terça-feira, 7 de outubro de 2008

Avatar FiliPêra

Wassup Rockers

 

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Por FiliPêra

 

Larry Clark estava começando uma pequena linha ascendente em sua carreira. Mesmo tendo feito poucos filmes, e que abordam os mesmos temas; ficou claro que ele estava evoluindo. E de toda a sua filmografia, dois filmes se destacam: Kids, filme que definiu uma geração de adolescentes inconsequentes (quase um pleonasmo); e Ken Park, que aumentou a idade dos seus protagonistas, e foi ainda mais fundo na psique de cada um, mostrando como eles encaram o mundo e se relacionam com os que estão ao seu redor.

Com essas coisas em mente não hesitei em adquirir Wassup Rockers,  último  filme. Seria mais ou menos uma volta ao estilo documental do cineasta; deixado de lado após a parceria com Ed Lachman, em Ken Park. Para melhorar, a sinopse do filme era fenomenal: um grupo de rockeiros e skatistas adolescentes, moradores de South Central, próximos a Beverly Hills, tem dificuldades de convivência com os grupos de negros rappers que dominam a região.

Por algum motivo as coisas não saíram como o esperado. Até que o filme começa ao estilo Larry Clark. Propositalmente desleixado, com cortes abruptos e na hora errada. Diálogos longos, intercalados com momentos de silêncio aparentemente intermináveis e montagem linear, quase documental. Parece Kids, mas com guris de roupa colada e cabelos longos. Ótimo, bom para um começo. Mas lá pelo fim da primeira meia hora, esse estilo, que deveria ser restrito apenas ao início,  e que teoricamente serviria para apresentar os personagens sem querer deixar isso evidente; começou a se alongar demais. Víamos os tais rockeiros andando de skate, indo para a escola, conversando com os pais, sendo ameaçados por negros, andando de skate… e nada mais.

Parecia que o diretor havia ligado a câmera, e esqueceu-a lá, para só depois de dias lembrar de ir busca-la. Mas, Eu sou um nerd esperançoso, e já testemunhei muitos filmes que entregam um final brilhantes que compensa todo o resto. Parti com isso na cabeça.

E o filme realmente dá sinais de melhora quando os jovens decidem ir para Beverly Hills, andar de skate. Lá eles têm problemas com policiais, que nem suportam a presença de jovens da periferia. Todos, com exceção de um, conseguem escapar. O resto se vira como pode para fugir dos policias. Primeiro vão na casa de umas gatinhas que eles conheceram na pista de skate (elas são o que chamam de… fáceis), e depois vão pulando de casa em casa, buscando abrigo – chegam até a cair numa festa gay de alta classe.

 

Mas a alegria dura pouco. Quando se vê um momento pastelão (uma mulher cai com um lustre dentro de uma banheira. Sua performance tomando choque deixaria Didi com inveja) num filme que deveria ser um retrato fiel de jovens, algumas coisa não está certa.

Se o filme seguisse essa linha meio road movie, no estilo O Ódio (filmaço de Mathieu Kassovitz), estaria ótimo. Mas logo depois acaba tudo de forma abrupta, sem mostrar nada interessante. Ao final tem-se a impressão de se ter saído lugar nenhum e ido para o nada. Nem as atuações amadoras salvam. Jonathan, o líder dos rockeiros, é um guri de 14 anos (no filme) que não tem absolutamente nenhum carisma (passa longe dos personagens de Kids e ainda mais longe dos de Ken Park). Os outros também não passam longe, principalmente as meninas, que não falam absolutamente nada relevante e praticamente se jogam no colo dos “calça-colada”.

Larry Clark, você errou e isso é triste! Só veja se for muito fã dele e não quiser deixar de ver nenhum filme dele. No mais, passe longe!

 

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Wassup Rockers (EUA, 2005)

Diretor: Larry Clark

Duração: 111 min

Nota: 2,0

2 Comentaram...

Anônimo disse...

Kajuh! comenta:

Eu quero ver esse filme :P

Anônimo disse...

Comparando a desenvoltura de Kids com Ken Park,as cenas estão mais explicitas e mostrando a verdade das ruas, faz tempo que estava aguarndando por este filme, foi quando eu vi em uma revista que ele havia sido lançado...

estou muito ansioso por assisti-lo!

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