Quando os animes explodiram em popularidade aqui em terras tupiniquins, acabaram abrindo as portas para a descoberta do delicioso mundo das HQ's japonesas. De repente vimos as bancas de jornais aumentarem consideravelmente seus espaços nas prateleiras destinadas aos quadrinhos, e lado a lado com os heróis da DC e Marvel, qualquer fã de mangá encontrava sua história preferida.
Talvez a maior diferença entre os quadrinhos norte-americanos e os japoneses seja a divisão de gêneros com suas subdivisões. Enquanto o mundo dos super-heróis é criado e recriado pensando principalmente em atender ao gosto de um determinado grupo de leitores, nesse caso o do sexo masculino, nos mangás há histórias para todos os mais variados perfis de leitores.
Aqui no Brasil se popularizou dois estilos: o Shonen, destinado aos garotos, e o Shojo, voltado para garotas. E é nesse último que se encontra a criação de maior sucesso da mangaká Yuu Watase, Fushigi Yuugi.
Fushigi Yuugi tem todos os elementos típicos de um mangá para meninas… romance, comédia, um toque de drama, aventura e poderes mágicos. Mas, o que diferenciou a obra de Yuu Watase, foi não ficar apenas no estilo shojo, ela incluiu sem dó na consciência as características das histórias voltadas para os garotos, com muita ação em batalhas cruéis e sangrentas. Essa mistura de gêneros foi uma inovação e apoiada em uma história envolvente e muito bem contada, o sucesso do mangá foi quase que imediato.
Fushigi Yuugi conta a história da estudante ginasial Miaka Yuki, que tem uma grande dificuldade nos estudos, vivendo sempre a sombra de sua melhor amiga, Yui Hongo, a mais inteligente das duas. Yui é popular entre os professores e alunos. Ambas se preparam para prestar a prova para um colégio secundarista tradicional e de elite, que forma os melhores dentre os melhores, sendo a prova de inclusão extremamente difícil. Todos têm a certeza de que Yui passará fácil, enquanto Miaka tem sempre a sua auto-estima jogada por terra pelos professores, pelas colegas e por Yui, que não esconde que se sente intelectualmente superior a amiga. Não bastasse tudo isso, ela ainda precisa lidar com sua mãe que não dá trégua e exige que estude sempre mais e mais.
Em um tarde em que as duas amigas vão a biblioteca, Miaka é atraída pela visão de uma ave exótica de plumagem vermelha e cintilante, que a leva a uma sala restrita apenas aos funcionários. Em sua curiosidade, ela não resiste e invade o local. Em seguida Yui a encontra e escuta da amiga o relato da aparição da ave; no mesmo momento um livro despenca da prateleira: O Universo dos Quatro Deuses, escrito em chinês antigo. Yui o lê e ambas são transportadas para o mundo descrito no livro. Daí para frente a sucessão de aventuras que Miaka irá vivenciar servirá como aprendizado para se tornar uma pessoa mais confiante e determinada.
A minha intenção ao escrever esse post é mostrar o quanto vale a pena ler ou assistir uma história que, contrariando tudo o que se pensava em relação ao gosto determinante dos leitores, provou que dá certo a fusão de gêneros literários. Fushigi Yuugi agrada tanto as leitoras de shojo, quanto aos leitores de shonen, por isso seu sucesso em todos os países em que foi publicado ou assistido.
A saga de Miaka - e em paralelo a de todos com quem vai interagindo, é uma obra prima dos mangás. Se no mesmo momento em que sobrecarrega no elemento romance - e aí temos não só a protagonista com o seu amado Tamahome, mas também de outros personagens, como a triste história da Byakko no Miko, Suzuno e seu amor impossível por Tatara, temos elementos como a vingança que cega ao ponto de arrancar a vida de inocentes, como o assassinato da família de Tamahome pelas mãos de Suboshi, onde a violência beira os requintes de crueldade.
Entre perdas dolorosas até a redenção de Yui, que por fim descobre que ela e Miaka são os dois lados da mesma moeda, Fushigi Yuugi leva o leitor por um passeio em uma montanha-russa de emoções e sentimentos, em que se pega as vezes rindo as gargalhadas, horas chorando toda a dor de quem acabou de perder um ente querido, que vibra com cada conquista e lamentando as perdas no caminho.
Miaka é a heroína que passa por todas as dificuldades típicas do arquétipo do herói, ela é testada até o limite e a cada provação vai tomando consciência de seu papel como agente modificador.
Definitivamente Yuu Watase criou uma história sensacional, que ao meu ver só é superada por uma outra obra prima sua, Ayashi no Ceres, que no devido tempo ganhará uma resenha a altura de sua genialidade.
5 Comentaram...
Eu só consegui ler os 6 primeiros volumes e não tem como não se afeiçoar pela Miaka. Principalmente se vc estuda feito um condenado e da alok como ela ^^
Eu tenho até o volume 22, mas não achei mais pra comprar no submarino... :( Mas essa história é muito massa! :)
Sabia que isso era para menina, não li o manga, so assiste o anime. Aquilo parecia uma novela com seus romances rasos e final previsível, sua estoria se arrastava sem sair do lugar. Sem falar nos personagens coadjuvastes sem qualquer carisma que morriam e não dava nem pena(ex. o garoto gênio ou o traveco). Em resumo não gostei. Ainda assiste o Ayashi no Ceres, apesar de ter começado bem seguiu a mesma linha novelesca do manga anterior, tambem não gostei.
Então, eu adorei a resenha mesmo. E acho que Watase é uma ótima mangaká, mas eu odeio a forma como ela caracterizou a Miaka. Acho que uma das protagonistas mais chatas que eu já vi. ALém disso, cehgou um momento em que eu não suportava mais tantas idas e vindas só para ser feliz com o Tamahome, tampouco conseguia suportar o lance com a Yui, que achava que foi traída.
De resto o mangá é ótimo e os outros personagens compensam pela Miaka. Adoro o/a Nuriko. Além disso, a história de uma forma geral é razoável. Não chega a ser uma obra-prima, mas acho que dá pra distrair.
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