentos. Obviamente que descrever algo tão complexo como o funcionamento de uma sociedade não é uma tarefa das mais fáceis (e Eu não tenho todas as respostas, obviamente, ainda mais porque não me debrucei sobre o tema por semanas, como geralmente faço, mas escrevi o texto em uma madrugada), ainda mais num texto de pouco mais de 30 mil caracteres. Então é natural que algumas dúvidas surjam, e vou responder aqui os principais comentários e questionamentos (que vão gerar mais comentários e questionamentos até que o assunto esfrie ou meus dedos peçam perdão) que não respondi no texto anterior. Enfim, é mais um texto longuíssimo, mas que pode ser lido aos poucos. Como vocês conhecem o blog, não gosto de deixar pra trás coisas que considero importantes.
Para começar, vou reproduzir abaixo o email do nosso leitor Panthro, que tentou comentar, mas o texto saiu muito longo (o limite é de 4.096 caracteres por comentário) e nós sabemos que o sistema de comentários do Blogger não é a oitava maravilha do mundo.
"É aí que entra meu problema com minorias. Em primeiro lugar, não podemos (digo cada indivíduo) ser descritos sob uma única característica que nos identificaria. Em segundo lugar,quais critérios utilizar para realizar essa classificação?
Explico: dizer “fulano é negro”, “fulano é machista”, “fulano é gay” é uma super generalização de uma estrutura tão complexa como o ser humano. Se auto-enquadrar em uma minoria (gênero não é uma minoria, mas logo explicarei como conecto as duas coisas) é automaticamente entrar em um preconceito simplista.
Eu concordo com você que é uma generalização simplista. E concordo que isso é muito imbecil. Mas o grande problema do preconceito é que ele não é exercido, na maioria das vezes, de dentro pra fora. Não é você que se resume a ser negro, gay, mulher ou jornalista. São as pessoas que te reduzem a isso após tomarem contato com essa sua única característica. E ainda lhe atribuem um monte de outras características com base nessa, sejam positivivas (negros tem pau grande, gays tem mais sensibilidade estética, mulheres são intuitivas) quanto negativas (negros são vagabundos, gays são promíscuos, mulheres são burras).
Por exemplo, você é uma pessoa completamente diferente de mim. Claro que não completamente diferente, nós temos muitos pontos em comum, como têm quaisquer pessoas. Mas vc fez jornalismo, eu química, vc mora no ES, eu em toda parte e por aí vai. Mas se nós dois fôssemos pros EUA e encontrássemos um neonazista por lá, ele nos enxergaria como latinos, sem diferença nenhuma. E o fato de nós dançarmos salsa ou não não faria a menor diferença.
Existem pessoas que se definem apenas por uma característica? Existem. Mas normalmente são pessoas que possuem um ego muito frágil. Elas não sabem que podem ser qualquer coisa e precisam de uma "tribo" pra se definir como pessoa. Sim, adolescentes podem ser um exemplo. E pessoas que sofreram demais a ponto de o sofrimento ser a única coisa que sobrou na vida delas. Sim, terroristas se encaixam no perfil. Por isso que eu acho que esse não é um comportamento saudável. Pq adolescentes instáveis e terroristas fanáticos não são exemplo pra ninguém de pessoas mentalmente saudáveis.
Por essa razão, a discussão sobre quem é negro é infundada. Tanto faz. Quem for discriminar, vai saber muito bem quem é negro. Ou quem parece negro. Taí pai e filho confundidos com gays que não me deixam mentir. Eles nunca se disseram gays, mas outras pessoas foram lá e definiram que eles eram assim. E foi o suficiente.
Porque o que importa não é a definição. O que importa é a idéia. Como mulher está associado a inferior, parecer mulher é automaticamente associado a parecer inferior. Como gay está associado a inferior, parecer gay, automaticamente é algo de que vc precisa se defender. Por essa razão, existem níveis de gay, por exemplo. Você pode não ter nada contra gays no armário, achar ruim gays se beijam na rua e agredir travestis. Porque existe uma escala de gays. Assim como existe uma escala de negros, de judeus... Quanto mais se parecer com o estereótipo, mais ódio ou desprezo merece.
Mas até aqui tudo bem, é uma questão secundária. O grande problema que eu vi na coluna, e por isso eu achei simplista foi aqui:
"Por essa linha de pensamento, João pode ser integrante da KKK, da Liga Anti-Judia, do Partido Machista… mas não pode praticar atos discriminatórios, ou difamar, ou atacar indivíduos utilizando veículos públicos, ou de comunicação de massa abertos ao público."
Note que o seu conceito de liberdade não é total. Existem restrições a ele. Acredito que a maior parte das pessoas acredite que deve existir limitações à liberdade individual. Acho que ninguém é a favor de uma sociedade em que todos fossem livres pra matar outras pessoas contra a vontade delas, por exemplo. Eu tenho dificuldades até pra acreditar que isso seja uma sociedade.
No outro extremo, também não creio que alguém defenda o controle total. Mesmo os religiosos mais fanáticos acreditam em livre-arbítrio. E quando falo em fanáticos religiosos, é justamente porque eles são o exemplo de pessoa que acredita que existe uma única forma correta. E mesmo eles não defendem o controle orwelliano da vida humana.
