sexta-feira, 11 de julho de 2008

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Muse - A Origem

 

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Por FiliPêra

 

Hoje eles já contam com a alcunha de "melhor show da Terra" (não sou só Eu que estou dizendo como exclamaram nos comentários. De 2003 pra cá eles já ganharam o prêmio de "Melhor Apresentação Ao Vivo" da MTV, da Rolling Stone, da New Musical Express, entre outros). Mas as coisas não começaram lá do alto. A exemplo de outras bandas grandes do mundo da música, como o U2, o Muse começou como uma banda independente.

O Muse foi criado em 1994, pelos garotos Matthew Bellamy, vocalista e guitarrista, Christopher Wolstenholme, baixista, e Dominic Howard, baterista. Eles ainda estavam em idade escolar e moravam na pequena cidade inglesa de Teingmouth. Cinco anos depois lançaram seu primeiro álbum, Showbiz, que chegou a vender 500 mil cópias. muse-rockwerchter-live21

Nessa época todo o rock inglês - e grande parte do mundial - tinha fortes influências do Radiohead. Com o Muse não foi diferente. Eles imediatamente foram comparados ao "Radiohead -  fase The  Bends", porém com uma pegada mais rocker. Motivos para isso não faltavam, principalmente o vocal angustiado de Matt.  Porém as declarações do vocalista, o grande cérebro musical do grupo, apontavam influências mais variadas, como Jeff Buckley, Queen, Rage Against the Machine e Nirvana. Na verdade o Muse pode ser encarado como um power trio com os pés sonoros no Radiohead em início de carreira, mas com uma verve musical mais variada e potente, com guitarras no último volume, uma bateria que mais parecia uma britadeira e um baixo que não serve unicamente para compassar a música. Além disso o disco de estréia foi aclamadíssimo pela crítica, colocando a banda cada vez mais na rota de festivais importantes pela Europa. Entre os hits mais importantes de Showbiz se destacam Muscle Museum e Showbiz.

Em 2002 eles lançam seu segundo álbum, o sucessor de Showbiz. Intitulado Origin of Symmetry, o disco evolui ainda mais a sonoridade do trio, alcançando maior sucesso e garantindo vendagens na casa de 1 milhão de cópias. Ainda em 2002 eles lançam o DVD Hullabaloo - Live at Le Zenith, fruto de uma apresentação em Paris. Além de hits consagrados do grupo, o DVD - que tinha um CD acompanhando - ainda continha raridades e b-sides.

Em 2003 vem o álbum Absolution, obra-prima do grupo, que serve para lançar o grupo ao mundo e transforma-lo no melhor show do planeta, além de banda mundial do momento, como foi comprovado no DVD Absolution Tour, gravado no Festival de Glastonbury, em 2004.

O resto é história...

Mas e os primeiros álbuns da banda eram bons? Leia as resenhas abaixo e confira!

 

Muse - Showbiz

Showbiz

 

Filhote direto do Radiohead, o Muse mostra isso logo de cara. Vocais distorcidos e agonizantes, pianos climáticos e temática deprê. É o que parece pular logo na primeira audição de Showbiz, álbum de estréia do trio inglês. Mas por coincidência, ou destino, o trio se afastaria mais e mais dessas praias; principalmente à partir de sua grande obra-prima: Absolution. E não são só eles que se afastam da fórmula vencedora surgida em The Bends. O próprio Radiohead já havia revolucionado a música, em 1997, com OK Computer, afastando a guitarra e abraçando a música eletrônica e o jazz.

Mas excluindo comparações com a famosa banda comandada por Thom Yorke, como esse álbum do Muse se saíria? Muito bom...embora com ressalvas. Para muitos a fórmula "início calminho-refrão barulhento" pode soar ultrapassada, principalmente após a explosão do nu-metal, mas 25_muse_lg é em bandas como o Muse que ela mostra sua força. Quase todas as canções do setlist deste disco tem uma sonoridade crescente, com inícios calmos, para logo depois presenciarem explosões sonoras, como só o Muse é capaz.

A guitarra é principal elemento do trio, assim como o carregado - que alguns chatos consideram chato - vocal de Bellamy. Os outros membros da banda estão mais tímidos aqui, menos presentes que nos álbuns posteriores; em Origin of Symmetry esses elementos seriam melhor trabalhados. Mas Showbiz possui uma vantagem sobre seu sucessor: o conjunto da obra. Se em Origin..., as canções são claramente melhores, no entanto existe um número menor dessas canções obrigatórias por lá. Chega a surgir uma música chata, como é o caso de Screenager.

 Muse - Muscle Museum

No mais, encare Showbiz como o álbum de estréia de uma banda em constante evolução. Como o o primeiro passo de três caras buscando em pleno século XXI a diversão e o poder do rock. Quer se divertir? Coloque no último volume e chame os amigos para a festa!

Top 3 do álbum: Muscle Museum, Showbiz e Sober

 

Nota: 8,0

 

 

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Origin of Symmetry

 

Se Showbiz tinha como grande desvantagem a repetição, em Origin of Symmetry característica quase que desparece. Explico: embora as canções ainda sejam crescentes, a instrumentação mudou. Ou você já ouviu aberturas como a de Bliss, ou Micro Cuts? Cada música sobrevive sozinha fora do álbum. Foi aqui também que eles flertaram seriamente pela primeira vez com distorções e barulhinhos eletrônicos. Tais elementos sonoros fariam muito sucesso no quarto álbum de estúdio da banda e tema da HAARP Tour: Black Hole and Revelations

Plug in Baby

A profusão de ótimas canções também aumentou, ao contrário do anterior, que tinha poucos singles significativos. Ou seja, se prepare  para não parar mais de ouvir Plug in Baby, Citizen Erased e New Born, a canção de abertura. O fato é que Bellamy, além de excelente bom vocalista (ouça a extrema Micro Cuts) é também um exímio guitarrista. Suas construções sonoras (que alguns compararam a rock progressivo) são de embasbacar. E olha que esse álbum era só um extra de luxo para o arrasa-quarteirão que seria o próximo. Mas só de Matt Bellamy é composto o trio. Temos o experiente baixista, cuja introdução na música Hysteria (do disco Absolution) é de arrepiar e Dominic, que transforma a bateria do Muse em um quebra-quebra de proporções épicas.

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Em tempos em que o rock moderno contraditoriamente aponta para o retrô - como bem mostra bandas, ótimas, diga-se de passagem, como The Strokes e White Stripes - o Muse ousa, e vai na direção oposta. Acerta, ao apostar na grandeza e num rock grandioso, daqueles que contagiam estádios. Mas ao mesmo tempo não se poupa a produzir viagens sonoras mais calmas; como em Citizen Erased, que mistura momentos possantes com toques de piano.

 Muse - Bliss

Talvez o que mais arranque elogio para a banda é que a evolução sonora do trio nunca pára. Seus álbuns nunca são parecidos, apesar de se apropriarem das mesmas fómulas. Parece contraditório? Ouça e comprove!!!

Top 3 do Álbum: Plug In Baby, New Born e Bliss

 

Nota:8,5

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