Você já deve ter ouvido falar que os militares são os caras mais inovadores que existem. Mesmo a internet, que parece terreno de gente descolada e com aquele visual barbudo, no melhor estilo Steve Wozniak e Richard Stallman; mostrou que mais uma vez os militares são pioneiros e inventam coisas úteis não só para destruir o mundo. Meio óbvio, já que eles têm orçamentos mensais quase do tamanho da fortuna de Bill Gates e colocam sua gente pra dar uma espiada no que tá rolando em outros países - amigos ou inimigos.
Bom, mas os militares não foram os pioneiros na construção do primeiro veículo comercial movido a hidrogênio, isso foi obra dos japas da Honda, uma das maiores montadoras de automóveis do mundo, e o bendito se chama Honda FCX Clarity. A Boeing viu que esse combustível pode ser uma boa - tava na hora de ver isso, já que depender do humor de árabes não deve ser fácil - e criou o Phantom Eye, seu novo avião de espionagem, que é justamente movido pelo elemento químico mais abundando do Universo (uns 75% da massa elementar desse).
Além de ser movido a hidrogênio e somente gerar água de subresíduo das reações para se movimentar, o Phantou tem outros atributos: quatro cilindros de 2,3 litros que fornecem, cada um, 150 cavalos de potência, envergadura de 45 metros, capacidade de carga de 200 quilos e velocidade de 273 Km/h. Isso tudo tirando o fato de ser feio, muito feio, parecendo um rascunho de Kinder Ovo. Ao menos ninguém passará vergonha o pilotando, já que o Phanton é um veículo não-tripulado (UAV), que pode espionar as soldados russas correndo só de calças e botas a uns bons 65 mil pés de altitude (cerca de 19 mil metros), por quatro dias direto.
O presidente da Boeing Phantom Works (divisão que mexe com esses projetos mais sensíveis da empresa), Darryl Davis, ficou todo empolgadinho quando o avião foi apresentado, em St Louis:
“O Phantom Eye é único, e pode abrir todo um novo mercado no mundo da coleta de dados e comunicações. É um perfeito exemplo de transformação de um sonho em realidade. Ele define nosso rápido esforço em criar um protótipo e demonstrará a arte-do-possível no que diz respeito a inteligente persistência, vigilância e reconhecimento. As capacidades inerentes ao design do Phantom Eye oferecerão oportunidades de mudar o jogo para nossos clientes militares, comerciais e civis.”
O primeiro vôo desse ovo de avestruz ambulante - mas movido a hidrogênio, isso é o importante - deverá ocorrer só no início de 2011, e somente por oito horas, acho que não querem força-lo demais antes de submetê-lo a algum regime forçado. Em outras palavras: o que impede agora a Boeing de fazer o mesmo de sua linha comercial de aviões? E as empresas de carros, por que não imitam a Honda?
[Via Defesa Brasil]
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