Então todo mundo concorda que o ponto adequado deve estar no meio. A questão é onde. E este ponto é completamente arbitrário. Cada pessoa acredita que seja num certo ponto. E no mais das vezes, as pessoas nem sabem bem onde seja este ponto. Mesmo os movimentos civis que buscam defender as "minorias" (pq né? movimento feminista defende as maiorias) não têm um consenso sobre qual seria o limite. Porque as pessoas se ofendem por coisas diferentes.
Mas vamos analisar o limite que você considera válido:
"...mas não pode praticar atos discriminatórios, ou difamar, ou atacar indivíduos utilizando veículos públicos, ou de comunicação de massa abertos ao público."
Em primeiro lugar, o que conta como difamar? A rigor, difamar é "imputar algo que fira à honra, que leve ao descrédito da pessoa". O que em muitos casos é ridículo. O simples fato de você dizer que eu sou gay está me difamando, embora eu de fato SEJA gay. Mas dizer que eu sou gay, na nossa sociedade é difamação. E quem quiser dizer que não pensa assim, pense quantos contratos de publicidade um ator reconhecidamente gay pega.
Mas digamos que quiséssemos mudar as coisas. Que difamar significasse mentir a respeito dos outros, inventar acusações falsas. Ainda assim isso seria um problema. Digamos que eu dissesse, por exemplo, que negros possuem uma chance maior de serem traficantes de drogas, porque a maior parte de traficantes de drogas no Brasil é negra ou parda. Seria uma informação correta, mas falsa. Qualquer jornalista sabe que existem diversos subtextos em um discurso e que é possível mentir se falando apenas a verdade: Basta levar o outro a uma conclusão falsa.
Na verdade, hoje em dia é possível fazer até pior: É possível se gravar em vídeo a sua opinião e depois se desdizer falando que não foi entendido. Mas cara de pau não é o assunto aqui.
Ainda existem outros problemas: Como determinar quem é o objeto da injúria? Se eu falar que mulher é tudo puta, minha mãe pode se ofender? Eu não estava falando dela em particular, mas ela é mulher. Se eu chegasse em uma sala de aula e dissesse que a maioria das pessoas daquela sala são burras, algum dos alunos poderia reclamar, uma vez que eu não ofendi ninguém em particular?
O terceiro problema é o veículo: O que é considerado um veículo público? Um jornal de âmbito nacional? Regional? Uma publicação específica para dentistas? Um fanzine de faculdade? O twitter? Tenho certeza que as pessoas sabem que seu diário é privado, mas já cansei de ver gente fazendo blog diarinho e reclamando que as pessoas avacalhavam a vida dela. A fronteira entre o público e o privado diminui cada vez mais, já que qualquer um pode criar um veículo de comunicação em massa.
E quantos as ações? De novo temos um problema sobre o que é o espaço público. Invadir um cemitério durante um enterro como fez o Pânico ou a Igreja de Westboro é válido? O espaço é público, mas a cerimônia é tudo, menos pública. E uma empresa privada? Obviamente não é um espaço público, mas isso significa que o seu dono pode fazer do lugar o seu feudo particular e implantar a sua versão da lei?
Subestimar a ideologia é um erro. No fim das contas, todo o preconceito nasce de uma ideologia de superioridade. Da idéia que algumas pessoas são melhores que outras e, portanto, tem mais direitos que as outras na sociedade. Homens de bem versus marginália.
Ignorar a ideologia e combater apenas as manifestações é como ignorar o sistema capitalista e combater apenas a pobreza. Ok, é útil. Ajuda muito. Mas está longe de resolver o problema. Na verdade, só torna a manipulação mais sutil, seja no que diz respeito ao preconceito, seja no que diz respeito à discriminação. E existem diversas formas de discriminar sem dizer isso na sua cara. Hipocrisia está aí pra isso.
Eu acredito que existem pessoas superiores as outras. Dizer que todos somos iguais é uma tolice. Não somos. Algumas pessoas são melhores que vc, outras piores. E por esta razão as pessoas com mais poderes possuem maiores responsabilidades e devem proteger quem é inferior. Mas né, li Homem-Aranha demais.
Eu acho que todas as pessoas deveriam ser consideradas como pessoas e ter as mesmas chances em tudo. Só que eu não sou estúpido. Eu sei que o mundo não é assim. E que simplesmente dizer que as pessoas na África não deveriam receber dinheiro pq nenhum país deveria ser favorecido porque somos todos iguais é só cegueira.
Como diz uma amiga minha: Racismo existe, sim. Se você nunca passou por isso é porque você está do outro lado dele. Eu realmente não sei o que é ser mulher. Não sei pelo que elas passam pra julgar. Tenho uns indícios, como quando eu queria brincar com as minhas primas e elas não podiam pq tinham que lavar a louça e eu fui ajudar e tomei bronca porque isso não era trabalho de homem. Mas não deixo de notar que quem me deu a bronca era a mãe delas. Que era mulher e tal.
