Virtópsias! Ou: adeus ao IML como o conhecemos

 

Se existe uma profissão que eu não queria ter, essa profissão é legista (professor de primário também, mas ela não se encaixa nos propósitos do post). Colocar as mãos em cadáveres que você não tem intenções de degustar em segundos, não me parece uma coisa muito confortável, e eles passam por isso todo o santo dia. Mesmo que os benditos se acostumem com isso depois, deve rolar um pequeno incômodo lá no fundo!

Pois bem, uma equipe de medicina forense da Universidade de Berna, na Suíça, está trabalhando num equipamento que pode tornar a vida dos legistas um pouco mais fácil. O robô-legistas desenvolvido por eles fará autópsias sem nem mesmo encostar no corpo - o que é chamado de virtópsia -, utilizando uma série de captações de imagens de dentro e fora do corpo.

É uma mistura bem arranjada de tomografia computadorizada do interior do corpo, e um mapeamento 3D externo. A análise da combinação dos dois é que dirá a causa da morte do indivíduo. Todo o processo e realizado com sensores no corpo da pessoa, aliado a câmeras, que geram modelos 3D detalhados em que é possível saber de doenças, problemas de pele e outras imperfeições externas, bem como qualquer patologia interna. Logo depois é feito um raio-X em alta resolução de todos os ossos do corpo. A vantagem é que ficará tudo guardado em servidores dos IMLs e podem ser consultados posteriormente décadas depois, além de evitar ao máximo falhas humanas quanto a interpretações de dados recolhidos da forma natural.

Até agora o Virtibô - o nome desse robô que faz as autópsias - já realizou virtópsias de 52 casos reais, incluindo 26 mortes na estrada, dez por impacto, seis facadas, cinco tiros e dois estrangulamentos. Em 19 desses casos o modelo 3D foi tão detalhado que ele foi usado juridicamente, embora os médicos ainda digam que são necessários mais testes.

 

NewScientist [Via Blog do Prof Carlão Via dica da Daiane Santana ♥ por MSN]