quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Avatar Voz do Além

Operação Payback manda pra lona vários sites corporativos

 

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"A primeira infoguerra séria começou agora. O campo de batalhas é o Wikileaks. E vocês são os soldados"

John Perry Barlow, fundador da Electronic Frontier Foundation

 

Já diria Sun Tzu: Cada um usa as armas que tem, nenhuma delas deve ser menosprezada. Pois é, depois que uma avalanche de empresas cortou relações com o Wikileaks por pressão do governo americano (o PayPal já admitiu isso, ao menos), causando um congelamento financeiro nas doações do site, um grupo hacker organizou um poderoso contra-ataque. Se de um lado temos as forças mais poderosas da Terra, que controla governos, países, ordena assassinatos e possui as maiores fontes de riquezas… do outro temos umas tropa de anônimos utilizando táticas que poderiam ser classificadas como cyberguerrilha.

Ontem o dia foi recheado de ataques DDoS e servidores congestionados. Sobrou pra todo o mundo que se colocou contra Julian Assange e seu Wikileaks. Mas a primeira notícia bombástica tinha acontecido anteontem (dia 7) e não envolveu ataques, mas sim a prisão de Julian em Londres. Na manhã de terça-feira (9:30h, hora local e 7h30 em Brasília), Assange se entregou a polícia londrina - entrega que segundo o advogado dele, Mark Stephens, estava sendo negociada. Teoricamente, um dos homens mais procurados do mundo não está sendo processado por nada relacionado ao Wikileaks, mas sim por violência sexual (na verdade foi uma recusa a usar camisinha) e coerção ilegal. Como as acusações só valem na Suécia (o lance da recusa de usar camisinha só é crime por lá), fica bem claro o motivo da Interpol e a União Européia terem agido tão rápido na internacionalização da busca a ele. No mesmo dia, a Justiça londrina nega um pedido de fiança de Assange, baseado na gravidade das acusações, e graças a isso ele permanecerá na prisão até dia 14, aguardando o julgamento da extradição, contra qual ele está lutando.

Mas a rede de hackers Anononymous (aquela que derrubou o site da MPAA, RIAA e de Gene Simmons) não estava parada e convocou o que foi denominada Operação Payback (Vingança), que mesmo organizada às pressas foi bastante eficaz. Começou com o site do banco suíço PostFinance, que havia cortado ligações com o Leaks, que ficou fora do ar. O site da Sarah Palin - que havia dito que Assange merecia ser caçado como terrorista - teve o mesmo destino e pediu arrego em pouco tempo.

Depois (os sites não necessariamente caíram na ordem apresentada aqui, só pra ficar claro) foi a vez da página do advogado sueco Claes Borgstrom, que está representando as mulheres que acusam Assange - uma delas, aparentemente, é uma dissidente cubana com ligações com a CIA.

Até aí fácil, nada demais, dirão alguns. Mas a parte mais assustadora da operação viria depois: os sites da Visa e MasterCard cairiam como mamões podres em pouco tempo, mesmo sabendo que seriam atacadas. O caso da MasterCard parece ter sido pior, pois envolveu um gargalo técnico nos serviços da empresa - segundo a assessoria da empresa, rolou "uma interrupção de serviço em seu sistema de segurança de dados”. Ou seja: duas das maiores empresas financeiras do planeta foram cutucadas por um grupo Anônimo que não pode ser identificado e que organizou uma operação às pressas! É, parece que o mundo internético é menos sólido do que essas instituições pensam e um Caos Financeiro que vimos ser perpetrado no final daquele filme que todos gostam, não parece algo tão difícil assim, e nem precisaria envolver explosões de prédios.

Estranhamente, o PayPal - que segundo o cartaz seria o principal alvo da operação -, não foi atacado, mas creio que essa movimentação só está começando!

 

[Via Estadão e Opera Mundi]

5 Comentaram...

Anônimo disse...

#freeJulianAssange

Unknown disse...

"The only verdict is vengeance; a vendetta, held as a votive, not in vain[...]"

Raphael Tsavkko Garcia disse...

TRadução do comunicado do Grupo Anonymous anunciando os ataques - http://tsavkko.blogspot.com/2010/12/operacao-vingar-assange-hackers-em.html

Gilmarzinho disse...

Cara, acho que o final do filme citado é profético.
Mais cedo ou mais tarde...

Té.

Ivã disse...

Pra variar, Assange não será 'sacrificado' como um mártir, e sim desacreditado pela mídia comprada

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