Então, no fim das contas, acho que deve prevalecer a gentileza. Eu sou piadista. Na verdade, não exatamente, eu falo as coisas a sério e as pessoas acham engraçado, mas enfim. Às vezes as pessoas se ofendem com o que eu falo. E eu sempre peço desculpas. Pq minha intenção nunca é ofender, mas as vezes eu posso ter feito isso. Cabe ao ofendido dizer. Porque, como diz na música do Rapa: "Quem bate esquece quem apanha/E quem apanha quer se vingar"
Abaixo reproduzo minha resposta completa:
“Por essa razão, a discussão sobre quem é negro é infundada. Tanto faz. Quem for discriminar, vai saber muito bem quem é negro. Ou quem parece negro. Taí pai e filho confundidos com gays que não me deixam mentir. Eles nunca se disseram gays, mas outras pessoas foram lá e definiram que eles eram assim. E foi o suficiente.”
Esse é o ponto. O que quis dizer na minha argumentação - que peço perdão se não ficou clara - é que governos não deveriam fazer distinções entre minorias na hora de dar-lhes direitos. Não deve existir Lei Maria da Penha para mulheres e Código Penal para os homens. Explico: temos um sistema de cotas que diz que negros tem certa quantidade de vagas destinadas a eles. Como o governo (a direção da Universidade, ou outro órgão) vai decidir e definir quem é negro ou não? É nessa base que concentro a minha crítica a direitos a minorias. Não disse que não devem existir movimentos sociais de minorias, mas que não deveriam haver distinções de classes, etnias, etc, na hora de conceder-lhes benefícios dessa luta, pois isso é inconstitucional e carece de critérios objetivos em sua classificação (exclui-se mulheres do segundo argumento por motivos óbvios). Uma mulher não deve ser considerada mais frágil por lei que os homens, pois isso já me parece uma forma de perpetuar o machismo.
TODOS devem lutar e se organizar, estudantes, negros, mulheres, gays... todos que se sentem oprimidos ou de alguma forma, menos favorecidos. Mas devem exigir direitos iguais e não diferenciados (como mostrei no meu texto, não é exatamente o que a Lola deseja).
O exemplo mais palpável é o movimento negro americano. Como definir qual era o “verdadeiro” movimento negro, o representado pelos Panteras Negras ou o de Desobediência Civil Pacífica de Martin Luther King? Qual era o “legítimo”? Eles buscavam coisas diferentes, pra início de conversa. Não vou entrar nesse mérito por ele não existir, mas podemos avaliar melhor pelo resultado dos direitos alcançados pelos negros, que - em parte - os colocou em igualdade com os brancos (quando digo igualdade, quero dizer com relação a escolas, andar de ônibus, fatos objetivos e mensuráveis).
Você não pode punir alguém que acha um gay inferior, ou gordo inferior, e assim vamos... isso dá margem para o que chamei de patrulhamento, pois depende de subjetividade, de apontar qual classe é menos favorecida e merece tratamento especial. Qualquer pessoa que ofende outra pessoa deve ser punida, sem distinções. Diferenciar na hora de conceder benefícios, a meu ver, só perpetua machismos, racismos e outros ismos.
SIM, meu conceito de liberdade não é total, não existe liberdade total, só se você morar sozinho em águas internacionais. Pra mim, o limite da sua liberdade é a liberdade do outro, de forma igualitária. Isso é uma regra, e baseada nessa regra-mor são criadas interpretações, que nem sempre são fáceis, sociedades são complexas por natureza e se tornam cada vez mais complicadas com o tempo.
Mas agora vamos a parte realmente espinhosa da coisa, onde entramos no reino da linguagem (óbvio, esse é meu ponto de vista, e como você disse, vão ocorrer arbitrariedades).
Quanto ao lance do gay você respondeu embaixo: se for uma mentira, a pessoa tem o direito de tomar providências (processos, direito de resposta, isso foge da minha alçada) caso tenha se sentido ofendida.
“Se eu falar que mulher é tudo puta, minha mãe pode se ofender? Eu não estava falando dela em particular, mas ela é mulher. Se eu chegasse em uma sala de aula e dissesse que a maioria das pessoas daquela sala são burras, algum dos alunos poderia reclamar, uma vez que eu não ofendi ninguém em particular?”
Aí é que entram as mentiras disfarçadas. Se você falar que TODAS as mulheres são putas, todas elas estão no direito de se defenderem (nos mesmos termos acima). Se você falar “a maioria”, Eu lamento, não existe mensuração nesse tipo de afirmação e o professor ficaria civelmente e criminalmente impune, restando aos alunos reclamarem com a coordenação da escola/faculdade/similar.
Veículo público, na minha concepção, é aquele que pode ser adquirido/lido por qualquer pessoa, ou por alguma pessoa fora do âmbito de uma organização. Se Eu tenho um centro comunitário e ele tem um jornal do bairro com cinco cópias, e qualquer pessoa pode ir lá pegar/comprar um, esse é um veículo público. Se Eu tenho uma revista que circula para todos os 10 mil funcionários da minha empresa/organização e somente para eles, esse não é um veículo público.
Páginas da internet que podem ser acessadas por qualquer pessoa, e isso inclui qualquer rede social, são veículos públicos, independente se só a mãe do sujeito acessa. É a acessibilidade que distingue se o veículo é público ou não.
Quanto às ações: se existem avisos no sentido do evento ser privado e o governo/administradora do local permite esse tipo de restrição, o evento se torna privado. O que define aí são as autorizações, o que exclui, logicamente o bloqueio de ruas, avenidas e etc, salvo em casos específicos que também envolvem autorizações. Isso é restrição da liberdade? É, e é uma exceção.
