
Já rolaram quatro anos desde o dia em que quatro amigos fundaram o que hoje vocês conhecem como Nerds Somos Nozes. Nesse ponto dá pra dizer que não mais parece que foi ontem. O quarto ano deve ser tipo aquele período mais complicado, em que se decide se para por aqui ou continua com o lance até o fim da vida. Se o primeiro ano é meio desanimador pela falta de resultados a curto prazo e o segundo e terceiro ano são adrenalina pura, o quarto é mais como uma meditação prolongada. Deve ser a diferença entre atirar com um AK-47 e um rifle Dragunov SVU-A.
Bom, ao menos pra mim. Estou no último semestre da minha faculdade de Jornalismo, com planos de mudar de estado, semi-desempregado (como quase sempre) e, sem o fôlego de antes. Até tive um problema recente no dedão da mão direita (justamente o que menos uso no dia-a-dia) e ele ainda dói ao fazer alguns movimentos. Ou seja: não posso mais me dedicar como antes, principalmente pelo fato de não ter cuidado devidamente de uma estrutura comercial do blog como deveria - e hoje vejo blogs com metade da audiência do NSN conseguir, ao menos, dar algum tipo de retorno financeiro aos seus autores. Então, por mais que não considere o dinheiro o centro de tudo, não tem como mais investir boa parte do meu tempo em atividades que não tragam um retorno claro, financeiro e imediato a minha carreira profissional.
Obviamente que devo muito ao NSN: conheci um monte de gente, um monte de contatos, e até consegui um emprego legal que curto muito. Mas acho que boa parte dessa época ficará para trás. Ficarei as próximas duas semanas em São Paulo, e usarei os momentos de folga para refletir e escrever minha Monografia. Quando voltar pra casa, a não ser que algo ocorra até lá, abandonarei a ideia de só trabalhar em casa - coisa que faço há mais de um ano. E, caso tudo ocorra como desejo, sinceramente não sei como as coisas ficarão para o NSN, ao menos até o fim do ano.
Ontem, enquanto voava num avião que passava no meio de uma turbulência brava, pensei pela primeira vez como seria o fim do NSN. Porque, infelizmente, não vejo possibilidade de passar o cetro pra outra pessoa caso decida que não rola mais. Nesses quatro anos conheci uma penca de autores e colaboradores, alguns muito bons, outros precisando de umas lições a mais. Porém, infelizmente, não vi alguém que pudesse tomar as rédeas do blog caso Eu decida sair fora por um tempo, ou deixar de ser o Editor-Chefe. Muito por minha culpa: centralizo as decisões, só Eu tenho acesso aos emails, Eu faço os contatos, todos os textos precisam passar pelo meu crivo antes de serem publicados… e assim vai, embora mantenha um ambiente praticamente sem regras e pressões pra cima de quem escreve por aqui.
E aí entra o assunto principal do texto… a quase lendária (por razões não tão admiráveis) Mob Ground. Bom, tivemos um novo atraso de ordem técnica, oriundo da nossa vontade de fazer tudo certo dessa vez, de ver o site decolar de verdade. Por isso não temos pressa de lança-lo, e só fixamos datas em nome de protocolos - ajuda o projeto ser bem DIY e não envolver qualquer tipo de contratação ou transação financeira em sua parte inicial. Bom, a atual data é… BREVE, embora Eu tenha plena consciência de que esses sucessivos atrasos diminua a confiança de todos no projeto. Mas, tenho consciência de outra coisa: vai valer a pena quando tiver pronto, e por pronto, entenda uns seis meses depois que ele estiver no ar.
Com a Mob Ground quero finalmente adotar soluções e dar uma estrutura mais profissional ao que hoje é o NSN, sempre mantendo e melhorando nossa qualidade editorial. É um pulo no abismo, porque se não der certo, vai tudo pro ralo, já que o projeto consumirá mais tempo, recursos e precisará dar retornos. Ou seja: pode ser um acerto triunfante, ou uma morte prematura, pois simplesmente não quero voltar a ser como está, já que, pra mim, o NSN é praticamente o mesmo do que era há dois anos, não vi grande evolução no que faço aqui. E a Mob é o nosso salto quântico. Se vai dar certo, não sei… mas depois que tudo for lançado, não tem mais volta.
Mas chega desse papo melancólico e estranho - além de similar a uma reflexão de Hunter Thompson sobre a carreira dele, publicado em O Reino do Medo - e vamos ao nosso tradicional apanhado dos meus textos preferidos. Não fizemos post para anunciar, mas passamos dos 3 mil textos em nossos arquivos, o que considero uma marca e tanto, mesmo que esse ano tenha sido o que menos publicamos, com 303 textos até o momento.
Mas quando fui fazer uma seleção do que melhor escrevi nos 365 dias, me surpreendi, pois achava que não passaria dos 10, e consegui selecionar quase 30 artigos.
Bom, eles estão abaixo, sem ordem de preferência ou similares. No mais, agradeço aos amigos, leitores fiéis, colaboradores, autores, e toda essa raça que mantém o NSN de pé, porque se estou de madrugada morrendo de sono e ainda escrevendo, não é somente para alimentar meu ego.
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É isso aí, que venha o quinto ano!