Por Paulo Roberto, do Em Paralello
Matando a saudade do Nerds Somos Nozes estou mais uma vez aqui para falar sobre mais um filme. Minha ausência infelizmente tem se dado em virtude dos estudos os quais tenho me dedicado intensamente, mas hoje resolvi retornar para também diminuir um pouco a abstinência que me consome, afinal de contas graças ao nosso amigo e editor chefe FiliPêra aprendi que escrever também é um vício extremamente prazeroso.
Sem jogar “conversa fora” vamos ao assunto principal: O Ritual. Em minha vida como cinéfilo jamais fiz distinção entre os filmes, nunca me importei com o gênero em si, mas sempre quis assistir a um bom filme. Apesar de não ter esse preconceito nunca gostei de filmes de terror sempre achei uma babaquice assistir um filme que me fizesse morrer de medo, tomar altos sustos ou ficar a noite inteira sem dormir, nunca me diverti com isso (até porque alguns também são nojentos). Então nunca busquei por títulos desse gênero.
Quando me deparei com o Ritual me simpatizei logo com o elenco: Anthony Hopkins, mas quando li a sinopse pensei logo que seria um filme ao estilo Exorcista. Recentemente, um amigo que assistiu veio conversar comigo sobre o filme e disse que havia gostado muito. Ele, assim como eu não curte filmes de terror, foi quando pensei: “Bem, se ele curtiu acho que vou assistir”.
O Ritual conta a história de Michael Kovak (Colin O’Donoghue) um jovem que perdeu a mãe muito cedo, desde então ele tem sido criado pelo seu pai (o Holandês Rutger Hauer). Todos em sua família só podem tomar dois rumos: trabalharem em uma funerária ou se tornarem padres. Vendo que não pode fugir desse destino, Michael toma uma decisão: deixar seu trabalho na funerária que tanto odeia e se tornar seminarista. A idéia inicial era de passar quatro anos estudando as custas da igreja e, quando finalmente chegasse a hora de se tornar padre ele simplesmente daria uma desculpa dizendo que “não era o que ele queria” ou qualquer coisa parecida, o que ele tão astutamente o faz.
Só que as coisas não saem tão bem como planejado. Após surgir a hipótese de ter que pagar a sua estadia durante os quatro anos que giraria em torno de cem mil dólares a igreja, Michael acaba fazendo um trato com o padre “diretor” da escola (já que o mesmo acredita no “potencial” de seu estudante): Michael terá que ir a Roma e participar de um curso sobre exorcismo. Mesmo durante o curso Michael, cético sempre questiona seu professor alegando que aquilo não existe e que nada mais é do que fruto de uma perturbação mental. Para ele as pessoas naquele estado deveriam ser tratadas por médicos psiquiatras ou até mesmo serem controladas por remédios, mas não por padres.
Até que seu professor Padre Xavier (Ciarán Hinds) decide encaminhá-lo ao Padre Lucas Trevant (nada menos que Anthony Hopkins). Padre Lucas é um jesuíta de fé oscilante perito em exorcismo, mas que possui métodos um tanto quanto não ortodoxos. É daí em diante que a brincadeira começa.
Como eu havia dito esse não é um filme onde cabeças giram ou vômitos voam para todos os lados. A Direção do sueco Mikael Håfström (Quarto 1408) é construída a partir de diálogos inteligentes levando a pessoa que está assistindo e se perguntar até que ponto o que acontece é loucura ou espiritual. Não só isso, mas levando aos mais céticos questionarem se aquilo realmente existe.
A atuação de Anthony Hopkins é perfeita, com o seu olhar ao estilo “Hannilbal” e com um sarcasmo brilhante ele consegue impor medo em qualquer um que assistir. Já o quase estreante Colin O’Donoghue conseguiu fazer bem o seu papel sem grande brilhantismo, assim como Alice Braga que faz o papel de uma jornalista em busca da verdade trás dos rituais de exorcismo, como sempre ela não consegue mudar aquela cara de paisagem de TODOS os filmes em que atua.
Bem, se você é uma pessoa que assim como eu não é muito fã de tomar sustos, mas mesmo assim está a fim de assistir ao filme aconselho chamar alguns amigos e assisti-lo de preferência durante o dia. Contudo se você é um daqueles que curte um bom filme de terror, bons sustos vale a pena conferir o filme, pois você não vai se arrepender.
Até a próxima!
The Rite (EUA, 2011)
Direção: Mikael Håfström
Duração: 114 minutos
Gênero: Terror
Nota: 8
3 Comentaram...
Eu ADORO filme de suspense/terror, mas não gosto daqueles que são muito clichês. Prefiro aqueles em que a trama é bem construída e te deixam na dúvida de se aquilo possa ser verdade ou não. Pela sua resenha, esse me pareceu ser bem o caso. Me interessei bastante, vou ver se "alugo" para assistir...
É um filme interessante, ainda mais por envolver um assunto que de certa forma foi a propria igreja que criou. Porem tem algumas cenas que destroem a credibilidade do filme.
Vou citar uma como exemplo:
Em certo momento que o Padre Lucas esta fazendo um exorcismo, e o novato assistindo, ele passa a cruz ( não me lembro bem se era esse o objeto) como se fosse um volante de um carro, e pede para o padre novato assumir o exorcismo, enquanto ele atende á um telefonema.
Ou existe um certo ritual para exucutar o exorcismo, ou é algo mecanico, como dirigir um carro.
Essa cena matou o filme para mim.
Acreditei na sua resenha e gostei bastante do filme.
A trama do filme é muito boa realmente. Ela não apela para as maquiagens e se concentra mais nos diálogos, fazendo com que nós duvidássemos e acreditássemos na existência do demônio. E também não fica apelando para aqueles sustos apresentados a todo instante causados por efeitos sonoros.
Engraçado, a minha nota para o filme seria e é 8 também! rs
Quanto a cena citada pelo Fabio, ela foi meio sem noção mesmo. Mas nada demais para estragar o filme.
Obs: O Exorcista na minha opinião também é um ótimo filme de terror!
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