Agora a parte mais difícil, que creio ser justamente o que não deixei claro o bastante.
“Eu acredito que existem pessoas superiores as outras. Dizer que todos somos iguais é uma tolice. Não somos. Algumas pessoas são melhores que vc, outras piores.”
Melhores em que? Piores em que? Não estou dizendo que não existem, tão pouco que existam pessoas diferentes, mas sim que isso é subjetivo e leis e direitos não podem ser subjetivos. Uma lei não pode partir do ponto que as mulheres estão mais vulneráveis que os homens e beneficiar somente elas em uma lei que considero importante.
E veja bem, não distorça o que disse. “E que simplesmente dizer que as pessoas na África não deveriam receber dinheiro pq nenhum país deveria ser favorecido porque somos todos iguais é só cegueira”. Existem regiões pobres, sem dúvida, e Eu disse que todos devem ter os mesmos direitos graças a políticas públicas. Direito a educação, saúde, lazer, moradia e o que mais for decidido. Se algumas cidades/regiões não estão nessas condições, o governo deveria injetar dinheiro e cuidar para que tenham. Isso é o MÍNIMO. Nós estamos em um sistema capitalista, nem todos podem ser ricos, mas digo de dar o mínimo a todos.
Agora ideologias. Racismo existe e não nego, mais uma vez. Racismo, preconceito contra mulheres, contra gays, religiões, e diversas outras. Tudo isso existe, e MUITO. O que quis dizer com liberdade individual é que as necessidades de uma minoria não devem ser colocadas acima de todas. Meu exemplo e principal argumento foi a Lei Maria da Penha, que possui tratamento diferenciado. Eu sei que parece absurdo “caraca, vamos fazer uma lei para os homens”, isso extrapola o senso comum, que diz que são os homens que espancam as mulheres. É aí que entra a sutileza das ideologias: você não acha que ressaltar unicamente o sofrimento feminino é um desrespeito com os homens que sofrem violência doméstica?
Da mesma forma que vai parecer absurdo se alguém com pele clara dizer que sofreu preconceito. Não darão ouvidos a ele, justamente por todos estarem unicamente com um lado da questão na cabeça. É esse tipo de injustiça individual que combato. Se um hetero sofrer preconceito de gays (nem sei se isso já aconteceu e como se qualificaria), dariam ouvidos a ele?
Um caso foi o Dia do Orgulho Hétero. Considero uma inutilidade que beira a babaquice e não o apoiaria, mas vi gente dizendo que a criação da tal data se qualifica como homofobia. É contra esse tipo de exagero na busca pelos direitos que falo. Isso é querer tirar o direito de manifestação de alguém.
Claro que essa minha defesa em favor da “liberdade de ideologia e do pensamento” de alguém não impede o governo de promover campanhas de educação, como várias campanhas de conscientização sobre trânsito, sobre drogas, AIDS, qualquer coisa. Porque proibir só torna aquilo mais valioso e sabemos bem que é verdade. Conscientizar não é proibir. Claro que ao decidir por campanhas, governos favorecerão algumas questões em detrimentos de outras, mas não estão tirando o direito outras pessoas se manifestar.
Para terminar esse email, pense na seguinte analogia.
Um carro dirigido por um assassino nato que já atropelou e matou diversas pessoas está se dirigindo ao centro da cidade matar mais gente, passando por escolas e tudo o mais. O carro é blindado e só será parado se um sniper der um tiro certeiro na cabeça do motorista. Parece uma situação de merda... até que a empresa que fabricou o carro mostra um controle com um botão que, apertado, parará o carro. Pode demorar, mas o carro parará com certeza antes de mais carnificinas. O que você faria? Montaria uma operação para atirar na cabeça do ocupante ou apertaria o botão que pararia o carro aos poucos? Lembre-se que se apertar o botão o ocupante dele poderá continuar pisando no acelerador, apertar a buzina, ligar os faróis, mas o carro não se movimenta e logo ficará sem bateria.
PS: Ele mandou uma tréplica onde alinhamos um pouco mais as nossas idéias, que ainda vou responder quando tiver tempo.
Abaixo, os questionamentos do Raphael Tsavkko Garcia:
Teu artigo, em geral, especialmente no começo, é muito bom, mas aponto falhas ou questiono detalhes:
A Lei Maria da Penha vale pra homens. Já existem decisões judiciais favoráveis ao homem e que os protegem.
E, sejamos honestos, existe MAIS violencia doméstica contra a Mulher que contra o homem.
Vc se diz contra a idéia de minorias e etc, mas e como ficam as cotas? É inegável que os negros são maioria dos pobres e dos fora da universidade, que os índios são discriminados, que negros são mais discriminados, que os gays são vítima de violência homofóbica diariamente. Não podemos tratar TODOs como IGUAIS, mas alguma igualdade ou unidade existe.
não se garante igualdade achando oque deixar tudo com oestá irá permitir ao negro entrar na universidade. Vai entrar só branco.
A qustão do rotulo ou identificação já está em parte superada. Hj mts autores usam a idéia de auto-identificação, que tem paralelo com a Comunidade Imaginada de Benedict Anderson. Você é parte do grupo que se sente parte.
