quinta-feira, 31 de março de 2011

Avatar FiliPêra

'Horse Armor' e a volta dos DLC cara-de-pau

 

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Um  belo dia, Hiroshi Yamauchi, o truculento e draconiano ex-presidente da Nintendo, teve uma sacada genial: o que deveria trazer lucro para uma empresa de videogame não eram os consoles, mas sim os jogos. Esse tipo de pensamento, que virou modelo para a indústria - até hoje todos os consoles têm seus preços iniciais subsidiados… com exceção dos da Nintendo - gerou outros modelos de negócios ainda mais agressivos e interessantes, e chegou até a prejudicar a própria Nintendo, que viu as produtoras fugirem de produzir para seus consoles graças às suas regras não muito amigáveis.

Com os consoles possuindo HDs enormes e conexão contínua com a internet, as empresas iniciaram a política de disponibilizar mais conteúdo relacionado ao jogo tempos depois, os chamados DLC. Caraca, que perfeito!, deve ter pensado um monte de gente. E é ótimo mesmo. Mais fases podem ser vendidas, com mais pedaços da história - como faz Mass Effect - ou a correção de pequenos bugs, o que aumenta a perenidade do jogo, no fim das contas. A medida se aproxima dos esquemas armados pelos MMOs recheados de conteúdos extras tão lucrativos que permitem que o jogo em si seja grátis. Os jogos sociais também adotam política análoga, com vendas in-game - minha mãe e sua vontade de comprar sofás num jogo que nem sei o nome que o diga.

Mas essa possibilidade de DLCs, naturalmente deixa alguns produtores preguiçosos, lançando correções dias depois do game estar pronto, o que se aproxima do modo como algumas produtoras estão encarando o esquema de firmwares dos consoles. Jogos acabam saindo às pressas porque logo depois podem ser corrigidos, e isso está ficando mais comum.

Mas, enquanto é pra corrigir besteiras, tudo bem…

…porém a Bethesda, em seu início de carreira em um distante 2006, parece que foi acometida por algum tipo de preguiça misturada com vontade de ganhar uma grana fácil e lançou um DLC absurdamente fantástico: o Horse Armor. Pra que ele serve? Pra deixar seu cavalo em The Elder Scrolls IV: Oblivion mais bonito e protegido (resumindo: NADA). O preço (é, tem preço): US$ 2,50, mais ou menos o que se cobra hoje normalmente por uma fase inteira. E pra completar, ainda tem gente gastando grana atualmente na parada, como nem o vice-presidente da Bethesda, Peter Hines, parece acreditar, como afirmou em entrevista recente a Official Xbox Magazine:

 

“Eu não tenho o relatório aqui, mas várias pessoas compraram a armadura de cavalo ontem! É por algum motivo inexplicável. Aconteceu, eu juro”.

Hoje essa armadura virou uma espécie de folclore, execrado por jogadores e motivo de piada pela própria empresa, tanto por sua inutilidade quanto por seu preço absurdo. Mas, a Capcom parece que gostou da brincadeira e lançou dois caça-níqueis vergonhosos (1 e 2) no fim do ano passado, dando mais corda para conteúdos extras vagabundos.

Resta aos jogadores ficarem de olhos abertos.

 

[Via Joystiq e Kotaku]

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