segunda-feira, 24 de março de 2008

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SOS Saúde

 

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Por FiliPêra

 

Michael Moore continua sua missão de desconstruir a sociedade americana. Após mostrar a paranóia americana em torno das armas, e o fato de se mais fácil conseguir uma arma do que uma simples caneta, além da mentalidade imbecil de grande parte da população, em Tiros em Coloumbine (e ganhar um merecido Oscar com isso); e prosseguir em sua jornada, mostrando os erros e idiotices de George Bush (e de toda a sua gangue); o gorducho documentarista dessa vez foca suas lentes em cima do (inacreditavelmente mercenário) sistema de saúde americano. E, como sempre, pega pesado.

Uma coisa que se percebe logo de cara (e que foi bastante comentada) é o fato de Moore sair da frente das câmeras e deixar com seus "personagens" (mais reais do que nunca) o centro das atenções. E pode ter certeza de que isso só aumenta a qualidade desse documentário. É claro que o humor ácido diminui consideravelmente, mas no fim das contas, isso é um documentário e o que importa são os fatos por ele apresentados.

O impacto causado pelos fatos apresentados por Moore são mais do que chocantes, principalmente por estarmos falando da saúde das pessoas e de suas vidas. Imagine a cena: um homem perde parte de dois dedos em um acidente com uma serra, enquanto cortava madeiras em sua casa. Vai ao médico e é informado de que um dedo custaria US$ 60 mil para ser recolocado e o outro US$ 12 mil. O que o acidentado faz? Coloca o dedo de 12 mil. O outro dedo? Moore faz questão de mostrar um aterro sanitário cheio de aves de rapina, para exemplificar o destino dele.

São situações como essa que chocam, e sem precisar da veia cômica desse brlhante documentarista, que foi o grande responsável por tornar os documantários populares. Acredite, sem ele  não haveria "Super Size Me", e tão pouco "Uma Verdade Incoveniente", só para ficar nos mais conhecidos. E ele faz seu melhor filme aqui (ganhando por muito pouco de "Tiros em Coloumbine"), mostrando como o capitalismo pode destruir o direito a vida de uma população inteira.

 

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Lá nos EUA não existe sistema público de saúde, sendo necessário uma pessoa adquirir um plano de saúde caríssimo para poder contar com os benefícios dos hospitais. Mas a pior parte vem agora. Não pense que só porque se adquiriu um plano de saúde (e tenha certeza que as empresas farão de tudo para te rejeitar após os primeiros pagamentos) isso dá a certeza de tratamentos em hospitais e clínicas. Os hospitais, primeiramente verificarão seu plano de saúde e se necessário te transferirão para um hospital coberto pela empresa de saúde que você contratou. Parece normal, mas, em casos de vida ou morte esse tipo de comportamento pode levar as pessoas a óbito; e é isso que Michael mostra na tela.

Eu poderia ficar falando de ínumeros casos e acontecimentos que o documentário aborda, como quando ele mostra o sistema de saúde de países como França e Reino Unido (completamente grátis e de qualidade muito superior ao americano), e de como seus médicos vivem bem, ou quando ele mostram pessoas sendo expulsas de hospitais por não terem dinheiro para pagar as contas médicas; mas vou me deter no final do filme.

 

 

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Quando chega a sua parte final SOS Saúde finalmente alfineta Bush, mostrando como é o hospital da base americana de Guantanamo, em Cuba, onde estão os terroristas responsáveis pelo 11 de setembro que os EUA conseguiram capturar. As imagens e depoimentos são revoltantes e mostram equipamentos de última geração e pronto-atendimento 24 horas por dia. Depois ele se direciona para os bombeiros e voluntários que ajudaram no trabalho no que restou do World Trade Center, e de como suas saúdes se deterioram, com problemas pulmonares gravíssimos. É nesse momento que Moore mostra sua genialidade e acidez. O que ele faz? Leva vários voluntários e bombeiros doentes para serem tratados em Guantanamo (e quando chega lá, pede, com uma megafone, entrada nesse território legitimamente americano). É claro que não conseguem nada. Então, o que fazer? Tentar se tratarem na ilha de Fidel (agora oficialmente de Raul, mas com Fidel nos bastidores). E acontece o que nos EUA seria inconcebível: todos eles conseguem tratamentos de graça e da mais alta qualidade. Além de conseguir se tratar de graça, os voluntários conseguem remédios similares aos que eles compram nos EUA a preços insignificantes. Um remédio que custa US$ 120 em uma farmácia americana, saiu por US$ 0,50 em Cuba. Uma das americanas chega a fazer um comentário que com certeza levou muitos habitantes dos EUA a repensar sua idéia de Cuba: Eu queria encher minhas malas com produtos cubanos... (o que é mostrado mundialmente são cubanos querendo produtos americanos!!!).

 

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Chocante, perfeitamente dirigido, mas acima de tudo humano; SOS Saúde que Michael Moore continua genial! Assita obrigatoriamente!!!

 

Sicko (2008)

Diretor: Michel Moore

Duração: 123 min

 

Nota: 10,0

3 Comentaram...

Fred Kizan disse...

muito bom!

Anônimo disse...

É uma grande contradicao o pais mais rico com uma saúde neste estado, totalmente liberalizada, sem garantia nenhuma para o cidadao. Nem um simples remédio está coberto pelo Estado. Enfim, é bom para pensar qual o modelo que nós queremos.

Anônimo disse...

põe pra download favor...to achando pra baixar em canto nenhum

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