E discordo quanto à parte da KKK e etc, a mera pregação destes grupos já é uma difamação. Qd Bolsonaro tem o "direito" de dizer que gays são inferiores e que não devem ter direitos ele se coloca contra os direitos humanos e atenta contra direitos desta minoria ou deste grupo vulnerável (em sua maioria). Como tolerar isto?
Como toelrar, como há na Holanda, um aprtido que defenda a pedofilia, ou seja, o abuso de vulneráveis?
Seria lindo um mundo em que fôssemos MESMO iguais. MAS não somos, ou ao menos existem grupos que tentam manter a desigualdade. Como dizer q políticas voltadas para os gays são ilegítimas qd diversos direitos lhes são negados? Como dizer que os negros são iguais aos brancos se negros são revistados e mortos ao andar na rua apenas por serem negros?
Respostas:
"A Lei Maria da Penha vale pra homens. Já existem decisões judiciais favoráveis ao homem e que os protegem. E, sejamos honestos, existe MAIS violencia doméstica contra a Mulher que contra o homem"
Sim, Eu sei que em alguns casos os juízes estão ampliando a interpretação dela, como escrevi no último parágrafo do texto: "Por motivos como esse que vejo Leis Maria da Penha (quando aplicadas de forma literal, o que não está sendo feito por muitos juízes), (...)". Só me questiono por que a lei não simplesmente deu os mesmos direitos a todos, e não só as mulheres, mesmo o caso delas sendo o mais grave e mais recorrente. É mais grave bater em uma mulher do que bater em um homem? Porque a lei criou esse tipo de interpretação diferenciada. Mas, se ela agora é/será válida para todos, encerro meu questionamento quando a efetividade dela. Logicamente que existem casos em que a criação de leis com conotações similares é bem-vinda, como Estatuto do Idoso, Código de Defesa do Consumidor, Estatuto da Criança e Leis Trabalhistas.
Mesmo essas leis que, teoricamente, criam diferenciações na sociedade, tratam apenas de indivíduos em "condições diferentes" num determinado espectro do espaço-tempo, e não indivíduos que "são diferentes". Explico: você hoje é trabalhador, mas no outro dia pode ser patrão. Você amanhã é consumidor, mas no outro dia pode ser lojista/fornecedor. Você hoje é criança, amanhã vai ser idoso, e assim vamos.
Já o que se convencionou chamar de minorias, geralmente tratam de características físicas inerentes a pessoas - aliás, é bem arbitrário o processo de escolha de que "minoria" que precisa, ou "merece" tratamento especial, já que não existem metodologia clara para estabelecer uma delas -, as leis que dão direitos a elas (Maria da Penha, Cotas) não fazem distinção de quais integrantes da tal minoria precisam da ajuda.
É justamente esse meu ponto. Existe MAIS violência contra a mulher? Sim, evidente, mas essa exacerbação da “maioria” acabou por criar um vazio que tornou nulo socialmente o problema crescente da violência doméstica contra homens. Ao ponto de nem existirem pesquisas sobre esse tipo de situação no Brasil. O assunto é tão indizível que a Lola (como apontei), considera-o uma idiotice. Imagina se um hétero falasse que sofreu preconceito de um homossexual. Iriam rir da cara dele e mandar ele se enxergar porque o opressor é ele. É claro que muitos héteros têm preconceito contra homossexuais, mas talvez AQUELE INDIVÍDUO não tinha, é disso que falo. De colocar em atenção evidente apenas uma parte do problema, e isso causa mais divisão social. E não digo que o Movimento Gay defende preconceito contra héteros, mas que socialmente pode-se criar um preconceito inverso no tratamento do problema, ele se torna invisível.
"Como ficam as cotas?" Sou contra. Sou a favor, em parte, ao ProUni, e não é só porque sou beneficiado por ele, mas porque diminui o nível da distinção. A meu ver, todos com baixa renda (claro que o processo de dizer o que é baixa renda é arbitrário, mas necessário para se fazer cumprir a lei, a não ser que o governo pagasse agentes que estudassem caso a caso), independente de onde estudou, deveria receber o auxílio até o governo ser capaz (e ter o mínimo de interesse) de dar educação pública de qualidade. Então, a medida termina por ajudar pessoas que talvez não conseguissem chegar as universidades federais. Claro, queremos educação pública de qualidade em todos os níveis e essa deve ser a bandeira final de qualquer movimento que se preocupe com a educação.
E não é questão de deixar "como está", é questão de focar o problema. Cotas para negros - como repetirei pela 1000º vez, não prevê se o negro precisa ou não do benefício. É a questão semifilosófica de "estar em condições diferentes" e "ser diferente". Pra mim, essa medida acaba por partir do princípio básico de que negro é pobre e mulher é frágil, e creio que é justamente essa percepção que os respectivos movimentos querem mudar.
O que impede o acesso de alguém (negros inclusos) a educação? Falta de dinheiro para conseguir uma educação melhor, em boa parte dos casos, creio Eu. Então, foque em condições financeiras (como o ProUni, em parte). É disso que falo.
