terça-feira, 2 de agosto de 2011

Avatar Voz do Além

Pela enésima vez se confirma: piratas compram mais conteúdo legal que o restante do público

 

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Os franceses da HADOPI (agência da terra de Sarkozy que cuida de fazer valer as leis de direitos autorais e anti-pirataria) resolveu mostrar de uma vez por todas que os piratas não são gente boa e causam prejuízos enormes as indústrias da música, cinema e todas essas choronas. Para isso, fizeram uma pesquisa relacionando os gastos online de quem baixa e quem não baixa conteúdo considerado ilegal pelas leis francesas e… a HADOPI quebrou a cara!

A pesquisa questionou as pessoas se elas baixavam conteúdo ilegal e depois perguntou quanto elas gastavam com música, filmes, jogos e séries mensalmente. Bem, o gráfico acima mostra os resultados, com o verde escuro representando os piratas e o verde claro representando os lícitos. E como você pode ver, os piratas ganham nos aspectos mais importantes! Repare que o gráfico é meio tendencioso, ao colocar os “ilegais” abaixo, e dando a impressão que os “legalizados” representam toda a coluna. Repare também como a participação dos que baixam conteúdo ilegal vai aumentando proporcionalmente a medida que os gastos vão crescendo. Não tinha como ser pior pra HADOPI.

    1. 64% dos 7% que gastam mais de 100 euros com conteúdo por mês admitem baixar pirataria
    2. 57% dos 17% que gastam de 31-99 euros mensais… baixam pela internet sem medo de ser feliz
    3. Entre os que não gastam NADA, somente 36% baixam conteúdo ilegal

“Se a pirataria é uma ferramenta de descoberta e avaliação para os grandes gastadores, então combater a pirataria pode reduzir a venda de mídia legal”, afirmou Joe Karaganis, do Conselho de Pesquisas em Ciências Sociais (SSRC).

O resultado se soma a diversos estudos feitos em outros países, que mostraram que os que baixam conteúdo ilegal, são os que mais compram coisas legais, geralmente pelo motivo apontado na frase acima, de Karaganis. Esses mesmos estudos relacionaram a proliferação mundial da pirataria com os altos preços cobrados pela indústria - e governos, com altas taxas de impostos - por seus produtos. A importância dessa pesquisa francesa é o fato dela ter sido patrocinada por um dos mais rigorosos órgãos anti-pirata do mundo, que com toda a certeza, queria encontrar resultados bem diferentes, que legitimassem a caça às bruxas empreendidas por eles.

Mais um round perdido pela Indústria Cultural!

 

[Via Boing Boing]

2 Comentaram...

Rodrigo Chaves disse...

Não sou contra a pesquisa, nem contra a pirataria e tal, mas não é falaciosa essa conclusão "Se a pirataria é uma ferramenta de descoberta e avaliação para os grandes gastadores, então combater a pirataria pode reduzir a venda de mídia legal.”?
Os "grandes gastadores" deixarão de gastar se acabarem com a pirataria na internet? Acho que não, eles já existiam antes de existir a internet.
A diferença é que com a pirataria sendo uma ferramenta de descoberta e avaliação para os grandes gastadores, estes não podem mais ser enganados por propaganda massiva, por jabá nas rádios, resenhas e críticas em jornais e revistas, que eram os instrumentos de "descoberta e avaliação" pré-internet/pirataria.
Com a pirataria, dica mais difícil para a indústria empurrar produtos fracos para compradores desavisados.

Andre Duran disse...

A despeito do que dizem os "especialistas" no combate à pirataria, canalhice não é especialidade do usuário de Internet.
Tem o site que cobra por serviços de notícias que se consegue de graça dentro e fora da rede.
Tem o site que pega fotos, animações, música e video e cobra o acesso como se fosse de sua propriedade.
E acima de tudo e todos vêm os provedores que lucram fortunas cobrando caro e provendo serviço lento (em comparação com Europa/Asia/EUA) e sujeito a quedas e interrupções frequentes.
A pirataria é ruim ? Sim.
Errada ? Sim.
Mas o comércio e serviços também são norteados por uma ética duvidosa, afinal quando um cantor famoso da MPB vem chorar migalhas sobre os direitos autorais, sempre bate na tecla da pirataria e nunca reclama da gravadora que fica com a parte do leão no CD e lhe paga 20-40 centavos por unidade vendida.
Uma coisa não justifica a outra, mas não vivemos em um mundo ideal e a Indústria Cultural tem a resposta que merece e recebe de volta a lealdade que inspira no seu público.
E cá entre nós, é ruim de acreditar no que ouvi outro dia na TV: Que os valores cobrados pelas editoras/gravadoras/estúdios são altos pela simples existência da pirataria, e que extinguindo-a os preços cairiam ! É, no mínimo querer passar atestado de burrice ao consumidor...

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