segunda-feira, 14 de março de 2011

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Minha Experiência com Transmetropolitan

Por Paulo Roberto, do Em Paralello

 

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Bebericando uma xícara do que Spider Jerusalém chamaria de “aprimorador de inteligência”, termino a leitura do Volume 1 de Transmetropolitan. Sempre me considerei um nerd, se alguém me sacaneasse, o que era algo corriqueiro na minha infância, eu batia no peito e saía na porrada dizendo: “Vai se fudê sou nerd mesmo e daí?”. Lendo um post do Coringa Files sobre Transmetropolitan no blog pensei: “Que merda de nerd eu sou se nunca li uma HQ na minha vida?”, isso mesmo eu NUNCA li sequer um gibi da Mônica que seja em toda a minha existência. Sempre curti animes, RPG, mulher pelada, LEGO… tudo que um nerd curte. Foi então que me senti um nerd incompleto, mais que isso senti a proeminente necessidade da leitura de uma HQ.

Devidamente conectado, abri o site da Saraiva e comprei a edição especial que a Panini estava lançando de Transmet em capa dura compilando as seis primeiras edições em um excelente acabamento (que fique bem claro que não estou ganhando nada com isso). Exageradamente falando, a ansiedade tomou conta de mim, parecia uma criança no final do ano quando coloca as sandálias na janela e não consegue dormir ansiosa para saber o que Papai Noel irá trazer de presente para ela. Até que finalmente, após 4 dias (demorou, hein Saraiva!), ela chegou. Abri o invólucro e me deparo com aquele careca sacana, fumando um cigarro e sorrindo. O cheiro de novo, as páginas ainda grudando umas as outras começo quase que de imediato a minha leitura.

É uma porrada, não sou jornalista, não sou político são duas coisas que não entendo lhufas. Meus amigos FiliPêra e Dolphin têm me ajudado a navegar por esses dois mundos desde que os conheci, confesso que ainda tenho muito a aprender, mas hoje sei mais do que há algum tempo atrás e isso tenho que agradecer a eles. Você deve estar se perguntando: “Você tá chapado de cafeína?” “O que isso tem a ver?”, e eu respondo: TUDO! Transmetropolitan é uma aula de jornalismo mostrando que hoje o que realmente vende não é a verdade em si, mas a mentira onde as notícias são manipuladas chegando de forma deturpada às pessoas que acreditam pia e cegamente em todas elas sem questionamentos. Nem vou falar dos políticos que fazem absolutamente de tudo para conseguirem se eleger e depois em um surto de esquecimento literalmente cagam diante das promessas que fizeram (não estou generalizando então não me encha o saco).

Exemplo disso é quando Spider Jerusalém está no telhado de um clube de strip no meio de uma confusão dos infernos e diz:

 

“Desculpe. Essa observação foi muito pesada para você? Isso se parece demais com a verdade?

Bom. Vocês mereceram. Com seu silêncio.

Seu chefe faz o que quiser. O babaca da cabine do pedágio, o leão de chácara do bar que vocês frequentam, o segurança que revista você na clínica, os jornais e sites de notícias que mentem pra vocês porque estão a fim.

Eles fazem o que querem. E o que é que vocês fazem? Vocês pagam a eles.

Este “tumulto” aqui, esta terrível tempestade de merda que cai sobre um bando de fetichistas ingênuos e metidos a besta; vocês pagaram por ela. Vocês que comam tudo.

Vocês devem gostar de quando as pessoas que detêm a autoridade e que nunca fizeram por merecer mentem para vocês”

Qualquer semelhança com os dias de hoje não é mera coincidência, Transmet é assim, uma porrada atrás da outra, a luta de um jornalista que anseia pela verdade, de levar às pessoas o que realmente elas deveriam saber, a pensarem de forma crítica sobre os acontecimentos que os cercam. É claro que nem tudo são flores na vida de Jerusalém, após ser ovacionado e seu editor, como ele mesmo disse, estar “quase batendo uma punhetinha de tanta felicidade” retorna para casa e no caminho é recebido por policiais que o espancam dizendo: “Se foder com a gente de novo, volta pra casa num saco”. Mas ele não se abate, afinal de contas ele é um jornalista, porra! Jornalistas não choram! Mesmo ensanguentado ele se levanta sentido o furor de sua glória que se externava naquele momento, as gargalhadas diz: “Eu tô aqui para ficar! Atirem em mim e eu cuspo suas malditas balas de volta no rosto de vocês! Eu sou Spider Jerusalem, e fodam-se vocês todos Hah!”.

É impossível você não curtir Transmetropolitan, cada página narrada por Warren Ellis nos leva a outra de forma quase que instantânea, você não para até terminar. A arte de Darick Robertson é quase uma ligação neural intergaláctica com Warren, quase beirando aquela cena do filme Demolidor quando Sandra Bullock e Sylvester Stallone colocam aqueles capacetes para transarem, lembra? Darick dá a nítida impressão que consegue ler a mente de Warren trazendo a vida aos personagens mostrando um excelente casamento dos dois.

Eu poderia ficar aqui falando horas sobre as minhas percepções sobre Transmet, é fodástico demais, atual, desafiador ou nas palavras de Garth Ennis: “tão inesperado e natural quanto lágrimas de puta, um pequeno veio de humanidade cotidiana”.

Isso resume um pouco o que é Transmetropolitan...

4 Comentaram...

Germano, vulgo Gê disse...

“Eu tô aqui para ficar! Atirem em mim e eu cuspo suas malditas balas de volta no rosto de vocês! Eu sou Spider Jerusalem, e fodam-se vocês todos Hah!”.

Palavras de um mestre.

spider reclamão disse...

Cara curti, vou agora ler o que o Coringa Files escreveu sobre Transmetropolitan. Achei foda o diálogo que você colocou. Engraçado que outro dia mesmo estava me perguntando o que tinha acontecido com o Paulo Roberto, ele teve uns posts bons no nsn e depois sumiu, ai tu volta com um desse, foda!

Paulo Roberto [Em Paralello] disse...

@lord

Obrigado pelo elogio irmão! Os estudos tem realmente acabado com o meu tempo, mas estou de volta e prometo que não ficarei mais ausente durante tanto tempo.

Transmetropolitan é realmente foda! Se quiser aproveita que o submarino está fazendo uma promoção desse volume 1 por R$ 29,90 (eu paguei 45 mangos rsrsrsr), ou se preferir como diz o próprio coringa baixe os "famigerados scans" e seja feliz!!

Abraço!!

Em busca da Torre disse...

Atualmente estou lendo os "famigerados scans" rs, e até agora o que pude perceber dessa hq é que ela se resume em uma palavra: FODÁSTICA!!! Tanto roteiro quanto a arte são fodas demais! Inclusive comecei a ler porque fiquei curioso depois de um post daqui mesmo do NSN, escrito de maneira "totalmente excelente" pelo Voz do Além. Parabéns à equipe NSN! Que continue sempre assim!

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