"E discordo quanto à parte da KKK e etc, a mera pregação destes grupos já é uma difamação. Qd Bolsonaro tem o "direito" de dizer que gays são inferiores e que não devem ter direitos ele se coloca contra os direitos humanos e atenta contra direitos desta minoria ou deste grupo vulnerável (em sua maioria). Como tolerar isto?"
Bom, não foi exatamente isso que quis dizer. Não disse que esses grupos têm "liberdade de expressão", mas sim "liberdade de existirem", como escrevi no trecho:
"Isso é liberdade de pensamento, ele [o João, do exemplo] pode pensar o que bem entender e ter o direito de comunicar suas idéias para pessoas que pensam de forma similar - daí a Ku Klux Klan ter todo o direito de existir, isso é liberdade de associação". Seriam, portanto, vedadas declarações de cunho racistas/sexistas/similares em veículos públicos, como descrevi na resposta ao Panthro. Então, Bolsanaro não teria direito de dizer isso em público, mas sim a pessoas que pensam de forma similar, de forma privada. É praticamente os mesmos moldes do que ocorre hoje. E o tal partido holandês poderia existir, mas não poderia divulgar suas ideias de forma pública, é basicamente isso. É como ter um carro sem motor.
E, pra encerrar esse post, o comentário do camarada e NerDevil, Roberto Maia.
Filipe,
Seja sensato rapaz, como uma minoria poderia reivindicar poderes maiores que a classe dominante, isso não existe rapaz, chego a dizer que é logicamente obtuso. Sua postura é alarmista e paranóide, conseqüência direta de uma educação calcada no patriarcado.
Ai que ta, dificilmente, alguém que não pertence a uma minoria vai encontrar problemas de ordem econômica e/ou social, como eu disse em meu último comentário, problemas assim são apenas conseqüência do preconceito de base que assola o país.
Não existe articulação sócio-econômica a partir do momento que a condição étnica, de gênero ou opção sexual do individuo serve como trave para sua ascensão na malha social.
Eu sei que você não é caucasiano, ou bem nascido, alias, faz parte de uma pequena elite de bem instruídos, alfabetizados, sem contar que pertence ao sexo masculino, querendo ou não, já existe uma disparidade social entre você e alguns grupos.
Lembra uma vez que eu, você e o Agostinho (@agrt) discutimos sobre a questão de igualdade entre os sexos? Que a mesma se dá em base social, mas sempre respeitando as diferenças fisiológicas e psicológicas encontradas em ambos os gêneros.
Claro que existem casos de agressões contra maridos e homens, mas elas são minorias e o aparato judiciário já garante sua defesa, caso invocado. Agora, são essas mesmas diferenças que dão legitimidade a lei Maria da Penha, afinal, um homem tem explosão muscular e mais força física que uma mulher, isso sem contar todo o antepassado sócio-cultural da questão. O ato de agressão é bem mais impactante.
A Lei Maria da Penha é eficaz porque: 1) emancipa a mulher de sua condição subjulgada na sociedade patriarcal 2) garante uma defesa justa em caso da sua integridade física seja violada.
Bom, Eu não tenho medo de ser dominado por classe nenhuma, como parece escrito no primeiro parágrafo do seu comentário. Existem divisões profundas: as econômicas. Numa sociedade capitalista, é basicamente isso que permeia as divisões sociais, ainda mais em tempos que temos um negro no poder dos EUA (tinha o Colin Powell, anteriormente, como Chefe do Estado-Maior, e a Condoleezza Rice como secretária de Estado, por exemplo) e uma mulher presidente do Brasil, creio que é cada vez mais evidentes que divisões dessa natureza como você parece colocar me parecem cada vez mais difusas.
O que quis dizer anteriormente é que a lei deve tratar todos os indivíduos sem distinções, com igualdade. Se vai fazer distinção, que seja dando acesso econômico a classe pobre. Falo de leis e políticas governamentais unicamente. A meu ver o maior problema é de ordem econômica.
Mas você tocou num ponto que ninguém tocou (a menos Eu não vi): "Não existe articulação sócio-econômica a partir do momento que a condição étnica, de gênero ou opção sexual do individuo serve como trave para sua ascensão na malha social".
Você não acha que ressaltar isso do ponto de vista de criação de cotas só piora? Não vejo como você obrigar a contratação de determinada minoria melhora o problema, além de só dividir ainda mais a sociedade. Creio que para tratar esse problema, deve-se ter alvos e não usar um fuzil para matar uma mosca. É preciso saber onde está o problema e não generaliza-lo, é disso que falo.
E se faço parte de uma "elite bem educada" é porque corri atrás de educação. O privilégio que meus pais me deram é o de não precisar trabalhar antes de querer, o que me deu tempo de tentar aprender alguma coisa. De resto, estudei em escola pública e dependi de biblioteca pública até uns 16 anos se quisesse ler alguma coisa. Bom, mas não vou pagar de minoria aqui.
