As revoluções joystíckicas da Nintendo

 

OK, nesse momento a Nintendo passa por um momento similar ao reboot da DC (ou o Wii já foi esse reboot?), revendo seus conceitos e lutando para continuar no posto de empresa mais lucrativa e inovadora do mercado de videogames. Lançou o 3DS e as coisas não andam tão bem para o lado dele, e agora tenta tenta uma pequena revolução novamente com o Wii U, que une o conceito de tablet e videogame - e, mais uma vez, pode ser um grande fracasso, ou um grande sucesso.

Você pode virar a cara para as mudanças que a Nintendo trouxe ao mundo dos videogames, mas é fato que sem ela a indústria de entretenimento eletrônico seria bem menos inventiva e mais modorrenta do que é. Quer queira, quer não, Kinect e PS Move são tentativas da Microsoft e Sony abraçarem um pouco o sucesso do Wii - e isso provavelmente estará presente na próxima geração.

 

Eu ia postar a galeria abaixo sem comentários… mas não me contive, principalmente porque já joguei em todos eles e tenho um mínimo de experiência em praticamente todos os consoles importantes que não são da Nintendo (com exceção do Saturn).

Já jogou um Atari 2600? Lembra daquele manche - que a galera chamava de controle-banana na escola - com um botão solo? Que logo depois veio acompanhado praticamente de um teclado de telefone no modelo 5200? Então, foi o Nintendinho que varreu aquilo da indústria com seu controle em cruz e dois botões a altura dos dedos. O resultado não chegou a ser um primor em conforto, mas aguentava o regaço, ao invés de durar só duas semanas, como o manche do Atari.

Depois veio o Super Nintendo e uma evolução absurda. Cruz de novo, quatro botões e mais dois botões L e R ao alcance dos seus dedos indicadores, antes ociosos. Aquela combinação triturou muitas células dos meus dedos em finais de semana tentando soltar poderes fodões em Mortal Kombat e Street Fighter, ou percorrendo distâncias animalescamente grandes em Chrono Trigger, ainda um dos melhores RPGs que recordo ter jogado. O Super Nintendo, com certeza, foi protagonista das minhas horas de jogatina mais desenfreadas e divertidas.

O Nintendo 64 pode ter sido ojerizado depois de lançado, ainda mais com o sucesso do PlayStation, mas creio que o mundo recorda da combinação derruba-queixo controle analógico + Super Mario 64. Após sua cruz ter virado padrão em praticamente todos os controles - imagina isso hoje, em uma época que empresas acusam as outras de copiar a interface de seu software? - a Nintendo foi além e nos deu um analógico. E o melhor, aquele que é ainda um dos melhores jogos 3D da história: Super Mario 64. Ele pode não ter sido o primeiro (um obscuro controle da SEGA o foi), mas foi ele que mais uma vez espalhou o padrão analógico pelo mundo.

Mario respondia com naturalidade aos comandos do analógico, e os botões amarelos ainda serviam para mexidas ruidosas na câmera meio truncada do jogo. Atrás do controle uma surpresa (e outro padrão): um gatilho Z. Quem trucidou os amigos em rodadas de massacres em GoldenEye sabe como aquele gatilho era uma coisa linda, e que sua jogatina jamais seria a mesma.

O Game Cube é outro minimizado, mas levou o conceito de ergonomia ao máximo e só teve como ponto fraco um botão Z ao lado do R, o que não era o local mais apropriado do mundo. Pra mim, esse joystick ainda segura o título de mais confortável da história. Mas o Game Cube teve o primeiro joystick sem fio… que mais uma vez se tornou padrão, e serviu de modelo para o controle do Xbox.

Quer mais? O Wii lançou o padrão da movimentação, e agora o Wii U parece que lançará um novo padrão - ao menos é o que me cheira uma declaração da Sony, que afirmou que o PS Vita poderá ser usado como um controle do PlayStation 3.

Se a Nintendo continuará sua jornada vencedora, só o tempo dirá, mas nesse momento, não consigo pensar em empresa de hardware que tenha contribuído mais para a indústria e lançou mais padrões universalmente aceitos.

 

[Inspiração & Imagens Kotaku]