Já que estamos falando de abusos governamentais para com usuários da Internet essa semana, vamos a uma notícia relacionada aí. O governo iraniano - provavelmente de olhos abertos para o que tá rolando no Egito - decidiu criar uma polícia para monitorar todas as atividades internéticas de sua população, em busca de atos que considera crime. Até aí tudo “mais ou menos aceitável”… mas é só se aprofundar um pouco mais na proposta pra entender a natureza da medida.
A idéia principal do presidente Mahmoud Ahmadinejad parece ser criar um embasamento legal para ficar de olho em grupos “dissidentes e antirrevolucionários”, e impedir que vaze para outro país (ou o MUNDO) qualquer das coisas que eles possam vir a falar ou apontar. Com a certeza a memória DESSES acontecimentos deve estar bem fresca na cabeça do liderança iraniana.
É claro que ninguém é santo nessa história. Também é possível encarar a história de outro ângulo, já que a medida do Irã vem depois que o New York Times confirmou que o worm Stuxnet - aquele que danificou usinas nucleares iranianas - é o resultado de esforços militares conjuntos de Israel e EUA. Então, não é difícil imaginar que possa haver um dedo do governo americano por trás de grupos dissidentes - inclusive no Egito, Irã e Líbano… só acreditarei que eles não têm nada com isso se rolar uma revolta generalizada na Arábia Saudita -, mas ainda assim a medida de patrulhamento da rede me parece abusiva e invasiva.
[Via The Inquirer]
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1 comentário
Isso é até que é bem previsível, se levar em conta que foi através da internet que o Irã viu uma onda de protestos. o Egito é um outro exemplo do poder da internet, mas claro que do outro lado da moeda já que o Egito não é um opositor dos EUA, mas um amigo bem intimo do mesmo. Agora que as ditaduras vão ter muita dor de cabeça.
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