"A Lei Maria da Penha é eficaz porque: 1) emancipa a mulher de sua condição subjugada na sociedade patriarcal 2) garante uma defesa justa em caso da sua integridade física seja violada." Bom, nessa questão não discutirei porque realmente não penso assim. Principalmente no tocante ao tratamento diferenciado. Uma mulher pode pegar uma faca, atirar, jogar óleo quente, entre muitas outras coisas, não depende só de força física. Colocar a questão nesses termos é que me parece machismo. Acho que vitimizar as mulheres é esquecer que elas também podem ser agressoras. Indivíduos são agressores, e não vejo um único motivo plausível para tratar de forma diferenciada crimes praticados contra mulheres e contra homens. E, certo, a Lei corretamente é uma mostra que o problema é importante, mas insisto no tratamento diferenciado. Por que não dispender tratamento igualitário, como prevê a Constituição (o que, por si só, já tornaria a Lei Inconstitucional, se não ampliassem sua interpretação).
E falar em sociedade patriarcal em tempos em que a gente lê a notícia abaixo me parece uma mostra que nós não trabalhamos com dados, só com senso comum (dados do final de 2010):
Entre 2001 e 2009, o percentual de famílias brasileiras chefiadas por mulheres subiu de aproximadamente 27% para 35%. Em termos absolutos, são quase 22 milhões de famílias que identificam como principal responsável alguém do sexo feminino. [Link]
Sim, mais de um terço das famílias brasileiras são chefiadas por mulheres e o número só tende a aumentar. Se tivesse uma atitude “alarmista e paranóide”, estaria com “medo” de ler coisas assim, mas, muito pelo contrário, só fico feliz, isso não me afeta em nada e gera mulheres felizes por toda a parte. Não vejo minha “posição social” ameaçada, muito pelo contrário, só vejo a liberdade individual crescendo acima de conceitos e idéias retrógradas.
Bom, acho que é isso! Como Eu disse, são necessários muito mais estudos (inclusive meus), principalmente quanto a questão do “preconceito” e como isso afeta o desenvolvimento socio-econômico do que se convencionou chamar de minorias. Porque sem dados minimamente específicos do problema, não é possível trata-lo adequadamente. Somente dizer “os negros não têm acesso ao mercado de trabalho” não é conhecer o problema, assim como dizer que “vivemos em uma sociedade patriarcal”, ou que “todos são machistas” não melhora a igualdade entre gêneros.
Imagine que uma cidade tem ratos acima do normal. Cacete, que problema de merda. Descobriu-se que eles saem dos esgotos e vão para as casas, daí a prefeitura decide colocar veneno em todos os bueiros. Matou um monte de ratos, mas também matou cachorros, gatos e até um ou dois mendigos que tiveram contato com o veneno. Aí um grupo resolveu entrar nos esgotos e constatou que quatro zonas da cidade têm acúmulo de lixo em seu subsolo e é ali que se reproduzem os ratos. Limpou-se o lixo, diminuiu-se os ratos - e foram poupadas as vidas de cachorros e outros animais que porventura se aproximavam dos bueiros, além de conter a ira da população que não estava gostando de corpos de ratos pela cidade toda, que saíam dos esgotos para morrer nas ruas. Não é tão simples assim, mas é uma mostra de conhecer o problema (se tem algum estudo aprofundado sobre isso, me perdoem a ignorância e o indiquem aí baixo. E estudo não é citar dois ou três acadêmicos e pegar um estudo de caso, é mapear o problema).
No assunto que manjo alguma coisa - Pirataria e Compartilhamento - um recente estudo mundial (Media Piracy In Emerging Economies) revelou em suas 440 páginas as maiores causas da pirataria são econômicas, o que afastou o conceito de condição endêmica do que eles encaram como problema. Foi um alerta para os altos preços e altos lucros que a indústria de entretenimento quer receber (não estou justificando o preconceito aqui, só sugerindo que muitas pessoas talvez não entendam até onde as ações dela perpetuam isso).
Enfim, só quero dizer que simplesmente afirmar “ah, o mundo não é assim, igualitário”, não deveria ser um incentivo ao generalismo. Em que regiões existe mais preconceito? Em que empresas e setores profissionais é mais frequente o preconceito contra mulheres? Por quem? Me parece muito mais acertado, como disse no outro texto, tomar ações específicas contra problemas específicos, do que dizer “todo o mundo é machista e escorrega às vezes”.
Se pareceu que Eu condenei a existência de movimentos sociais, me expressei mal: apoio, praticamente todos eles, assim como apoio praticamente todas as greves (inclusive diversas que me afetaram diretamente), movimentos estudantis, revoltas populares e outros. Só não apoio que esses movimentos queiram melhoras somente pra eles. “Ahhh, mas se um negro não tem trabalho, ele vai pedir trabalho pra ele”. É exatamente isso, ele está pedindo uma coisa que os outros já têm, não há tratamento diferenciado aí. Mas - um exemplo hipotético - se um grupo de negros (asiáticos, imigrantes, universitários, blogueiros, jornalistas, judeus, católicos, outro rótulo qualquer) pedir que seja crime hediondo que se ofendam somente negros, ele quer tratamento diferenciado. É disso que estou falando. O grupo pedir emprego não é arbitrário - afinal, é um direito nosso - mas pedir cotas somente para ele me parece pedir tratamento diferenciado. Seria o mesmo que o Pirate Bay (ou outra organização de liberdade de informação) pedir que somente os pessoas entre 18 e 25 tenham liberdade de baixar.
10 Comentaram...
Grande parte das ideias presentes neste texto e no anterior estavam presentes em meu artigo sobre o politicamente correto nas HQs.
http://www.emquadrinho.com/2011/08/o-politicamente-correto-nas-hqs-ou-por.html
Vi com alegria que o Felipe partilha ou copia algumas ideias minhas, porém o que me desagrada é a hipocrisia do mesmo pois ele recentemente se uniu a um desses militantes de causas esquerdistas para me sacanear no twitter, um cara que me chama de nazista e homofóbico, louco, gay reprimido, direitista e um monte de ofensas.
Outro dia eles roubaram foto minha e de amigos do Facebook, tive de ameaça-los de processo para que parassem de me perseguir.
Ou seja, este texto do Felipe é uma puta hipocrisia, pois toma ideias minhas e ao mesmo tempo toma partido dos fanáticos esquerdistas que me perseguem.
Creio que ele escreveu este texto para a autopromoção e para gerar pageviews para este blog, mas em si, não vive nenhuma dessas ideias.
Criar polêmica é fácil para tuiteiros desocupados que querem ganhar popularidade na rede, mas viver ideias é outra coisa.
"Um carro dirigido por um assassino nato que já atropelou e matou diversas pessoas está se dirigindo ao centro da cidade matar mais gente, passando por escolas e tudo o mais. O carro é blindado e só será parado se um sniper der um tiro certeiro na cabeça do motorista. Parece uma situação de merda... até que a empresa que fabricou o carro mostra um controle com um botão que, apertado, parará o carro. Pode demorar, mas o carro parará com certeza antes de mais carnificinas. O que você faria? Montaria uma operação para atirar na cabeça do ocupante ou apertaria o botão que pararia o carro aos poucos? Lembre-se que se apertar o botão o ocupante dele poderá continuar pisando no acelerador, apertar a buzina, ligar os faróis, mas o carro não se movimenta e logo ficará sem bateria."
É uma situação de merda, mas eu acho que eu não mandaria matá-lo (talvez porque esse cara não pegou meu filho ou parente próximo e por isso eu não queira fazer ele sofrer muito), e tentaria deixá-lo vivo.
O último paragráfo me pareceu meio escorregadio:
"“Ahhh, mas se um negro não tem trabalho, ele vai pedir trabalho pra ele”. É exatamente isso, ele está pedindo uma coisa que os outros já têm, não há tratamento diferenciado aí. Mas - um exemplo hipotético - se um grupo de negros (asiáticos, imigrantes, universitários, blogueiros, jornalistas, judeus, católicos, outro rótulo qualquer) pedir que seja crime hediondo que se ofendam somente negros, ele quer tratamento diferenciado. É disso que estou falando. O grupo pedir emprego não é arbitrário - afinal, é um direito nosso - mas pedir cotas somente para ele me parece pedir tratamento diferenciado"
A ideia das cotas para negros, não é fazer com que aumente o número de negros dentro da universidade, de modo que a proporção de alunos na universidade negros na universidade seja próxima a proporção de negros na cidade?
A menos que nós criemos cotas para todas as etinias: cotas para negros, cotas para brancos, cotas para anões, cotas para pardos, cotas para albinos, cotas para negros albinos... Mas isso poderia trazer um outro problema, pois a proporção de negros albinos é extramamente baixa o que faz com que eles não tenham vagas reservadas na universidade =x
>.< Acabei de contradizer a minha ideia e mostrar como ela não é praticável
Bom, se vamos tomar Londres como exemplo, acho que poderíamos dizer que um dos pontos em que o racismo mais causa danos é nas abordagens da polícia.
Ah, aleatório: Sua idéia é práticavel. Basta se sortear as vagas. A aleatoriedade (!!) garantiria uma distribuição estatística que tenderia a reproduzir a sociedade.
Panthro, essa ideia teria o problema de levar os alunos "menos hábeis" para fazer o curso. O que se torna algo ruim para as universidades. E as menores minorias (os negros albinos, os poloneses-judeus-de-sobrenome-alemão) acabariam sendo agregadas no grupo "outros".
E também nós teríamos o mesmo problema que existe nas cotas que é classificar de qual etinia tal pessoa é.
Contudo, eu acho que é uma merda entrar na universidade por sorteio >.<
Não se você pensar que a universidade é uma fábrica de mão-de-obra.
Por outro lado, se você pensar que a Universidade é um centro de conhecimento pra reunir a elite intelectual, tanto faz se são ricos ou pobres. A Universidade deve apenas garantir que eles existam e se mantenham. Ela deveria existir por si mesma, não para o mercado.
Se você acredita que o ensino deveria ser para todos porque todos têm o direito de exercer uma profissão e só não dá ensino para todos por falta de dinheiro, o sorteio é a idéia mais justa.
Agora se você acredita que ensino profissionalizante é uma coisa e universidade é outra, a idéia de que todos deveriam fazer universidade é ridícula. O problema é que nós temos um modelo que pára no meio do caminho: Não se decide se é centro de excelência ou ensino profissionalizante. E, portanto, falha em qualquer abordagem prática ou teórica.
Fecho com o Panthro. E se ha o sistema de cotas, não significa que ela obriga a abrir mão da meritocracia. O negro tem de tirar as notas necessárias para entrar na faculdade... Ele disputa entre outros negros e o número de vagas é menor.
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